segunda-feira, julho 30, 2007

o retorno ... de qualquer coisa

Enfim, de volta às praias paulistanas. Geladíiiiiiiiiissimas. Depois de alguns chuás nas cachoeiras de MG e alguns retiros espirituais - nada fáceis nesse trânsito de inferno astral (existe mesmo! aos incrédulos!) - estou de volta. Preparada para encarar mais um semestre. Mais um aniversário e mais um de tudo o que a vida reserva. (sempre é mais um... nada se cria, nada se perde... bla bla bla)

Estou pensando em escrever algo sobre o Retorno de Saturno. Meio remaker de O Retorno de Jedi. Detalhe: só terminarei a saga em 2009... Mas vamo que vamo. Muita literatura nessas férias. Carrapatos, pulgas e outros parentes próximos! Viva a natureza e toda essa onda brega de ecoturismo e preservação. Somos intrusos MESMO. Senti na pele (isso não é definitivamente, figura de linguagem... dá-lhe anti-alérgico!)

Novas metas - que espero, torço, suspiro - que sejam cumpridas! e aquele etc e tal de sempre na véspera de aniversário. Saudades do tio Fredy. e profundíssimas!!!!! sempre!

Fico por aqui com a previsão do tempo para hoje: saia de casa suuuuuper entrochado, com um anti-gripal, guarda-chuva, e uma regatinha e protetor solar caso o tempo mude.

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domingo, julho 08, 2007

Passeios a pé pela cidade hoje me fizeram lembrar de coisas gostosas do passado. Café depois de sair das aulas de ballet no municipal... visitas à livraria francesa...
conversas intermináveis sobre "como será o amanhã"...

É bacana quando o amanhã surpreende. Com gosto de trufa derretendo na boca... esquentando esse gelado da nossa existência.

Acabei de receber os meus pais aqui em casa e numa conversa com a minha mãe, recém chegada de Porto Alegre, com bá e tudo o mais, me dei conta que os amanhãs surpreendem sempre. Mesmo - talvez mais - na vida dos outros. Tantos anos fora do Rio Grande e a gente continua vinculado.

A família é a raiz mais forte que existe, quando bem construída. Me senti num romance da Scarlet Ohara... e foi assim mesmo que eu gostei de me sentir. Enraizada nesse vínculo misterioso da vida - a família. É o velho porto, seguro. Sempre com as luzes acesas, mesmo quando você muda e pára de olhar naquela direção. Misteriosamente - e sem você saber - ele te espera. Porque sabe que você, no fundo mesmo, nunca sai de lá.

Fiquei com essa doçura no corpo todo. Vi a Renata grávida, me lembrei do casamento dela. Em Lavras. Da festa, das risadas, do porre. Da volta pra casa. Do fim da faculdade. Tantas misturas boas aqui dentro... lembranças recheadas com esperança. De expectativa de viver esse futuro mistério que se renasce no ontem...

Fiquei pensando, olhando a Renata, que uma nova família viria ali. Esperada e cultivada. Deu saudade dos meus irmãos. Estão longe, vivendo suas (re)descobertas. Quis ligar pra eles dois... um aperto gostoso aqui dentro. Nem sei bem como eu comecei a escrever isso. Nem sei como vou terminar. Só a sensação de que é como um sentimento de família... nunca termina, nem sei se principia de algum buraco dentro da gente... e eu aqui... sem jeito, sem texto, cheia de sentir, se saudando nas lembranças de cada um ali na fala da minha mãe, nas risadas dos meus irmãos, e na barriga linda da Rê...

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quinta-feira, julho 05, 2007

casa(r)(ndo)

Estranhamente nessas férias estou caseira demais... Depois de ajeitar o básico no primeiro dia de sossego, atropelei a ansiedade fazendo faxina no guara-roupa... é. Terapia de graça, que alivia, e dá uma renovada na energia.

Foram horas de ajustes, ajeites, ajeitos, e desajeitos na minha bagunça interior que sempre se transforma depois de uma boa limpeza. Colocar as minhocas para trabalhar. Isso mesmo, que elas tenham utilidades nobres à alma além de me atasanar...

Aliás, outro dia me perguntaram porque há tempos não escrevia sobre elas. Se eu tinha dado férias às meninas...estava menos rancorosa... Fiquei ouvindo aquilo tudo... e de repente parecia que essa figura que me indagava sobre essa "peculiaridade" nos meus textos não tinha entendido absolutamente nada.

Não vou ficar explicando as minhocas, nem dizer nada delas. Além do que elas são de fato. Minhocas. Com "M" maiúsculo. E por isso mesmo, profundamente femininas (no pior sentido dessa contextualização... Pandora, você nem imagina como seria o mundo se naquela sua caixinha tivesse minhocas...! não mesmo!), com curvas, sorrisos, lábios e tudo o mais. E mais: inteligentes. Isso mesmo, burlam você, derrubam você. Por isso mesmo não podem ser apreendidas, confiscadas e, lamento dizer, explicadas.

Mas voltemos... Esse pequeno bate papo informal sobre elas me deixou encabrunhada... primeiro, tem mais gente que lê isso do que eu pensava. Bom. Não é esse o problema. Segundo, como tornar o indecifrável tratado sobre mim mesma, para sempre inacabado e revisado, e rascunhado, minimamente legível... Comecei a rir pensando que eu talvez me daria ao trabalho de fazer isso.

Tenho escrito sobre o casamento. E a pergunta do Gustavinho, citada no post anterior, me trouxe algumas luzes. Primeira fresta da janela aberta: eu sou muitíssimo feliz. E talvez seja exatamente esse o problema. Não em ser feliz. Mas compreender e apreender o que se entende sobre felicidade. Delírios literários, psicanalíticos à parte (não vou mesmo me dar ao trabalho de falar sobre isso!) eu fiquei pensando que, além do fato disso ser profundamente relativo, o desafio está em viver essas pequenas epifanias. Não compreendemos nada sobre o pleno estado do ser. Não somos. Estamos apenas. Estamos com calor, frio, fome, sede, felizes, tristes, eufóricos, putos da vida, de saco cheio. Estamos sempre alguma coisa. Essas etiquetas mutantes são a única coisa que temos de mais constante (apesar de toda a inconstância delas!)... e de fato, ainda estamos aprendendo a ser.

Talvez ser feliz seja extamente saber lidar com essa mutação de etiquetas emocionais, sociais que se têm o dia todo. Sem controlar. Ora, isso sim é pura ilusão. Talvez seja o movimento de sempre (re)fazer as faxinas no guarda-roupa... sem medo de jogar fora a roupa de anos atrás. O ponto é que a gente (aí sim!) É super apegado...

O casamento é isso. Testemunhar a vida do outro. Ok, essa é a parte fácil Você até pode assistir de camarote se quiser. Comprar uma pipoca, esperar e apagar a luz. A parte difícil, desafiadora e, claro, a mais bonita, é deixar que o outro testemunhe a nossa vida. Nossos defeitos, medos, alegrias, conquistas e derrotas. Testemunhe nossas mais feiosas e engraçadas idiossincrasias. E, maravilhosamente, passe a amá-las. É... isso é espetacular. Nossa existência na Terra já é solitária e corre-se o risco de ser vazia, sem graça, quase esquecida. Sempre me lembro de como os egípcios sacramentavam essa passagem da gente aqui. Escreve-se o nome das pessoas na pedra. Ela viverá para sempre. Será sempre lembrada por alguém.

Cansados de carregar as pedras habituais da vida que, cá entre nós, pesam um bocado... A gente se casa. Por amor, por medo da solidão, por encontrar a pessoa que completa, que dá sentido, por paixão, por gravidez inesperada, por grana, por qualquer coisa...

E, para o meu romantismo incontestável, o testemunhar é o que se tem de mais inteiro nisso. E justamente por esse motivo é que os casamentos duram pouco, ou nem começam, ou escorregam pelos dedos... Falta manutenção. Cuidado. Ser testemunha não é fácil mesmo. Advogados que o digam. Mas as pessoas tem medo dessa tarefa, você não pode mentir e, se o fizer, será condenado em algum plano de existência, seu ou do outro. Mas não passará incólume.

Justamente por isso. No dia do lançamento do livro do Pico, fiquei um tempão conversando com o Gustavinho... falamos sobre isso. Sobre mim. Ele viu uma Srta T há alguns anos atrás a ponto de quase se perder dela mesma. E foi o primeiro, talvez o único a dar a sentença de morte. Disse a ele de coisas que acontecem nos meus pesadelos de viver. Contei de coisas, de dores, de saudades, de tristezas, de transformações. E concordamos nisso. Transformação dá trabalho. Dor de cabeça (dói em outros lugares também...) E talvez esteja aí a metáfora do casamento que encontrei nessa conversa com ele... arrumar a casa para esperar a pessoa mais importante da sua vida. E descobrir que a sua arrumação, mon cher, não está a contento. Que aos poucos a monotonia da sua casa precisa mudar os móveis de lugar, limpar os farelos de pão que o outro deixou cair. Lavar lençóis, tirar o pó. Ah! detalhe importante! Nessa casa não se trabalham faxineiros ou empregados. Só você, afinal o seu convidado pode, no máximo, ser orientado onde e como jogar o lixo. E onde vai se sentar à mesa. O resto... é da nossa conta.

Por isso mesmo o casamento é assim. Bonito demais. Gostoso de tudo. Até com esse azedo amargo no fundo. Se mastiga... e quanto mais se mastiga, mais saboroso fica. Você descobre outros ingredientes secretos. Mas é preciso paciência.

Mais ainda, é preciso gostar de ficar em casa. E continuar arrumando tudo. Sem pressa. Com carinho e jeitinhos... fala-se pouco, e se faz mais... o resto, vem de madrugada, naquela ternura toda do edredon. Que é só nossa... e ninguém poderia jamais compreender. Epifania...

Gu, obrigada por me mostrar essa casa nova, naquela noite no Frans... sempre aberta para te receber...

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tardes de inverno



Essa imagem, de uma tarde de frio, sol, calor, passeio na usp...
Me lembrou o Gustavinho quando me perguntava na terça-feira, se eu vivia uma fase boa da minha vida...

Engraçado como isso se mostra de modos diferentes para as pessoas. Lendo e relendo algumas das coisas daqui, pode parecer, talvez, que eu tenha estado mal... mas como mesmo? se tudo o que eu tenho sido e vivido, experienciado e abraçado é o mais bonito que a vida pode dar. A gente nasce aos poucos, e demora pra florescer. Enquanto isso nos resta passeios em tardes assim, com carinhos na mão, no rosto e beijos no coração. Se a gente não consegue florescer a tempo, fico olhando as flores já nascidas. Vermelhas. Doídas até...

e agradecendo a minha história de amor... que sempre surpreende, e esquenta esse friozinho de inverno no peito...

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domingo, julho 01, 2007

resposta de infância

Thaty,

Mais uma vez fica dificil expressar em palavras tudo o que senti lendo o lindo post que você escreveu no seu blog. Peço desculpas pela demora em ler e responder mas minha vida anda literalmente de cabeça para baixo, acontecendo coisas que te conto na próxima vez que sairmos para tomar um chopp (quer dizer, tecnicamente porque eu, como sempre, vou pedir guaraná:-).
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A vida realmente passa muito rapido e ao olhar para trás, pro nosso passado juntos, muitas vezes ele parece como algo de sonho, como cenas que nossa mente construiu e que não aconteceram de verdade.

Você bem sabe o quanto, em boa parte da minha vida, eu fui muito sozinho. Fosse pela timidez, pelo meu jeito ou minhas idéias eu era aquele garoto de um amigo só, que não saía com os outros e que passava longas tardes brincando sozinho. Isso só começou a mudar quando fiz quinze anos e quando por consequência conheci os meninos do Mirr (uma benção de Deus sem a qual não saberia como seria minha vida hoje). O que quero dizer é que antes de tudo isso, havia uma pessoa que enxergava em mim mais do que "o filho do dono da escola", o "nerd medroso" e esse alguém sempre foi você.

Você foi minha primeira amiga e a pessoa por quem me apaixonei pela primeira vez. A ´pessoa que aceitou me dar aulas particulares depois do horário, que criava e inventava mundos de fantasia, com que eu discutia a filosofia quântica dos nanotransmissores elementares :-0.

Sinto muitas vezes que em todos esses anos não fui capaz de retirbuir adequadamente todo esse amor e dedicação que você tem por mim e quero que saiba que se muitas vezes não o demonstro é porque não sei exatamente como faze-lo. Você foi uma grande benção de Deus em minha vida, talvez aquela que me deu a força necessária para sair do mundo infantil e perceber que não é só de fantasias que se faz esse terrivel e obscuro mundo das pessoas adultas.

Saiba sempre que te adoro e o quanto você é especial para mim. Estou certo que em um futuro distante, quando estivermos bem velhinhos, ainda vamos lembrar dessa fase com muito carinho

Beijos de quem te adora

Pico.

P.S: A nossa foto de caipirinhas é a ÚNICA foto de mulher autorizada pela Aninha a permanecer na minha escrivaninha :-)

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