quarta-feira, novembro 21, 2007

conversando com meus botões ... e as botas

É engraçado como a nossa memória é seletiva... de certo modo escolhendouma trilha sonora que a gente coloca pra sublinhar algumas coisas além do que a gente entende... Pois como eu digo o mar sempre me revela coisas pra além do que eu penso entender. Ou mesmo alcanço...

Depois de uma conversa séria com os pés descalços... num rito meu de caminhar pela beira da praia e pedir aos deuses dali e daqui que me mandem um sinal... de qualquer coisa que espero poder - decifrar...

Um sofá só nosso... e um silêncio cheio de mistérios de coração sentido e (des)apertando o peito. Aquele horizonte e um suspiro do passado... "Essa é uma das músicas que eu ouvia quando pensava em você e sentia a tua falta demais..."

E fiquei ali, com o horizonte, 4 minutos que foram eternos ontem, há mais de 3 anos... e continuam aqui dentro de mim... Hoje me dei conta que abri as cortinas... deixando o vento suave soprar aquelas feridas ainda tão quentes dentro de mim...

Deixei chegar o sonho, vivo o amor de tantas vidas, sem ter fim. Sendo esse continuando. Cansada de nossa fuga, da minha fugida, das minhas desculpas. Do medo de ter que decidir. De ter que sentir. Cansei de correr de mim. Deixei me pegar. E peguei você pedindo pra eu abrir a janela... e deixando esse sol me ver, e sentir que o amor é mesmo tão maior. O amor já desvendou de fato o nosso lugar. E gosto de procurá-lo junto de ti... Onde mesmo? Onde a estrela cair...


- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- a gente só queria o amor...
- Deus parece às vezes se esquecer
- ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
que a gente vai passar
- Veja você, quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder...
- E se amar, se amar até o fim
- sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar

Abre a janela agora, deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
e agora esta de bem

Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar

Diz quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além. Vão dizer
que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
vai cair

Read More...

terça-feira, novembro 06, 2007

Pessoas, Pessoa!



Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.

Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.

Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu 'screvo.


Ainda não cheguei perto de me ignorar... Mas há um mistério desse sentir e pensar todo que está no amar. Se deixa de ignorar. De disputar você em você mesmo.

Ontem fiquei surpreendida depois de tantos e tantos pensares, sentires, quereres, desistires, retomares e deixares... olhei ali, naquela linha do tempo cheia de imagens minhas, emprestadas, dele, de outros, de tantos. E deixei corajosamente os meus olhos se fecharem nesse repouso do voltar pra casa e saber de onde vem essa disputa do teu peito com a tua cabeça. Onde você ficou mesmo agora? Onde foi mesmo que te encontrei? E onde e como me tiraste dali? Me sinto aquela Emília cantando Queen e assistindo TV com meu pai... Pousei a Enterprise num planeta em que meus equipamentos não funcionam. Meu leme não responde. E tudo o que antevejo é seu? Nosso?

ninguém responde nos outros mundos? Ou será que eu esqueci de ligar os comunicadores? E você? Em que mundo me deixei? ignoro ainda... e caminho sentindo...

Read More...