quarta-feira, novembro 21, 2007

conversando com meus botões ... e as botas

É engraçado como a nossa memória é seletiva... de certo modo escolhendouma trilha sonora que a gente coloca pra sublinhar algumas coisas além do que a gente entende... Pois como eu digo o mar sempre me revela coisas pra além do que eu penso entender. Ou mesmo alcanço...

Depois de uma conversa séria com os pés descalços... num rito meu de caminhar pela beira da praia e pedir aos deuses dali e daqui que me mandem um sinal... de qualquer coisa que espero poder - decifrar...

Um sofá só nosso... e um silêncio cheio de mistérios de coração sentido e (des)apertando o peito. Aquele horizonte e um suspiro do passado... "Essa é uma das músicas que eu ouvia quando pensava em você e sentia a tua falta demais..."

E fiquei ali, com o horizonte, 4 minutos que foram eternos ontem, há mais de 3 anos... e continuam aqui dentro de mim... Hoje me dei conta que abri as cortinas... deixando o vento suave soprar aquelas feridas ainda tão quentes dentro de mim...

Deixei chegar o sonho, vivo o amor de tantas vidas, sem ter fim. Sendo esse continuando. Cansada de nossa fuga, da minha fugida, das minhas desculpas. Do medo de ter que decidir. De ter que sentir. Cansei de correr de mim. Deixei me pegar. E peguei você pedindo pra eu abrir a janela... e deixando esse sol me ver, e sentir que o amor é mesmo tão maior. O amor já desvendou de fato o nosso lugar. E gosto de procurá-lo junto de ti... Onde mesmo? Onde a estrela cair...


- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- a gente só queria o amor...
- Deus parece às vezes se esquecer
- ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
que a gente vai passar
- Veja você, quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder...
- E se amar, se amar até o fim
- sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar

Abre a janela agora, deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
e agora esta de bem

Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas
não ter o seu lugar

Diz quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além. Vão dizer
que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela
vai cair

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terça-feira, novembro 06, 2007

Pessoas, Pessoa!



Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.

Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.

Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu 'screvo.


Ainda não cheguei perto de me ignorar... Mas há um mistério desse sentir e pensar todo que está no amar. Se deixa de ignorar. De disputar você em você mesmo.

Ontem fiquei surpreendida depois de tantos e tantos pensares, sentires, quereres, desistires, retomares e deixares... olhei ali, naquela linha do tempo cheia de imagens minhas, emprestadas, dele, de outros, de tantos. E deixei corajosamente os meus olhos se fecharem nesse repouso do voltar pra casa e saber de onde vem essa disputa do teu peito com a tua cabeça. Onde você ficou mesmo agora? Onde foi mesmo que te encontrei? E onde e como me tiraste dali? Me sinto aquela Emília cantando Queen e assistindo TV com meu pai... Pousei a Enterprise num planeta em que meus equipamentos não funcionam. Meu leme não responde. E tudo o que antevejo é seu? Nosso?

ninguém responde nos outros mundos? Ou será que eu esqueci de ligar os comunicadores? E você? Em que mundo me deixei? ignoro ainda... e caminho sentindo...

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quinta-feira, outubro 18, 2007

Quase lua cheia...

E eu me vejo mais uma vez mergulhando nessa quase pelnitude de sentires. Fico me perguntando se é sempre assim... intensamente que se deve viver e conviver. Intensamente é demais pra mim. Me deixa assombrada pela sensação de que só eu, somente, só, sinta sozinha. E fique nesse monologar de pedir, sinalizar, esperar, compreender.

Voltando pra casa me lembrei do meu pai falando que amar é doar-se. Creio que seja também doer(-se). Bendita letra que aprofunda os punhais de significação aqui dentro de mim... Não consegui pensar em nada. Só sentir. Tenho saudades de conversar mais com os meus amigos. Eles também andam tão ocupados. E eu aqui, mergulhando nas crateras da lua à medida que elas aparecem... e nublada com a perspectiva que a chuva não cesse, nem o sol apareça nos próximos 22 dias, e talvez nos próximos 2...qualquer coisa.

Cuidei pra preservar isso que há de bonito em mim, alguns dizem. Mas é preciso ser mesmo assim tão sensível Srta T? Afinal, por que se é assim? Não creio que aceitar seja bom... nem garantir que algumas mudanças sejam - em mim - satisfatórias a ponto de esperar mais. Fico buscando o caminho aqui dentro. E me lembro do porto ... onde foi que deixei os meus barquinhos? Tem havido vento demais. E de direções diferentes aqui dentro. Não há mar calmo. E as ondas parecem ser mais cíclicas de dentro pra fora do que o contrário. O mar revolto(-me) em silêncio. Por que mesmo? Será que doar-se tem que doer tanto? Ou é o meu egoísmo me deixando... Nunca gostei de despedidas. Despedir-se de si mesmo é ainda mais difícil... Vontade de aportar. Ver o pôr-do-sol. E sentir a brisa dando esses beijinhos no coração. E nem sentir mais nada...

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terça-feira, outubro 16, 2007

Lembrando do Caio Fernando... EU ODEIO com maiúsculas...

Há uma lista (enorme segundo o Juliano) de coisas que eu ODEIO. Nem sei se são tantas assim, mas de fato as enxaquecas são uma delas. Ontem tiver que parar o carro num posto de gasolina antes que batesse no farol. Não conseguia enxergar mais os carros e cometi o erro de me apressar em chegar em casa. Demorei pra poder dormir, apesar de ficar sonequinha, por conta da dor. No meio daquela tocação de sinos dentro do meu crânio, fiquei pensando - é, isso mesmo, a gente pensa mais com a dor... - no que ela nos mobiliza.

Essa sensação de vulnerabilidade. De não ter - de fato - controle sobre o corpo. Desmaiei chegando em casa. Não é figura de linguagem. Caí mesmo. E me recordei dos escritos do Caio sobre a doença. É muito doido você não controlar você mesmo. E confesso que isso me apavora. Não controlar nada na minha vida de fato me deixa - quase sempre - em pânico. Sempre foi assim. Me fragiliza a idéia que as coisas acontecem independentemente de mim - e me encanta ao mesmo tempo.

Fui embalada por um carinho só meu, só do Nosso. Desses que te fazem acreditar em contos de fada. E perceber as fadas saltitando à sua volta. Fui dormir com a história das fadas, também do Caio. E sem despertar desse sonhar acordada sinto aquela presença misteriosa comigo... dele. E quase me esqueci da dor...

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quinta-feira, outubro 11, 2007

Há algum tempo eu venho refletindo sobre a imagem do post anterior. Ela me tocou tanto que nem pude escrever... Tenho pensado onde estão meus portos. Dentro, fora... em lugar algum...

Certa vez, conversando com o Nelsinho ficamos falando sobre essa sensação de ser - em alguns momentos - espectador de si mesmo... Ele se via à beira de um penhasco, vendo o pôr do sol. As montanhas eram altas, mas a vista alcançava longe... Puro verdo misturado ao lilás e laranja do disco se despedindo. Lembro bem dessa imagem descrita por ele. O meu penhasco tem o mar à frente. E um horizonte mais longíncuo, interminável e inalcançável... O mar se mistura com o céu, que se mistura com aquele monte de cores sutis, delineadas pelas nuvens. E nessa imagem eu não via nenhum porto. Nada. Só sentia o vento, forte, e o cheiro do mar me cortando por dentro.

Numa outra conversa com o Vinícius falávamos da imagem poética do Pearl Harbor. Esse mesmo do filme. O nome é lindo. O restante, construção. Destruição. Não importa. Falávamos sobre como algumas amizades são esses portos da gente. Semana passada, depois de muito tempo, me senti só. E não é essa solidão de estar com alguém. Fico imaginando que, se por acaso o Juliano lesse isso talvez ficasse chateado. Não se trata dele. De estar num relacionamento seja ele qual for. Me senti só. Tendo que realizar, permanecer, fortalecer tantas coisas e pessoas aqui fora. Há um tempo que venho sentindo no corpo esse desmoronar de forças. Engraçado que o Vinícius sempre diz que eu sou muito forte. Onde eu coloquei a minha sensibilidade - travestida em fragilidade?

Olhei a imagem de novo agora há pouco. E uma vontade de mergulhar nessa água. Nadar tem me feito muito bem. É instrospecção dentro e pra dentro... Pra fora de mim, o ar. E as coisas todas que as braçadas deixam pra trás. Penso muito na piscina. É diferente do ballet quando eu prestava atenção no corpo todo e me enfiava pra dentro da música. E o silêncio acontecia dentro de mim... Na água é exatamente o oposto... Mergulho cada vez mais para o meu barulho tumultuante. Fico com a sensação que eu procuro alguma coisa ali debaixo d´água... e quando saio dali, os portos ainda não apareceram.

Há tanta coisa acontecendo aqui dentro... tenho sentido falta dos amigos, desses mais testemunhas de mim. Saudade de carinho de pai e de uma despreocupação com o dia seguinte... Chorei muito nesses dias e nem consigo dizer bem porque. Dor? Não sei... acho que é essa solidão que caminha sozinha aqui dentro.

Durante a semana tenho ficado em casa. Estou sem aulas na escola e curtir esse meu "solo sagrado" tem sido reconfortante. Saí de casa alguns dias para andar pela cidade. De ônibus e a pé. Fui na Santa Efigênia. Na 25 de março e esses lugares barulhentos e cheios de coisas incríveis. Me senti como o Geertz em seu trabalho com a briga de galos. Tanta desolação e potencial criativo. Olhava as pessoas trabalando naquele mercado persa e me perguntava o que elas faziam dentro delas. Eu sempre me pergunto o que faço com as coisas que eu sinto. E nunca chego a uma resposta convicente. Juliano me diz que eu não preciso comunicar os sentimentos. Só sentir. Eu só sinto comunicando. Não sei sentir só. Ou esse sentir-se só é porque não se comunica?


E ontem, pela primeira vez depois de muito tempo acho que consegui sentir no corpo todo a epifania do gerar. Vou ser madrinha do filho do Pico. Pedro. É o meu primeiro afilhado e esse convite me despertou uma luz aqui dentro... Uma vontade de aportar. Esperar os navios chegarem, outros irem... e qual porto que eu procuro mesmo? Esse que me permita ver o pôr do sol... em silêncio...

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sábado, outubro 06, 2007

aportando em mim... ou fora de mim?

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terça-feira, setembro 25, 2007

Conversar. É engraçado como alguns assuntos voltam. Outros nunca saem. Pelo menos por um tempo. Essa sensação de permanência de um assunto em mim é assustadora. Ele hiberna, acorda faminto, devora, se cansa e volta a cochilar.

Domingo à noite... Quase na hora de tomar banho e a dor voltou arrebentando por dentro. Me fantasmagorizando o sentir. O perceber. A volta do avião parecia antecipar isso aqui dentro. Olhava aquela luzinhas de cima e ficava pensando quantos sentires estavam ali embaixo anônimos. Sinto às vezes que queria contar uma história da Srta T bem fictícia. Dessas de livros e filmes com final feliz. Me dou conta que os escritores ao fazerem isso - e filmarem isso também - nos deixam raspinhas de esperança. A nossa história nunca é do jeito que a gente quer. É do jeito que pode ser. E nesse ir e vir de dentro e de fora eu olho as luzes de casa e me angustio. Quero sair. Deixar. Sumir. E vejo que o que tenho aqui, nas mãos, ao alcance, é o que pode, é o querer ser e ter. Fiquei me lembrando enquanto escutava histórias tristíssimas de personagens vazios, frustrados, solitários e carentes, do Vinícius. Ele me dizia sempre - em resposta a uma frase minha "as pessoas só dão o que podem dar" - que a gente dá o que quer dar de si. E se esse querer dar for maior de fato que você, você se desdobra. E é.

Passei o dia ontem com essa dor no peito. E eu choro sempre quando ela vem. Fico pensando porque a gente conhece determinadas pessoas em momentos quase "ao acaso". E que se fosse assim tão "despropositadamente" por certo estaria longe daqui. Se eu tivesse visto mais de perto as histórias que ouço - teria ido. Nunca ficado. Se tivesse sentido essa dor antes, teria abandonado. Fragilidade talvez. Mas penso que é covardia.

É louco como manipular o sentir do outro pode ser a única coisa que te resta a fazer. Solidão. E foi terrível perceber que personagens podem ser mortos, deixados, recriados, manipulados. E o que somos de fato dá tanto trabalho pra mexer, que prefeirmos deixar isso a cargo dos personagens. Mais cômodo. Dói menos.

E o mágico do viver, do amar, do doar-se pra fora de si, pular o trampolim da nossa (estúpida)auto-estima metida a besta (na verdade a gente atira a bacaninha na piscina com ferros, se afoga) está no desvelar-se. Eu sempre contemplo demais os que falam comigo. É mais do que olhar. Há um universo em movimento naqueles gestos, nas pausas de respirar, nos olhos e no tom de voz. Senti medo. Pena. Nojo. E quis me esquecer dessas histórias que se contam para os outros. Que se vivem com e para os outros. Que se montam e fantasiam para os outros. Será? Os personagens somem mesmo? Ou só voltam pra habitar as fantasias dos outros que (quase) se depararam com eles... Apaguei a luz do palco. E acendi o camarim. Só pra eu entrar. Só pra mim.

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segunda-feira, setembro 24, 2007

o Rio de Janeiro continua lindo...

Fui ao RJ nesse fim de semana depois de uma semana ensandecida... Mar é terapia. Necessária.

Fui ficar com o Juliano depois de uma semana enlouquecida pra nós dois. Fiquei pensando num aspecto do casamento que é "estar junto". A expressão exige mais do que simplesmente estar... não é passivo assim... Ficamos pra cima e pra baixo na bienal sábado e somente ontem dei uma chegadinha nas areias do mar... adoro sentir as ondinhas batendo nos dedos dos pés e fazer pegadas deformadas com as mãos, pés e outras coisinhas de criança que a gente faz.

Mas o que eu queria registrar aqui não é a bienal. Aquilo é uma disneylânida pra babadores de livros! dá desespero quando você se dá conta que por mais que queira, se esforce, não vai ler tudo o que quer no tempo que tem...

Cheguei no RJ por volta das 6 da manhã de sábado. Chovia um pouquinho... uma brisa gosotosa e aquela cidade esquisitamente linda e destruída. A primeira coisa que fiz foi me acomodar no "FRESSSCÃO" e ligar o palm pra ouvir um pouquinho de música. Sempre me lembro - e já devo ter dito - de uma frase de Michel Kamen, compositor de trilha sonoras de filmes... ele diz que a trilha serve para "sublinhar uma emoção". Nunca achei tão acertado esse comentário. É verdade. Fiquei observando a cidade e as emoções sublinhadas pela música, pelo cenário.

O Rio sempre me comove. O excesso de contradições, da paisagem, da pobreza, do ontem e do hoje, do lixo e do luxo pra lembrar do Joãozinho... Enfim. Mas sempre me traz pra dentro de mim. Esses dias o Juliano ria de mim por eu ser tão "idiossincrática". Ora, naturalmente...

Cheguei cedo demais e o Lucas me esperava pra tomar café da manhã. Eu sempre gostei de café da manhã. Mais que qualquer outra refeição dia. Ela ritualiza o meu começar - acordo normalmente meia hora mais cedo do que precisaria pra comer em paz... E faço minhas preces de mim mesma, como vai ser o dia, como quero que seja, o que preciso fazer, o que preciso desencanar. E deixar rolar. É um rito de passagem necessário - como imergir no mundo.

Ele me esperava no apartamento dele. É um ap pequeno, simples, mas com uma energia bem especial - de primo querido mesmo - e ficamos ali falando da vida, do ontem, do hoje, do Caio que nasceu. Enquanto eu comia - e comia muito - prestava atenção nessa maturidade que a paternidade trouze dele. É um homem bonito, amoroso, inteiro em si mesmo. E falava do filho de um jeito que comoveria qualquer um. É mais que orgulho. É um deixar-se viver pelo outro. Não é se projetar no outro. É doar-se.

Ele nem se dá conta de como eu o observo, sinto. Pressinto. Falei do meu normal, do meu dia-a-dia. Das coisas que se transformam, que morrem e nascem dentro de mim. Do trabalho, do casamento. Eu sempre fico meio contemplativa quando olho as pessoas da minha família. Elas moram todas longe de mim. No Rio, Porto Alegre... dá saudades.

Depois me deu um sono profundo em que eu não vi nem o Lucas sair nem o Juliano chegar. É gostoso ser despertada por um bombardeio de beijos e fungadas. Gostoso ter a sensação de que apesar de toda a minha idiossincrática experiência carioca, me sinto parte de alguma coisa ali... talvez do fundo do (a)mar.

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sexta-feira, setembro 21, 2007

casa vazia

São 4 da manhã... acordei com o bips do palm tocando discretinho pra não morrer com a queda do meu tapa. Hoje a casa fica vazia.

O Juliano saiu para o RJ. A Claudia sai daqui há pouco também. A sensação da casa vazia é estranha quando sempre está preenchida pelo Nosso. Será rápido. Amanhã a gente vai se ver. Mas quanta eternidade entre o hoje e o amanhã... Olho as coisas aqui, a bgunça habitual das nossas coisinhas. A rotina de deixar sempre as mesmas coisas fora do lugar. De arrumar parcialmente outras... e os cheiros da gente misturados na casa. Está escuro ainda. São quase 7 da manhã e o dia parece eu, teima em ficar aqui escondidinho na casa.

Fiquei pensando quando voltava do terminal Barra Funda como a vida da gente se entranha no outro. E nesse en(S)tranhamento sai o gosto de plástico das coisas que existem fora de mim. Nas minhas declarações de mulher apaixonada sempre digo que não saberia viver mais sem ele. A gente até aprende, dá um jeito. Mas nem quero iniciar esse curso. ME matriculei no coração dele e não pretendo sair... há tanta eternidade no sentir.

Um amigo meu muito querido, a quem eu gosto sempre de escutar, o Gavin, me disse uma vez falando do seu casamento que "pra sempre" é um jeito de dizer uma coisa que a gente não dá conta de medir. "eu te amo pra sempre" é um jeito humano de dizer que é muito, muito, muito e muito. E nem o primeiro muito a gente mede o quanto é. Isso sempre me passa pela cabeça. Fico pensando nos outros namorados que tive... nos meus amores platônicos do colégio... era tudo tão pra sempre.

E o que difere o Nosso? Não meço. Sinto. E sinto em tudo aqui que me cerca nessa casa que apesar de vazia está preenchida com histórias secretas, tímidas, apaixonadas, desesperadas, enciumadas, furiosas, tristes, enamoradas, românticas, redentoras, transformadoras e todo o outro léxico que a gente se esforça pra dar a isso que ousamos nomear e definir - o sentir.

Ontem, voltando pra casa da USP com os vidros abertos deixei as dores se aliviarem na noite. Era tarde quando cheguei e o coração apertado dentro de mim sabia que hoje cedo eu estaria sozinha. Fiquei antecipando uma série de despedidas de hoje cedo, de outros amanhãs com ele. Sempre penso quando a separação precisará ser mais longa. Não pra sempre. Mas há tanta eternidade nesse "meio-tempo". Ele é mais inteiro na saudade...

Fiquei pensando se é apenas o "acostumar" da gente com o outro. Acostumar é quando não há amor. Não me acostumei ao Juliano. De fato. Eu o estranho dentro de mim até hoje, pelo rebuliço que ele me causa. Tira o meu respirar da inércia. Não me acostumei com a casa. Ainda há cantos aqui dentro que eu desconheço. E o que me segura aqui dentro é essa vontade de descobrir o outro em mim. Encher a casa de dentro de vida. Pentear os pensamentos como diz o Caio Fernando... e desembaraçar o meu medo de sair...

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quinta-feira, setembro 20, 2007

Passei daqui... e continuo andando sem participar do espaçamento dos passos. Acordo e durmo com F. Pessoa. E releio. E escrevo. Ontem assisti a gravação de uma entrevista do Juliano e tomando café daqui e dali olhava para o desfoco todo interior de dentro de mim...

Havia tanto ali pra dizer. E o mais engraçado, pensei eu, é quando a gente assiste a si mesmo. Que vazio que dá olhando de fora. E dentro, tanto por compartilhar. Pensei que a dor que habita o humano de mim não pode mesmo se comunicar. Ela está deslocada no tempo e no espaço. Assistiu cenas de um passado em outro mundo, em que eu não existia. E parou ali. Não conseguiu tomar o caminho de volta. Havia muitas estradas para escolher e ela vai e volta para não sei onde.

Lembrei do Bojador, da necessidade de navegar. Da imprecisão de Netunos e Posêidons aqui dentro... disputando uma descoberta de uma certa Atlântida mitológica de sentir. Longe, distante, imprecisa e ausente do real...

Olhei pras coisas que estavam ali naquele cenário de gravação. Eu sempre olho pra ele com admiração. É bom admirar quem ama. E amo mesmo, e ao mesmo tempo isso sempre parece ser incompleto. Não o amor, nem o amar. Mas como a gente entende? E isso tem controle de algum lugar? Pra dilatar pra onde? E a gente dá conta desse sair de si? É curioso como amar te tira de você. E se você é apegado assim a si mesmo, lamento. Vai doer.

O cara da câmera passava de um lado para outro. Devagar. E me senti daquele jetio olhando o mundo dentro de mim. Recortada. Com lentes imprecisas que tentam focar o que é nebuloso. Nem mesmo a luz permite ver. Será que o filme dentro de mim ainda é preto e branco? Ou as cores são vivas e gritantes demais? Machucam os olhos com esse excesso de poluição visual. Lembrei do Livro do Desassossego: que cor é sentir? da música da Adriana Calcanhoto... cores de Frida Calo... essas tem sido berrantes aqui dentro.

E me calo. Deixo a luz acender. E a câmera desligar. Quero voltar. Assistir outros filmes. E fora de mim.

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quarta-feira, setembro 19, 2007

o que é mesmo fernando?

Ontem fiquei com o sono longe de mim, passeando pelas estradas atemporais do coração e da mente.

Estou com o Pessoa entranhado no corpo... e estranhamente, acabei de encerrar as Grandes Navegações com os meus alunos...

A gente tem que passar além da dor? Ou é além do Bojador? Primeiro, se passa pela dor... e mergulha-se no seu Cabo de Tormentas, com ondas fortes, gigantes, trazendo as tempestades de dentro de você. E espera-se... Meu Bojador é tão longe ainda de mim, fica lá, andando pra onde eu possa não alcançá-lo... escorrega da minha embarcação fora daqui, cheia de nuvens pesadas que acabam por arruinar a minha sensação - pequena - de nitidez de alguma coisa.... Por que é preciso doer? Navegar tem sido tão (im)preciso dentro de mim... sem rumo, com ventos de todos os lados. E os mais fortes são os de dentro. Revolvem as profundezas desse oceano escuro e frio. Sem jeito, esperança, forma.

E onde está a tripulação? Se recusa a viver de dor... e eu esperando passar a chuva, sozinha. Olhando pra dentro desse tempestar de sentir e pensar... Só. e antevejo que essa viagem é solitária pra dentro, e pra fora, arriscoso demais... Onde está você Fernando Pessoa? Passou a dor? Me conte o que há além desse Bojador embaçado dentro da gente...

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quinta-feira, setembro 13, 2007

amor meu grande amor...


Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada

Assim como as canções, como as paixões e as palavras

Me veja nos seus olhos na minha cara lavada

Me sinta sem saber se sou fogo ou se sou água

Amor, meu grande amor, me chegue assim bem de repente

Sem nome ou sobrenome, sem sentir o que não sente

Que tudo o que ofereço é meu calor, meu endereço

A vida do teu filho desde o fim até o começo

Amor, meu grande amor, só dure o tempo que mereça

E quando me quiser que seja de qualquer maneira

Enquanto me tiver que eu seja a última e a primeira

E quando eu te encontrar, meu grande amor, me reconheça

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segunda-feira, setembro 10, 2007

Caminhar assim...




Voltei pra casa ontem à noite depois de um encontro com amigos... e me peguei pensando nesses caminhos misteriosos do viver... Tinha visto essa fotografia e fiquei tocada pela imaginação à lá Alice na suas maravilhas de que de fato a gente poderia caminhar assim... leve. Não me lembro onde amarrei os cadarços e deixei o resto de mim...

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domingo, setembro 09, 2007

menino-sol

Nasceu o Caio...

Hoje cedo presenciei, virtualmente nas telas de casa, o nascimento do Caio. Meu novo primo, recém-chegado a esse planetinha azul. Ele é filho do meu primo Lucas... grande, todo transformação, coração.
Nós somos primos de alma... e a cada vez que eu o vejo há um dilatar da gente em direção ao outro. Os milagres e mistérios da vida confirmam isso a cada experiência nossa juntos.

Eu teria muito pra escrever sobre o Lucas. A maior parte das minhas lembranças adolescentes são recheadas por ele... dos jogos de vôlei em Capão da Canoa, das baladas à noite, dos luais, das conversas intermináveis, das paqueras no calçadão... A primeira vez que fui ao Rio de Janeiro, e me apaixonei à primeira vista por esse cantinho de mundo, ele me apresentou a cidade. Eu tinha 13 anos. Nós saíamos muito juntos nessa época e me lembro de ficarmos uma noite escutando Rush e o Bolero de Ravel, olhando a praia da janela. Falamos de sexo, drogas e rock and roll. Falamos da vida, do que desejávamos para o futuro. Das saudades do Tio Fredy, do vô, dos planos de amor, dos caminhos da vida, dos desvios do presente, do amanhã que talvez nunca chegasse mesmo.

A gente ia caminhar pela beira da praia... olhar o pôr do sol, olhar os cara e as garotas bonitas. Tomar sorvete e cerveja. Falar mal dos chatos. Num dia de caminhada pela beira mar (eram sempre longuíssimas!) resolvemos voltar pelo calçadão e fiz algumas bolhas no pé... ele testemunhou a minha primeira grande insolação, os micos todos no Rio pela cara de "gringa", me viu tomar foras, ser paquerada, quase me afogar, tomar o primeiro porre... mentir pra minha mãe (e ele me ajudava nisso!). Há tanto de companheirismo... tanto de ariadne nas mãos dele que me troxeram até aqui. Foi quem me falou pela primeira vez que fazer terapia era legal... Ele sempre me protegeu - apesar das crises adolescentís dos 16, 17... - de mim, dos outros, de dentro e de fora.

O Lucas sempre foi lindo, por dentro, por fora. Me lembro do orgulho de sair abraçada nele e deixar todos pensando que ele meu namorado. Era um sujeito grandão, nadador... cheio de charme, menino-sol, bronzeado nas areis da cidade maravilhosa e banhado pela Aurora, de dedos rosados e carinhosos... uma figura cheia de beleza...

Mas o motivo desse texto é para agradecer uma coisa que talvez ele não se lembre... já fazem 15 anos... Ele me levou para ver o primeiro nascer do sol no mar... A gente ia voltar para São Paulo naquele dia cedo e eu adorava os verões no sul, sobretudo quando ele estava por aparecer. Era companheiro, cúmplice e fazia tudo o que os bons moços e os maus moços (a parte boa que as meninas românticas gostam!) faziam numa pessoa só. Tenho saudades. Mas me lembro mais ainda das conversas naquela manhã. Dos medos de crescer, da minha pretensão em ser resolvida, inteira, viva. Dos meus sonhos... e quando as estrelas começaram a se despedir de mim, a gente ficou em silêncio por muito tempo... vi o céu ficar lilás como as hortências da estrada para casa... e a gente encostou um no outro. Silêncio. Havia um mundo nascendo ali na frente da gente. E tão poucos sabiam daquela imensidão. De dentro e de fora. Desses mistérios que a gente acha que entende (e escreve e desentende e deita, dorme... deixa)...

Ficamos ali vendo as cores se desdobrarem em nós, dançando de um lado para o outro apontando sei lá pra onde que a gente nunca consegui ver, desenhando um horizonte torto, colorido, manchado, cheio de alis, aquis... e a gente se emocionou ao perceber que a nossa vida seria quase tão diferente daquilo que a gente rabiscava nas conversas de beira-mar... e, ainda assim, estaríamos juntos. Nessa distância. Nesse vir, deixar, porvir. Querer e amar.

Consagração de um amanhecer que dura até hoje dentro de mim quando a gente se reencontra. E fala-fala-fala e riririririri o tempo todo. Quando a gente filosofa, esquece de si, toma cerveja, sai pra caminhar por dentro da gente, sem destino, sem ir, nem voltar. E num desses tropeços pra dentro de nós... olha como a vida é traquina... linda, inteira... presenteia... milagrecer...

Essa manhã e esse menino-do-sol, Lucas, você trouxe de volta, agora fora de ti... mais tangível pra nós. Ser. Presentificado no Caio. Trazido pelos ventos do outro lado, pelas ondas do mar, e pela dança de cores dentro da gente... e que esses horizontes sempre caminhem pra longe, puxando gente pra fora da gente... deixando lá, aqui, em mim, em você, na Terra... através dos ares todos...

Menino-sol... bem-vindo de volta... e que o amanhecer para ti aconteça todo instante. Teu pai sabe guiar a gente nesse caminhar de beira-(a)mar...

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quinta-feira, setembro 06, 2007

Só para não passar em branco....

Depois falo mais dessa sensação gostosa de ver coisas realizadas. Estou orgulhosa, cansada, feliz. Nessas horas, muita coisa volta a (re)fazer sentido na vida da gente. Fiquei me perguntando sobre o papo "felicidade". Tão rápido... faz a gente desejar permanências na vida e que só acontecem com esse despojamento de apegos, vontades e (per)seguir..

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quarta-feira, setembro 05, 2007

Hoje é o lanaçamento do livro do Juliano... Ontem à noite fui encontrar o meu amigo-irmão de alma e demos uma passeada pela livraria. Lá estava o livro no meio de tantos outros...

Fiquei me lembrando de um email que ele mandou semana passada sobre a sensação de ver seu livro publicado ali no meio de tantos outros. Achei graça do caminho da cabeça dele. Mas ontem, mais que isso fiquei pensando ali na livraria, olhando aquele monte de autores, sobre os caminhos de cada um deles. Nesse sentido é mágico poder acompanhar a gestação de um filho nos bastidores. Tanto aprendizado nisso. Crescimento. Dilatação de dentro.

E perdoem as pieguices, mas fiquei com a imagem do filme do "Procurando Nemo". É um pouco essa a sensação - pressuponho - você lançar naquele oceano, informações, conhecimento, opinião. É tanto por ver. Fiquei orgulhosa dele. Por alguns segundos eu me lembrava de uma fala constante no Nosso "eu sou tímido". Timidez é sinal de orgulho. E achei bonito, corajoso, ele se despir desse jeito pro mundo. Humanizar as relações. E vejo esse livro acontecendo dentro da gente. Das descobertas, das experiências. Da humanização de coisas que não são escritas. De um cuidado no observar, perceber.

Fiquei pensando se os outros autores ali tinham vivido isso no coração de algum modo. Que histórias eles tinham para contar? Como tinham sido os bastidores dessa despir-se? Pena as editoras não contarem essas coisas. Parece sempre que o livro vem pronto. Que a vida prontifica tudo pra gente. E ontem, depois, conversando com o Vinícius, falando sobre o amor, os relacionamentos, os desafios, os casamentos, fiquei com o coração emocionado sabendo que tudo isso é pura construção. E que as fundações dela são trabalhosas de levantar. Custam. Suor, desapego, paixão pelo transformar-se... deixar-se ir pela mão do outro. É mais que confiança. É entrega. E como a gnete teima nisso! Cumplicidade...

ELe não dormiu essa noite. Claro. No lugar dele provavelmente eu teria tido um treco antes... mesmo. Mas acho especial poder testemunhar esse nascimento, acompanhado de tantos outros que os leitores mal imaginam. Nada virtual.

Hoje cedo, há pouco, ele saiu de casa serelepe. Tinha uma porção de coisas para fazer. Está preparado para o evento de hoje à noite. Uma agitação que lembra festa de formatura, primeiro encontro, casamento, esses ritos que marcam os caminhos transformando-se... Comecei a arrumar as coisas aqui e deixei a roupa dele em ordem. Bontinha, pendurada. Achei graça disso. Cuidar dele. A ternura surge nesses pequenos momentos da vida. Que tem permanências tão sutis... e aí me senti como aquelas mulheres no mundo antigo... que as historiadoras de gênero não me leiam! - arrumando o guerreiro. E me emocionei. Você ajeita e prepara o outro para algo que está fora das fronteiras do seu... do Nosso, e ao mesmo tempo percebe que essa fronteira é tão dilatada. Elástica.

Percebi o cheiro dele, a nossa história, as nossas coisas. E tudo ali tão etéreo, mas forte. Tentei me colocar no lugar dele. Repensar a trajetória profissional, os caminhos perdidos, encontrados, os desvios. As celebrações, os choros. As idas. As voltas. Surpresas. Há tanto nesse homem e, mesmo eu, assim tão perto, não sou capaz de apreender essas sutilezas invisíveis. A sensação de querer apoiar e não saber como nos deixa vulneráveis nesse amor. Expostas as debilidades desajeitantes da gente. E acho graça de mim querendo bancar a "esposa". Revi os meus escritos de pesquisa. Tudo passou tão rápido... ri da minha dificuldade de comunicar essas sutilezas todas...

Achei bonito esse feminino desengajado em mim. Fiquei ali, olhando a camisa, a calça, um bom tempo. O sol entrando pelo quarto, anunciando esse dia dele. E que delícia poder ser a primeira convidada. Para um debate dentro dele. Sem platéia. E que não tem prazo para acabar.

Juliano autografou o meu coração... pra sempre. E eu permaneço conectada...

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terça-feira, setembro 04, 2007

Algumas descobertas da vida são mais dolorosas pelo descompasso do que pelo descobrir... Às vezes sinto como se vivesse num filme francês cheio de histórias que se enrolam em si, desdobram-se nos sentires, olhares, calares... E falar? Para que?


Tem sido difícil conviver com o silêncio. Em muitos sentidos. Muitas vezes tenho a tentação de sempre me fazer sincera. Direta. De algum modo - ingênuo? - penso que isso pode ser uma demonstração de força de caráter. E o mais estúpido é quando a gente se percebe completamente humanizada e despida dessas etiquetas sem fim... E olhar os talvez. Os "se"... quem sabe? Dói. E mais pela ausência de qualquer solução do que pela verborrágica procura - (ir)racional - de ações. Pragmatismo. Nada...

Ontem saí da terapia com esse vazio. Me lembrava da fala do Juliano, citando uma vez, que os sentimentos não precisam ser comunicados. Só sentidos. Alguém aí sabe como se faz isso? Digamos que para uma pessoa absolutamente pluralizada na experiência do sentir - e por que não completar dizendo que há uma dose de exagero nisso tudo que não sei como resolver (há meios?) - a sensação deve ser comunicada. Faz parte do ritual do viver.

E ontem me dei conta que há de fato coisas que a gente carrega sempre, para sempre talvez, para dentro da gente. E ficam ali. Vivas. Mas monologam com o teu coração. E você nem sempre pode - ou deve - responder. Era tarde e me deu uma crise de choro no carro. Andei devagarzinho pela direita para não correr riscos. Expor desse jeito o sentir me parece arriscoso... Mas que seja. Consegui falar ao telefone bem quase engasgada por mim mesma. Dirigindo o carro e desgovernada aqui dentro.

E o que fazer com o sentir? Deixar? Sair? Sentir? Não tenho idéia de como isso sai - ou fica - na gente. Em paz. Tenho vontade de falar e não consigo. De rir e não posso. De chorar... e não sei mais. Dá saudade.

Acordei à noite milhões de vezes e vi o Juliano ali do lado. Dormindo na sua semi-gripe de pré-lançamento. Gostoso saber dele ali perto. Mas a insegurnaça do peito apertava e me impedia de continuar o sono que nunca chegava. Saí cedo. E espero que o dia me deixe respirar um pouco para fora de mim. Aqui dentro muitas vezes o mundo sufoca. E lá fora... tanto por sentir. Novidade. Diferente...

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segunda-feira, setembro 03, 2007

Para aqueles que são aliados da força!

Sensacional...
http://www.collectspace.com/news/news-082807a.html

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Queria poder sair daquela frestinha de luz...

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Ontem fui visitar a Teresa. E é muito misterioso como os laços se dão, os nós desatam... Nós nos conhecemos no ponto de ônibus...
Acho que eu estava no terceiro ano da faculdade e costumava sair cedo para chegar cedo e ver os amigos. Sempre gostei de puxar papo no ônibus e nas filas. Acho que é um bom lugar para a gente descobrir pessoas, vida. E saimos do habitual mimimi de reclamações. Aliás, assunto em qualquer lugar de espera é sempre o mesmo: clima, se vai chover, é ruim, se está calor, também, se demora, é péssimo, se vai rápido (ok, isso nunca acontece!) não é mais que obrigação.

Aquele dia foi especial. Um desses reencontros de alma que a vida não avisa, mas programa. Ficamos amigas ali e a vida nos presenteou depois com uma série de amizades comuns, outros reencontros. O primeiro, e acho, mais importante de todos fio o Vinícius. Eu nem saberia falar dele num texto. Não sei me expressar nessa convulsão de sentimentos por ele. E o mais bonito de tudo é que ele nos aproximou muito. Nos deixou mais irmãs e cúmplices, num certo sentido, de muitos porvir...

Apresentei o Thomas pra ela. Thomas é um par de águas-marinha na minha vida. Tem os olhos mais especiais já vistos, não pela imensidão do azul, mas por tudo o que esse azul traz consigo. Hoje o Thomas é marido dela. E a história, pra ser contada, vai levar ainda alguns anos... Trata-se daquelas histórias de amor que a gente presencia de perto, bem de perto, e quase duvida que seja real. O cinema está perdendo grandes histórias por aqui.

Meses depois a Teresa me apresenta o Juliano. E desse eu não vou me estender muito por razões mais que óbvias. Ele já uma extensão minha. Como ele mesmo disse nesse fim de semana "carne do meu coração". E não há nada mais intenso que isso. O amor ainda misterioriza seus mistérios no corpo da gente.

Há algum tempo atrás nós 4 nos estranhamos um pouco. Nada que fosse suficientemente forte para abalar um reencontro. Mas a vida também prega peças. Estremecimentos à parte é mais bonito ver a reconstrução das casas e das coisas importantes do que se fixar naquilo que elas destroem. Foi mais ou menos assim... amadurecer diante da vida. Diante dos amigos. Do coração.

E a cada encontro com Teresa e Thomas isso parece ficar mais claro. É tão bonita a experiência de formar a família. Essa sim a gente escolhe. Não é o sangue. É a vida que brota dessas descobertas em esquinas de ponto de ônibus. Somos padrinhos deles. E eles da gente. Foi a mãe da Teresa que cantou a bola sobre o Nosso. Tantas coisas nessa sacolinha de viver.

Ontem, como eu dizia, fomos visitá-la. Ela está meio dodói e num momento quase inesperado começamos uma "conversa de meninas". Eu adoro conversa de meninas. Embora, tenho que confessar, que tenho pouquíssimas amigas mulheres. Portanto, quando essas conversas acontecem, tem repercussões no peito por meses. A de ontem não foi diferente.

Não vou falar do assunto, de outro modo não seria "conversa de meninas". Essas conversas tem como pressuposto um véu de segredos que devem certamente deixar os meninos muitíssimo curiosos. Perfeito. Começamos falando do casamento... e isso se desdobrou em lembranças muito lindas da época de faculdade. De repente, me vi olhando para a Srta T há algum tempo atrás, mais ingênua e boboca com a vida do que qualquer outra, deslumbrada com um monte de sonhos que deram lugar a tatuagens bonitas na alma e, mais que isso, me trouxeram presentes tão exclusivos... Lmbrei de muitos cafés nos intervalos. De conversas sobre o mundo, a vida, e qualquer coisa quase-ou-nada-interessante. Horas nas mesas do Dpto de História tentando entender o que algumas pessoas levaram anos para apresentar e me dando conta de um mistério que nenhuma ciência é ainda capaz de explicar. A Teresa, ontem, me devolveu tudo isso. Nem sei se ela percebeu. Me deu de volta um "se" que a gente, historiador, nunca pensa. E que não é um crime trazer essa particulazinha pra dentro da vida. Mas não cultivei nenhum arrependimento... não mesmo.

Ao contrário, me olhei ali, naquele sofá da casa dela. O Nietszche (é o gato deles) com as suas traquinagens... e eu chorando. Descobrindo... e como a Penélope na Odisséia, tecendo e desfiando coisas de ontem de hoje, de amanhã. Ouvi tanto de mim ali. Na boca dela. Me vi pelos olhos dela. E, pela primeira vez, talvez, tenha sido tão desnudada por alguém. Ainda emociono com a generosidade daquela conversa. Chorei bastante essa noite. Não de tristeza. Mas não sei porque também. Será que o choro tem um motivo pra acontecer? Ou é o mistério em si quando ele acontece na gente? Dormi muito pouco. Tive que disfarçar a insônia e não deixar o Juliano preocupado. Fiquei olhando de novo as cortinas do quarto. Ouvindo o barulhinho do coração, do vento. Lembrando do prédio da História, das idas à biblioteca, das discussões pretenciosas e sem propósito. Dos caminhos pelo gramado. Do pôr-do-sol. Da espera do ônibus e da chegada de tantos ônibus, que levaram a gente por ruas diferentes, com destinos separados. Que se distanciam no tempo, no percorrer. E a espera de um reencontro na esquina seguinte, pra tomar um café... e ver outros ônibus passarem...

Quis ficar na estação esperando. E ao mesmo tempo, a pressa de seguir meu caminho me deixam sempre com os olhos na janela. Olhando quem passou ali perto, e que eu levo pra dentro de mim. Em viagens desse silêncio. E da despedida.

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sábado, setembro 01, 2007

ouvindo o rádio

Há algum tempo o rádio tem sido mais companheiro que muitos amigos. Não pela falta de amizade do pessoal. Mas pela presença mais constante. Ao menos mais tagarela. Há algumas semanas eu tenho redescoberto algumas outras epifanias nas ondas invisíveis...

Sair de casa para o trabalho tem um ritual diário de compenetração interior. É a hora antes do espetáculo que a fantasia é colocada e a maquiagem refeita. Enfrentar a sala de aula é, de um certo modo, confrontar os meus personagens comigo mesma. E isso requer meditação e recolhimento. Antes. Depois.

No caminho há um trecho particularmente especial onde eu sempre paro um pouquinho para olhar. São 7 árvores que denunciam as estações do ano como ninguém. No interior da Vila Madalena... e eu passo ali sempre e me remeto ao meu coração, ao meu pensar, ao meu sentir, viver, falar e calar. Dá uma vontade enorme de silenciar tudo o resto em volta de mim. Parar para respirar e de alguma forma, observar a nuanças de cores de violeta, rosa, verdes, amarelos e dourados. Neste outono eu acompanhei o sono de cada uma delas. Passava de carro e já de longe via que as folhas e as flores - generosamente - enfeitavam o meu caminho para o trabalho. Era quase como um tapete vermelho pelo qual eu passava e, ritualmente, caminhava para o meu palco interior. Com prêmios inapreensíveis e inexplicáveis.

Mas essas últimas semanas... me dei conta que sempre ali dava a sorte (????) de ouvir uma música no rádio. Dessas que a gente gosta DEMAIS e pede para ouvir... foi mágico me dar conta que as árvores, as 7, funcionam como uma espécie de portal... silencioso para abrir as percepções musicais de outras rádios dentro da gente.

Mais mágico ainda foi perceber que a maioria das músicas por elas escolhidas eram endereçadas ao Juliano. Ou melhor, ao Nosso. E mais engraçado que tudo isso foi perceber que eu sempre ligava nessas horas do celular para ele para ele escutar as músicas junto comigo. E os risos dos dois ao telefone finalizavam essas canções.

Dias atrás indo por esse mesmo caminho, muito cedo, liguei na rádio USP... era a voz do Juliano falando no Leia Livro. Mistério? Disposição? Certamente epifanias que não merecem explicações, do contrário, deixam de ser epifanias...

Isso tem sido frequente... e me dando conta disso passei a cumprimentar as árvores. Todas elas. Agradecendo por esse cuidado especial no meu coração. Acho que até deu certo essa prece diária de agradeceres... essa semana elas inauguraram os primeiros traços da primavera... tá aí. No meu coração também. Hoje, sem tulipas no jardim de casa, mas com o peito florido, só para quem aqueles que tem olhos de ver.

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Há uma coisa interessante nesse processo de viver loucamente. Essa semana, na 5 feira saindo da usp eu simplesmente não sabia o caminho de volta pra casa.

No entanto, fiquei olhando a lua ontem à noite... no caminho de volta pra casa (já relembrado!) Amarela. Imponente e cuidadosamente espiando os desatentos com a sua magnitude. Ontem cheguei à conclusão que a lua é leonina.

A gente cria mecanismos de desculpas (para si mesmo?!) ou é um ato de negligência intencional? Digo isso porque me dei conta que meu tempo - escasso demais - sempre tem rituais que não abro mão. Olhar o céu, por exemplo. Tive uma semana enlouquecida e consegui escrever razoavelmente. Pacíficos no coração. Oceanos de todos os lados e lugares e profundezas mergulhando em mim. Senti o corpo levitar de dentro pra fora. Apesar de ter digitado mais de 1000 notas, preservei - talvez pela primeira vez - o meu espaço sagrado aqui dentro.

E não sei como pude ou mesmo consegui realizar isso. Talvez pelas aulas de natação. Talvez pela atenção dada ao Juliano em vésperas de lançamento? Talvez porque eu tenha desejado sair do meu estado de meninice reclamona.

Ah, por que a lua é leonina? Porque ela nem sempre FAZ tudo e de tudo para chamar atenção - pelo menos nem sempre. Mas quando resolve apelar... sai da frente. Me senti constrangida ontem à noite olhando para o céu. Como a gente tem presentes dos deuses - ou do que lá você quiser chamar... - o tempo todo.

Voltei pra casa tarde. Abri a janela. Olhei as cortinas dando espaço pra lua entrar aqui... Que gosotosa a sensação de ser testemunha silenciosa desses pequenos milagres. Tempo? ora, isso me parece mais esse discurso modernete que a gente monta pra se sentir aceito. Não é percepção... é disponibilidade genuína. Eu quero mais!

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quinta-feira, agosto 30, 2007

embalando

Era mais de 11 horas da noite e eu ainda estava encoberta pelos trabalhos e pelas notas... Tanta coisa pra fazer e ler... Ouvia do quarto da tv o som de um jogo de futebol e me acalmava sentindo a presença viva do Juliano aqui em casa. É engraçada essa construção da intimidade. Parei um pouco enquanto tomava uma sopinha quente que ele tinha me trazido... tudo ali ganhava sentidos multicolores com o respirar. O cheiro, as cores, quase as madeleines (?) de rimbaud...

Espalhei fotos nossas aqui na mesa do escritório. Família, amigos, o Nosso. Lugares para visitar. Viagens feitas. Cores, risos. Caretas.

As cortinas daqui são bem vermelhas... Esquentavam os sentidos. De repente me senti numa ilha Nossa. Cada objeto aqui tinha a sua história. O dia que escolhi, surpreendi, fui presenteada. Histórias de antes. Coisas do amanhã. E tudo tão presente que fazia o embalo no coração agitado suavizar a respiração, o sentir, o ouvir. O olhar.

E passei a granhar percepções, epifanias, mutações de paisagem que transfiguraram um novo rito do Nosso. (re)Construir(-se) o tempo todo. É isso que as pessoas têm chamado de amor? Ou é só uma tentativa minha de desaguar esse oceano de sentires...?

Dormi antes dele. Exausta. O chuveiro me deixava curvar... lembro que parei as mãos nas paredes do box e tentei estender esse sentir. Como há mistério nesse amor. O banhar-se do outro é único, lento, prazeiroso. Dorminhoco.

Senti aquele reconhecimento de braços, dedos, carinhos. Dormi. Embalada nesse mistério. Nessa novidade vanguardista reacionária do peito, do corpo. Hoje cedo, despertava aquele sininho do palm... a luz da janela, a cortina ali embalado o meu amor... e os beijos todos, só pra mim, pra guardar no estoque da boca. Até acabar hoje à noite.

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quarta-feira, agosto 29, 2007




Olhar isso aqui, uma estrela atmosfera desta estrela gigante de brilho variável, 50 vezes mais maciça que o Sol, é como examinar os detalhes de uma moeda a 75 km de distância. Fico pensando se é essa a imagem que a gente consegue ver da gente mesmo...

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destroços

Hoje cedo saí com os alunos para o Museu Paulista - o do Ipiranga...Passeava com o pensamento solto. É sempre bom sair com a escola. Gosto de poder olhar a rua e a reação das pessoas ao verem um ônibus cheio de adolescentes. É surpreendente em muitos sentidos. Acho que eles esqueceram-se da sua...

Num determinado momento da viagem eu me dei conta que chegávamos perto do aeroporto. Congonhas. Não vou filosofar sobre as causas do acidente. Não sou boa nisso e acho que perderia o que foi ver de perto...

Apertou o peito. A dor sempre é maior quando bate na porta do coração da gente. Não tive nenhuma perda real naquele acidente. Não conhecia ninguém, mas confesso que me deu um nó na garganta. Não havia nada ali. Nada de fato. Destruição de um monte de desconhecidos... e que senti fundo como a gente é pequeno diante daquilo que cria. Os fantasmas, as dores, as máquinas, o dinheiro, a vida, o amor... A gente sempre é menor que tudo isso.

Lembro que o Juliano e eu estávamos perto de viajar quando isso aconteceu. Não quisemos ver a televisão. Nem as imagens. Nem a dor das pessoas. Uma escolha que poderia passar pela "opção de alienamento". Prefiro chamar de "solidariedada silenciosa". Dói o excesso de barulho. No corpo todo. E foi aí que me doeu a visão de hoje. Um silêncio detonado em dinamites... nada sobrou ali. Nem a imprensa. De fato aquelas pessoas morreram. Mesmo. De uma vez. E se a gente pudesse parar ali e sentir. ...

Há tantas histórias enterradas naqueles escombros. Não são nomes. Nem números. São caras que iam ver a namorada, mães carinhosas, que exigiam notas altas dos filhos, filhso que pararam de falar com os pais. Chefe mandão, empregado cansado. Gente com problemas de saúde, com medo de escuro, depressivos, serelepes, que tinham brigado em casa, despedido o jardineiro, deixado de pagar as contas, que faziam poupança, deviam no banco, gostavam de andar na beira da praia, amavam filmes de ação, comiam pipoca e batata frita, eram desajeitados para dançar, tímidos, sofridos, eperançosos. Outros ali perderam a chance de pedir desculpas, de tomar uma cerveja com os amigos, ver o pôr-do-sol. Alguns certamente iam pegar um filme na locadora... esperar a noite chegar sozinhos, acompanhados, trabalhando... Iam viajar nas férias, tomar um mate no Guaíba e ver as pessoas passeando no Redenção. Fiquei ali observando as ruínas... tentando ver as histórias que nem a arqueologia ou outra ciência humana serão capazes de recuperar. E talvez a memória ainda as perca.

Fiquei me lembrando dos meus que eu perdi... Perder nunca é bom. Ainda mais se a gente não consegue explicar o porquê. Digo aos alunos que com o Criador não se discute. Ele está ocupado... E os humanos ocupados porque discutem demais. E a gente passa e soterra...

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terça-feira, agosto 28, 2007

me confundindo em mim...

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conectando

Ontem cheguei em casa meio moída. Depois de passar numa maratona de aulas e pedalações voltei com o rádio ligado na cultura... paz. vim chorando quietinha dentro de mim. Sentia tantas coisas que não sei explicar. Querendo dizer. Passei rápido no supermercado e quando voltei para casa eis que me abre a porta o Juliano... com um sorriso de meninão (essa parte do meninão é certamente uma das que eu gosto muito!) e com as mãozinhas pra trás trazia o seu primeiro livro.

Vi aquela peça de papel meio sem acreditar... Tantos meses juntos acompanhando. Esforço, minhocação, terapia, concentração, insônias... E mais que isso eu vinha apreciando esse sabor da demora, da conquista passo a passo dele. Admirada.

E caí em choro gostoso depois de ler a dedicatória. Tem tantas coisas ali nela que os leitores mal saberiam entender. Uma coisa tão do Nosso. Nem mesmo eu saberia (acho que nem desejaria isso...) explicar. Tem coisas que não se explica, se sente. E eu fiquei ali nos braços dele, sentindo essa expansão do corpo. Do peito pra fora de mim! Que medo! Mas como é bom cair em queda livre. E fui... devagar. Lendo as páginas que vi montarem-se devagar, demorar. Tão bonito. Ver a pessoa que a gente ama conquistando os terrenos é maravilhoso, sobretudo quando ela te estende a mão pra você ocupar esse lugar com ela.

Juntamente com esse livro, pouquíssimos sabem... há tanto aprendizado interior, amaduderecer, amar, crescer, querer, sentir e doer. Chorar, rir, comemorar, tomar pilequinhos, celebrar, não dormir, acordar, festejar. Esperar. Acontecer. Devagar. Descobrir-se. E conectar-se... no mais íntimo do ser. Só pro outro ver. E sentir com você.

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segunda-feira, agosto 27, 2007

É engraçado como a gente pode se esforçar demais por dentro e o outro nem notar. Ontem foi um dia em que coisas dentro do coração explodiam. E como não deixar explodir ou respingar no outro?

Na última 6 feira aprendi o ritual do perdão. Desde lá tenho exercitado esses pequenos momentos epifânicos. O amor tem um contibuinte caro: a gente quer que o outro mereça algo melhor do que somos. E de repente, tudo começa a valer a pena. Ainda dói aqui dentro. Tantas coisas. Escondidas ali, aqui, debaixo do travesseiro. Escuto os telefonemas. Os sorrisos e me recebo nos carinhos. Mas o resto... parece que o apego ao que aconteceu é tão maior. Fico me perguntando até quando as lágrimas conseguem existir.

Sábado achei que fosse desistir disso. De mim. Achei que o preço era alto demais. Tentei. Escutei coisas que não queria. Disse outras mais. Saí do carro. É difícil a comparação de qualquer coisa fora da gente. Como medir? Fiquei olhando as cortinas do quarto à noite. O vento quente ia e vinha. Nada parecia passar. E sentia aquele abraço só dele. Reconciliando a Thais com ela mesma. Será que vai passar? A gente nunca esquece as coisas. Mas é possível perdoar sem esquecer? A cabeça diz que sim. O coração silencia. Ele crê na mudança. Sente. Mas o medo fica ainda aqui no cantinho da porta... olhando pelas frestas.

Saí de dentro disso... e não sei se consigo caminhar sem olhar pra trás... E sigo no esforço. No rito. No repetido. No azul. No calar-se...

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o que será que vem do lado de lá?

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coisinhas do lado de lá

Eu não sei exatamente o que acontece quando a gente reencontra pessoas sem data marcada na vida. Fora a surpresa, vem um monte de coisas aomesmotempoagora que deixam a gente com vontade de falar de tudo. Isso aconteceu com poucos amigos. E se repete a cada (re)encontro com eles.

O André foi assim. Era uma 6feira bem atípica em SP (ou não?) cheia de carros enlouquecidos conduzindo gente mais doida ainda. Greve de metrô. Esse detalhe eu não sabia... E recebo as seguintes instruções do Juliano: "compra um vinho bacana e eu te ligo pra vc pegar a gente no metrô". Ok, positivo e operante. Estava correndo porque eu tinha dado milhões de aulas e vindo num auê para comprar o vinho a tempo. Recebi o telefonema. Saí de casa e acreditando que rapidamente pegaria os dois moços, viria pra casa e me hibernaria numas almofadas enquanto eles pensariam e resolveriam o mundo virtual (de repente é mais fácil do que o real...)

Ora, querida, sinto muito. O tal do André naquela ocasião demorou HORRORES para chegar - lógico! a cidade estava um HORROR! - e mais ainda... eu precisei ficar dando voltinhas no quarteirão para aguardar. Nas 3 primeiras, ok. Paciência é uma virtude. Descobri que não tenho. Na 5 volta um ônibus me fchou e claro que eu fui dar uma de mulher maravilha e desci do carro barraqueira-chiliquenta para dar uma lição no motorista. O máximo que eu consegui foi uma risadinha sádica e um pedido (quasemudo) de desculpas. Ok. Larguei o carro quase no meio da rua na Vl Madalena e saí a pé bufando... Quando cheguei os dois estavam animadinhos com a conversa. Tentei - mesmo- me recuperar de um estress. Não deu certo. O Juliano bem sem graça disse meio tímido "ela está brava". Esta PUTA DA VIDA. Mal dei um "oi" e segui caminhando na frente. À lá "vamos logo". Mas o moço era um amor. O tal do André foi deixando de ser "o tal" e com aquela doçura toda estava a caminho de desmanchar o meu bico. Dito e feito.

No carro ainda disse que ia me acalmar e ia voltar a ser simpática. Pode? Descobri que ele se interessava por antropologia. Achei legal. Nunca imaginei que alguém relacionada ao mundo da internet de fato quisesse teorizar um pouco mais sobre aquilo. Enfim. Seguimos e abandonei os dois com o vinho no escritório para uma conversa sobre a internet, o mundo de lá, de cá, etc e tal. Aproveitei e hibernei um pouquinho. Consegui relaxar e lá pelas tantas peguei um papo "Irlanda" no meio da conversa.

Irlanda. Não é uma palavra que me sai da cabeça tão facilmente. Tirando o fato de eu AMAR Guiness e tudo o mais, eu particularmente gosto das dancinhas, da música e de todo o resto. Não vou desenvolver muito o papo aqui. Mas queria pontuar que, de alguma forma, quando eu saí do transe do piti, uma coisa muito gostosa brotou. Falei para o Juliano depois. No dia seguinte eles se encontraram eu acho. Domingo fomos para a praça Pôr-do-Sol, com a Bianca, uma fofa de tudo. E ali as conversas foram mais amigas, mais soltas.

Reencontrei o André depois de um tempo em Londres e na Irlanda. Foi muito bacana. Conversamos no sábado sobre a vida e essa sensação de que as buscas se entrançam o tempo todo através da gente. Buscar tudoaomesmotempoagora não dá. Esgota. Falamos sobre o mundo de lá, de cá. Sobre as angústias. As vontades de mudar, de se mudar, dos medos. Dos momentos bons e de uma tentativa de humanizar as pessoas em suas coisas. Ou seria de humanizar as coisas das pessoas? Pretensões à parte, foi uma delícia. Acho que pela primeira vez eu conseguia conversar sobre essas coisas num universo tecnológico de bar. Bloguiros, gente que manja de sites, que publica, que acontece, que vende, que pensa. Poucos ali sentiam... E a Ceila foi outro presente trazido.

André, obrigada pelas músicas. Mais que isso, obrigada por reforçar a doçura nessas coisas que são quase de sci-fi. Tive a impressão de em alguns momentos abraçar gente feita de metal prateado e que fazem toc toc no chão quando andam, manja? Legal achar através de você (falar do Juliano aqui seria redundante... por razões óbvias)pessoas queridas, reencontrar em mim outras coisas que quase se perdem. E a gente, muitas vezes por presunção, deixa passar mesmo.

Nos vemos no próximo bar...

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blogando

Nunca pensei que um texto aqui teria esse título... Na verdade poucas coisas têm-se mostrado "normais" ultimamente comigo. Estive ontem, surpreendentemente, num evento de blogueiros. É. Apresentada pelo Sr Spyer como "blogueira". Esse título, epíteto desacreditável, aconteceu.

Lá pelas tantas me vi querendo dar palpites em coisas como "por que os jovens fazem isso ou aquilo". Blablablabla... na verdade me perguntei quietinha porque a gente fica se preocupando com isso. Sendo bastante honesta, ontem, pela primeira vez, percebi que meu blog era lido. E isso me custou alguns neurônios numa conversa.

Primeiro, porque eu escrevo... Nunca pensei nisso de forma organizada. Na verdade, escrever me organiza a bagunça interior...Depois, por que escrevo no blog? ora, essa pergunta acho que ficou (semi)esclarecida no texto "inaugural". Mas como cabeçuda deplantão enveredamos pelo caminho do públicoXprivado... Agradeço ao Pedro Mrkun pelas elucidações reflexivas-compenetradas-inusitadas a uma pre-iniciante-básica-complicadinhadealmaquegostadeescrever... De repente eu parei de ler sobre "gênero", história e a clássica "categoria mulher" e me vi abraçada a novos universos tecnológicos.

No fundo esse blog é uma tentativa de expurgar alguns demônios (no sentido original da palavra grega) que habitam a minha cabecinha. Pensar demais e sentir demais nem sempre combinadas são legais. Não mesmo. Por outro lado, pensar que este espacinho meu virtual (realíssimo) é habitado visitado. UAU. Lembro que mandei o linkdo blog para alguns amigos (bem poucos... ) os mais íntimos. Era como mandar um email. Foi mais que isso... eles começaram a mostrar para outras pessoas. Aí a gente perde de fato o controle sobre esse emailsópramim...

Ao mesmo tempo a sensação de ser lida - e mais, qeu isso aqui, de algum modo, faz sentido - me acalma. Ora, a inquieta não sou eu. Ao menos não estou sozinha. Verdadeiramente não tenho vontade de ser uma mega-pop-cheia-de-audiência. Isso me obrigaria a escrever. E odeio obrigações de alma. Estar vivo é suficiente para a menina. O resto precisa espontaneidade. E isso não se encomenda.

Presente de grego a idéia do Juliano. Isso aqui faz parte de mim de um jeito que sinto falta... gostaria de ter mais tempo livre para escrever qualquer coisa divertida ou que me ajudasse a organizar o álbum cerebral-sentimental.

Gostei do evento. Menos pelos debates. Mais pela conversa no sofá. Nos bares. Adorei rever o André. Ainda vai um texto depois sobre ele. Adorei estar ao lado do Juliano e ver as pessoas ali admirando e reconhecendo um dos muitos valores dele. O resto, fica nos bastidores. Bom ver gente humanizando a máquina. O resto, já vimos bastante.>

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quinta-feira, agosto 23, 2007

marquinhas

São 3 anos... e fiquei pensando no que dar de presente. É complicado porque a gente se presenteia todos os dias, em todos os momentos. Não seria exagero dizer que o Nosso é de fato um presente.

Fomos assistir Miss Saigon, presente da sogra... e ganhei o presente mais generoso vindo de alguém que está a se abrir a todo instante. Mas isso fica em segredo. É do Nosso.

Fiz uns marcadores de livros... Desses bem meus, românticos, ritualísticos. E novamente, à noite outra descoberta. Muito mais nossa...

E o mais incrível disso tudo é ver como a gente marca a vida um do outro, sempre, profundamente, intensamente. E não há como fazer isso sem dor...

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star wars >< sr dos anéis

1. Se sua espada cai, Aragorn precisa correr até ela para pegá-la de
volta.
2. Mark Hammil não parece uma moça feito o Elijah Wood.
3. Han Solo levaria apenas 0.0023 parsecs pra voar até Mordor.
4. Os Stormtroopers podem ser meio frouxos, mas pelo menos têm rifles
laser.
5. Duas palavras: cavaleiros jedi.
6. Flechadas não derrubariam um AT-Walker.
7. A Millenium Falcon é muito mais rápida que Scadufax.
8. Três palavras: sabres de luz.
9. O Um Anel pode permitir a conquista de um continente. A Estrela da
Morte destrói planetas.
10. Gandalf não pode simplesmente dizer: "estes não são os hobbits que
estão procurando."
11. Lando Calrissian traiu o grupo, mas compensou destruindo a 2ª
Estrela da Morte. Boromir traiu o grupo e, pra compensar, morreu
estupidamente.
12. Nenhum agente do Império tem medo da luz do sol.
13. Rohan tem tropas montadas. A Aliança tem uma esquadra de caças
X-wing.
14. Han Solo não namora uma mulher 3000 anos mais velha que ele.
15. Sauron não usa Star Destroyers.
16. O Pônei Saltitante não tem uma banda com integrantes de diversos
planetas.
17. Tantas línguas na Terra-Média - e nenhuma tão maneira quanto o
idioma Wookie.
18. Orthanc, Minas Morgul e Barad-Dûr não têm baterias anti-aéreas.
19. Nenhum Comandante Supremo do Império seria derrotado por uma mulher

e um hobbit.
20. Darth Vader não usa anel.

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terça-feira, agosto 21, 2007

Engraçado ver o tempo passar. E não sentir esse "peso" em você... Fazem 3 anos... e me sinto tão mais viva. Inteira. Ainda juntando pedaços desconhecidos de mim... Colando, costurando. Revendo a combinação de cores. E jogando remendos esfiapados...

Há gratidão nisso. E medo. Medo que eu me jogue ainda mais pra fora de mim. E o que fazer? Lançados os nós... Nosso.

E cada vez mais indefinido, define-se o que sinto aqui dentro. Inteiramente. Só pra ele. Devagar... como as eras. E deixando o que era para trás. Com conta gotas de aprender a amar...

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segunda-feira, agosto 20, 2007

vontade de ficar de ponta cabeça....

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o medo

Na semana passada, creio que pela primeira vez tive uma dimensão do que dizia o mestre Yoda sobre o medo e o lado negro. Curiosamente sempre me julguei meio "jedi" e , por ser fã do universo de Star Wars, achei que dominava alguma coisa dessas.

Nada. Conveniências e acasos à parte, estava passando o Episódio III - o nascimento do bebê vampiro Darth Vader. Fantástico poder assistir e combinar as reflexões com isso. Identificações tão sensíveis com a personagem do vilão. Como o medo de perder pode deixar a gente cego, deslumbrado com a vontade e a possibilidade de ter. E não temos nada. Mesmo. Fiquei pensando como a gente constói castelinhos de areia. Frágeis. Mínimos. Dentro e fora da gente.

Fiquei com medo de ter medo e cair "no lado negro da força". Entendia, muito claramente, esse lance todo de que o medo leva à raiva, que leva ao ódio e que leva ao lado negro da força... Tenho vivido tantos desafios jedis dentro de mim. Talvez sem o treinamento adequado, diria. Mas que pavor de pensar que posso atravessar uma fronteira dessas tão rapidamente. E mais medo.

Semana passada ouvia a terapeuta falando do que o medo faz com a gente. Como regredimos. E dizia sobre "sentar na verdade". Como assim? O que é a verdade ora, essa?! Como a gente direcionar o olhar e o sentir - examinar os sentimentos verdadeiros (o que mesmo???????????) - sobre a verdade. Onde depositar a confiança????

Me deu medo de novo. Há tantas incertezas no caminho... e coisinhas que a gente julga -petulantemente - saber...

É...

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sexta-feira, agosto 17, 2007

Ontem. Saí tarde da USP. Ouvindo sei lá bem o que e me roendo por dentro por causa do Pierre Bourdieu. No caminho pra aula uma conversa com o Tiago, velho de guerra! salve, irmão! sobre gênero.

Muito bem, trabalhamos juntos e ele foi escolhido primeiro porque é homem. Achei graça dessa situação - depois claro...! - afinal, não basta estudar as relações humanas disso que é chamado - vulgarmente hoje, penso - de masculino e feminino.

Fui pra aula rindo da nossa conversa sobre a História, sobre a vida, casamentos, separações, achados, perdidos, guarda-volumes. Ele se casou no início do ano com uma mulher absolutamente LINDA de morrer. Meio à lá Catherine Zeta Jones. De noiva então... pãtz! arrasou!

Este texto é uma homenagem a ele. Pra dizer de coisas, de afinidades de alma que a gente reconhece pela vida. Estudamos juntos. Mas não nos falávamos. Nem sei porque. Ele trabalha com o Vinícius, meu outro irmão de alma. E a vida reuniu a gente numa equipe sensacional.

O Tiago tem uns trejeitos do Vinícius, mas é mais bem-humorado. Ainda bem! Dá uma saudade do outro quando encontro um deles. Se parecem em muitas coisas. Estudam muito e fazem parte de um raro contingente de homens sensíveis-inteligentes-charmosos-meiofemininosporserembacanasedobemcomasmeninas! Sou fã. Ontem ele, surpreendentemente levou amanditas para a reunião. A gente como doxe HORRORES e como eu gosto de dizer, como que nem menino; ora esse papo de comer alface é pra coelho! Assumo minha condição humana !(ufa...)

Devoramos as amanditas em meio a uma reunião de decisões de comoseráofuturodahumanidadesedependerdenós. Não seria ruim se dependesse, mas acho que não ia rolar. Digamos que a gente seja do time idealista-ingênuo-sonhador contra o resto do mundo. Ok, meio alienista.

Apresentei a Márcia pra ele. Outro encontro. Tenho vontade de ter o Tiago e a Cris, mulher dele, mais perto. Engraçado porque tanto eu como ele podíamos ter transformado a disputa de vaga em desconfiança pura. Só amor! E reconhecimento.

Estranhamente eu sinto uma coisa meio mãe, pode? Vontade de cuidar dos amigos queridos. São tantos. Tantos que eu não vejo mais... A vidna do Rodrigo a SP me despertou tantos sonhos deixados nos lençóis... escondidos nas cobertas. Ficamos horas conversando no dia que ele veio em casa. Uma vontade de congelar ele aqui dentro. Difícil aceitar no meu apego leonino às pessoas que elas se vão, puxam os elásticos pra longe e nem sempre voltam depressa. às vezes nem voltam... e fico aqui esperando com a cordinha na mão... saudade de tanta gente! mas é bom ver que tenho diversas cordinhas amarradas nos dedos. Que, quando eu puxar, a pesca será maior...

E que seja doce... com as amanditas...

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terça-feira, agosto 07, 2007

lavando a alma MESMO

 

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emergindo




De fato, dá vontade de ficar ali, contemplando. E me lembro daquela frase de Fernão Capelo Gaivota... "vê mais quem voa mais alto". Ontem, antes de dormir fiquei relendo o Sandman. Antes de me despedir das cartas do Caio Fernando, estava com esse sentir-se só. Uma solidão de dentro. Olhava o Juliano ali do lado. Que coisa boa... mas é a solidão de que a transformação é solitária. Você só pode fazer isso por você mesma. E as pessoas, no máximo te aplaudem. Ou nem isso.

Sandman sonha? Permite esses sonhares. Nem sempre solitários. Mas deve ser mais triste só contemplar a humanidade dali de cima. É difícil optar pela contemplação e pela experiência... As duas dão esse medinho.

Saudade da cachoeira...

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segunda-feira, agosto 06, 2007

descasulando

28. Saturno. E esse amadurecer lento. Doído. Que a gente joga pra fora da gente quase cuspindo. Márcia leu meus textos aqui. Achei legal porque às vezes sinto que a solidão me toma escrevendo. Me deixa esse sentir-se só... Engraçado porque ela me fez ver uma coisa que tenho refletido - sozinha, claro.

Me perguntou se eu estava infeliz. Me disse - nada sutilmente, claro Márcia - que eu projeto as minhas dores nos outros, sobretudo no Juliano. É ÓBVIO que eu faço isso, por isso se chama relacionamento. Por isso mais ainda que eu estou vivendo essa catarse de transformações alucinantes interiores - e exteriores: CORTEI O CABELO! estou me achando suuuuuper mulherão! bom pra nova fase de aniversário!

Sábado rolou a festinha. Bom ver os amigos de tanto tempo! nossa! tanta gente querida! e todos se apresentando! se conhecendo se curtindo! uma delícia. Enfim. Eu fico sempre embasbacada e alucinada porque de repente estão todos juntos ali, de uma vez, ao mesmo tempo agora. E essa vontade de abraçar e sair falando-rindo-dançando-badalando-chorando com todos eles. E claro que eu não consigo. Minha hiperatividade ainda não deu conta disso. Ainda bem.

Mas o ponto da noite foi uma conversa com o Gavin. Ele é uma jóia dessas preciosíssimas que encontrei no meio do deserto. Um deserto intenso de experiências peregrinas pra dentro e fora de mim. Ao mesmo tempo. Um ano de trabalho com artistas num projeto meio "vamos mudar o mundo". Depois que os poderes de Grayscol não rolaram e faltou maturidade de todos os lados, o esqueleto tomou o castelo. E eu saí por Tandera sem querer definitivamente mudar o mundo. Já dá trabalho mexer dentro desse caroço aqui. Mas voltando ao Gavin... Artista queridíssimo e um educador que sabe - tem aprendido na pele... educar a dor. A dele. E isso me comove demais. Foi pouquinho, mas nesses pouquinhos sempre rolam as epifanias. Mistérios da vida.

Ainda vou escrever mais sobre ele depois... Mas o presente veio depois de uns vinhos aqui e ali. Uma despedida carinhosa e cheia de encorajamentos para prosseguir nesse desafio - bem precário às vezes - que a gente chama de amadurecer. Arte mesmo. Tekné. Saber fazer. Sem receitas. Aí está o conceito de habilidade.

Hoje saio da terapia depois de um mês de sossego externo e puro inferno astral vivido no âmago desse cuspimento de mim. Alívio... mais talvez porque as coisas demorem a se resolver do jeito que eu quero - e aí reside um mistério gostoso da vida - do que de uma pseudo-solução-terapêutica-astrológica-espiritual.

A gente vai vivendo. E se humanizando. E amando. E (des)cobrindo mais da gente. (re)velando... tanta coisa boa. Que presente ter o Juliano por perto. Mais perto de mim do que eu mesma...

pra me segurar quando eu bater as asas e deixar essa vida lagarteando...

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telefonando...

Domingo. Dia de (suposto) descanso. e lá eu... à procura de uma solução para o meu celular. Fiquei me sentindo em um furacão meio à lá twister... ou qualquer coisa brega e bagunçada. Fomos a 3 lojas da TIM...

Detalhe importante para sublinhar a eficiência de serviços de comunicações do país... ligamos para o serviço de informações e a figura, dita "consultora" consultou todo mundo e ninguém, podendo-estar-dando-a-chamada-consultoria-dos-assessores-da-TIM, pôde ajudar. Mãe Diná teria feito melhor. Walter Mercado com o seu "ligue djá", coitado... djá teria ficado esperando HORRORES e perdido clientes. Nenhuma clarividência explicaria isso.

Trânsitos astrais à parte... Andamos por 4 lojas... Mais fácil achar o Santo Graal e mesmo a Arca da Aliança. Quase pedi emprego ao Spielberg como atriz coadjuvante em Indiana IV! Nos mandaram para a loja do Vila Lobos - a 3 loja! - e quando chegamos lá... nos mandaram para o Iguatemi. Muito bem. Respirei fundo. Tentei pedir uma explicação qualquer e depois, "será que por gentileza você poderia ligar para lá e confirmar que o sistema deles está funcionando?"

"Não".

Como assim? Fiquei sem acreditar por uns segundos e já estava respondendo "ah, ok, obrigada".... "não podemos ligar pra eles porque eles nunca atendem o telefone", disse o mocinho com toda naturalidades dos consultores-consultados. Passei. Imaginem. Uma empresa de telefonia que não atende o telefone. Ok, ou seja, TIMganram...!

Chegamos na loja do Iguatemi depois de esperar o maná dos céus e Deus, evidentemtente, ocupadíssimo - imagino que ele deveria estar em algum local do céu atendendo ligações de pessoas desesperadas como eu, ansiosas e inconformadas. Ou pior - ele também não atendia telefone. Afinal, era domingo, dia do senhor. Havia uma fila consideravelmente GRANDE e todo aquele papo de "pode esperar pela senha". Pegamos senha. E ficamos olhando como peixinhos no aquário a loja em frente. VIVO. Estavam todos muito mortinhos ali, a começar pelos clientes, exaustos, impacientes. Ficamos ali e quando eu ia perguntar qualquer coisa filosófica como eunãoseiporqueagentetemquepassarporisso o Juliano se levantou e foi até a "concorrente". Mais: ficamos conversando com os vivos clientes e pasmem! - sãotodasiguaisemserviços! MESMO.

Depois de uma conversa rápida sobre promoções e seduções tecnológicas fomos surpreendidos pelo lojista da VIVO entrar, bastante à vontade, na loja da TIM. Literalmente atravessou a rua. Foi ali. Entrou atrás do balcão. Pediu informações à lá confidencial e voltou com um papo olha-a-gente-pode-resolver-isso-e-eles-não. A loja ia fechar. Antes que tomássemos uma atitude naqueles espírito -surpreendente - dominical, voltamos. Claro, eu tinha que xingar a vendedora da VIVO que foi suuuuuper grossa só porque queríamos uma última informação. Depois de ficar umas 6 horas do dia nessa comunicação surreal...

Voltamos para casa quase 10 da noite sem resolver as coisas do celular.

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segunda-feira, julho 30, 2007

o retorno ... de qualquer coisa

Enfim, de volta às praias paulistanas. Geladíiiiiiiiiissimas. Depois de alguns chuás nas cachoeiras de MG e alguns retiros espirituais - nada fáceis nesse trânsito de inferno astral (existe mesmo! aos incrédulos!) - estou de volta. Preparada para encarar mais um semestre. Mais um aniversário e mais um de tudo o que a vida reserva. (sempre é mais um... nada se cria, nada se perde... bla bla bla)

Estou pensando em escrever algo sobre o Retorno de Saturno. Meio remaker de O Retorno de Jedi. Detalhe: só terminarei a saga em 2009... Mas vamo que vamo. Muita literatura nessas férias. Carrapatos, pulgas e outros parentes próximos! Viva a natureza e toda essa onda brega de ecoturismo e preservação. Somos intrusos MESMO. Senti na pele (isso não é definitivamente, figura de linguagem... dá-lhe anti-alérgico!)

Novas metas - que espero, torço, suspiro - que sejam cumpridas! e aquele etc e tal de sempre na véspera de aniversário. Saudades do tio Fredy. e profundíssimas!!!!! sempre!

Fico por aqui com a previsão do tempo para hoje: saia de casa suuuuuper entrochado, com um anti-gripal, guarda-chuva, e uma regatinha e protetor solar caso o tempo mude.

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domingo, julho 08, 2007

Passeios a pé pela cidade hoje me fizeram lembrar de coisas gostosas do passado. Café depois de sair das aulas de ballet no municipal... visitas à livraria francesa...
conversas intermináveis sobre "como será o amanhã"...

É bacana quando o amanhã surpreende. Com gosto de trufa derretendo na boca... esquentando esse gelado da nossa existência.

Acabei de receber os meus pais aqui em casa e numa conversa com a minha mãe, recém chegada de Porto Alegre, com bá e tudo o mais, me dei conta que os amanhãs surpreendem sempre. Mesmo - talvez mais - na vida dos outros. Tantos anos fora do Rio Grande e a gente continua vinculado.

A família é a raiz mais forte que existe, quando bem construída. Me senti num romance da Scarlet Ohara... e foi assim mesmo que eu gostei de me sentir. Enraizada nesse vínculo misterioso da vida - a família. É o velho porto, seguro. Sempre com as luzes acesas, mesmo quando você muda e pára de olhar naquela direção. Misteriosamente - e sem você saber - ele te espera. Porque sabe que você, no fundo mesmo, nunca sai de lá.

Fiquei com essa doçura no corpo todo. Vi a Renata grávida, me lembrei do casamento dela. Em Lavras. Da festa, das risadas, do porre. Da volta pra casa. Do fim da faculdade. Tantas misturas boas aqui dentro... lembranças recheadas com esperança. De expectativa de viver esse futuro mistério que se renasce no ontem...

Fiquei pensando, olhando a Renata, que uma nova família viria ali. Esperada e cultivada. Deu saudade dos meus irmãos. Estão longe, vivendo suas (re)descobertas. Quis ligar pra eles dois... um aperto gostoso aqui dentro. Nem sei bem como eu comecei a escrever isso. Nem sei como vou terminar. Só a sensação de que é como um sentimento de família... nunca termina, nem sei se principia de algum buraco dentro da gente... e eu aqui... sem jeito, sem texto, cheia de sentir, se saudando nas lembranças de cada um ali na fala da minha mãe, nas risadas dos meus irmãos, e na barriga linda da Rê...

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quinta-feira, julho 05, 2007

casa(r)(ndo)

Estranhamente nessas férias estou caseira demais... Depois de ajeitar o básico no primeiro dia de sossego, atropelei a ansiedade fazendo faxina no guara-roupa... é. Terapia de graça, que alivia, e dá uma renovada na energia.

Foram horas de ajustes, ajeites, ajeitos, e desajeitos na minha bagunça interior que sempre se transforma depois de uma boa limpeza. Colocar as minhocas para trabalhar. Isso mesmo, que elas tenham utilidades nobres à alma além de me atasanar...

Aliás, outro dia me perguntaram porque há tempos não escrevia sobre elas. Se eu tinha dado férias às meninas...estava menos rancorosa... Fiquei ouvindo aquilo tudo... e de repente parecia que essa figura que me indagava sobre essa "peculiaridade" nos meus textos não tinha entendido absolutamente nada.

Não vou ficar explicando as minhocas, nem dizer nada delas. Além do que elas são de fato. Minhocas. Com "M" maiúsculo. E por isso mesmo, profundamente femininas (no pior sentido dessa contextualização... Pandora, você nem imagina como seria o mundo se naquela sua caixinha tivesse minhocas...! não mesmo!), com curvas, sorrisos, lábios e tudo o mais. E mais: inteligentes. Isso mesmo, burlam você, derrubam você. Por isso mesmo não podem ser apreendidas, confiscadas e, lamento dizer, explicadas.

Mas voltemos... Esse pequeno bate papo informal sobre elas me deixou encabrunhada... primeiro, tem mais gente que lê isso do que eu pensava. Bom. Não é esse o problema. Segundo, como tornar o indecifrável tratado sobre mim mesma, para sempre inacabado e revisado, e rascunhado, minimamente legível... Comecei a rir pensando que eu talvez me daria ao trabalho de fazer isso.

Tenho escrito sobre o casamento. E a pergunta do Gustavinho, citada no post anterior, me trouxe algumas luzes. Primeira fresta da janela aberta: eu sou muitíssimo feliz. E talvez seja exatamente esse o problema. Não em ser feliz. Mas compreender e apreender o que se entende sobre felicidade. Delírios literários, psicanalíticos à parte (não vou mesmo me dar ao trabalho de falar sobre isso!) eu fiquei pensando que, além do fato disso ser profundamente relativo, o desafio está em viver essas pequenas epifanias. Não compreendemos nada sobre o pleno estado do ser. Não somos. Estamos apenas. Estamos com calor, frio, fome, sede, felizes, tristes, eufóricos, putos da vida, de saco cheio. Estamos sempre alguma coisa. Essas etiquetas mutantes são a única coisa que temos de mais constante (apesar de toda a inconstância delas!)... e de fato, ainda estamos aprendendo a ser.

Talvez ser feliz seja extamente saber lidar com essa mutação de etiquetas emocionais, sociais que se têm o dia todo. Sem controlar. Ora, isso sim é pura ilusão. Talvez seja o movimento de sempre (re)fazer as faxinas no guarda-roupa... sem medo de jogar fora a roupa de anos atrás. O ponto é que a gente (aí sim!) É super apegado...

O casamento é isso. Testemunhar a vida do outro. Ok, essa é a parte fácil Você até pode assistir de camarote se quiser. Comprar uma pipoca, esperar e apagar a luz. A parte difícil, desafiadora e, claro, a mais bonita, é deixar que o outro testemunhe a nossa vida. Nossos defeitos, medos, alegrias, conquistas e derrotas. Testemunhe nossas mais feiosas e engraçadas idiossincrasias. E, maravilhosamente, passe a amá-las. É... isso é espetacular. Nossa existência na Terra já é solitária e corre-se o risco de ser vazia, sem graça, quase esquecida. Sempre me lembro de como os egípcios sacramentavam essa passagem da gente aqui. Escreve-se o nome das pessoas na pedra. Ela viverá para sempre. Será sempre lembrada por alguém.

Cansados de carregar as pedras habituais da vida que, cá entre nós, pesam um bocado... A gente se casa. Por amor, por medo da solidão, por encontrar a pessoa que completa, que dá sentido, por paixão, por gravidez inesperada, por grana, por qualquer coisa...

E, para o meu romantismo incontestável, o testemunhar é o que se tem de mais inteiro nisso. E justamente por esse motivo é que os casamentos duram pouco, ou nem começam, ou escorregam pelos dedos... Falta manutenção. Cuidado. Ser testemunha não é fácil mesmo. Advogados que o digam. Mas as pessoas tem medo dessa tarefa, você não pode mentir e, se o fizer, será condenado em algum plano de existência, seu ou do outro. Mas não passará incólume.

Justamente por isso. No dia do lançamento do livro do Pico, fiquei um tempão conversando com o Gustavinho... falamos sobre isso. Sobre mim. Ele viu uma Srta T há alguns anos atrás a ponto de quase se perder dela mesma. E foi o primeiro, talvez o único a dar a sentença de morte. Disse a ele de coisas que acontecem nos meus pesadelos de viver. Contei de coisas, de dores, de saudades, de tristezas, de transformações. E concordamos nisso. Transformação dá trabalho. Dor de cabeça (dói em outros lugares também...) E talvez esteja aí a metáfora do casamento que encontrei nessa conversa com ele... arrumar a casa para esperar a pessoa mais importante da sua vida. E descobrir que a sua arrumação, mon cher, não está a contento. Que aos poucos a monotonia da sua casa precisa mudar os móveis de lugar, limpar os farelos de pão que o outro deixou cair. Lavar lençóis, tirar o pó. Ah! detalhe importante! Nessa casa não se trabalham faxineiros ou empregados. Só você, afinal o seu convidado pode, no máximo, ser orientado onde e como jogar o lixo. E onde vai se sentar à mesa. O resto... é da nossa conta.

Por isso mesmo o casamento é assim. Bonito demais. Gostoso de tudo. Até com esse azedo amargo no fundo. Se mastiga... e quanto mais se mastiga, mais saboroso fica. Você descobre outros ingredientes secretos. Mas é preciso paciência.

Mais ainda, é preciso gostar de ficar em casa. E continuar arrumando tudo. Sem pressa. Com carinho e jeitinhos... fala-se pouco, e se faz mais... o resto, vem de madrugada, naquela ternura toda do edredon. Que é só nossa... e ninguém poderia jamais compreender. Epifania...

Gu, obrigada por me mostrar essa casa nova, naquela noite no Frans... sempre aberta para te receber...

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tardes de inverno



Essa imagem, de uma tarde de frio, sol, calor, passeio na usp...
Me lembrou o Gustavinho quando me perguntava na terça-feira, se eu vivia uma fase boa da minha vida...

Engraçado como isso se mostra de modos diferentes para as pessoas. Lendo e relendo algumas das coisas daqui, pode parecer, talvez, que eu tenha estado mal... mas como mesmo? se tudo o que eu tenho sido e vivido, experienciado e abraçado é o mais bonito que a vida pode dar. A gente nasce aos poucos, e demora pra florescer. Enquanto isso nos resta passeios em tardes assim, com carinhos na mão, no rosto e beijos no coração. Se a gente não consegue florescer a tempo, fico olhando as flores já nascidas. Vermelhas. Doídas até...

e agradecendo a minha história de amor... que sempre surpreende, e esquenta esse friozinho de inverno no peito...

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domingo, julho 01, 2007

resposta de infância

Thaty,

Mais uma vez fica dificil expressar em palavras tudo o que senti lendo o lindo post que você escreveu no seu blog. Peço desculpas pela demora em ler e responder mas minha vida anda literalmente de cabeça para baixo, acontecendo coisas que te conto na próxima vez que sairmos para tomar um chopp (quer dizer, tecnicamente porque eu, como sempre, vou pedir guaraná:-).
´
A vida realmente passa muito rapido e ao olhar para trás, pro nosso passado juntos, muitas vezes ele parece como algo de sonho, como cenas que nossa mente construiu e que não aconteceram de verdade.

Você bem sabe o quanto, em boa parte da minha vida, eu fui muito sozinho. Fosse pela timidez, pelo meu jeito ou minhas idéias eu era aquele garoto de um amigo só, que não saía com os outros e que passava longas tardes brincando sozinho. Isso só começou a mudar quando fiz quinze anos e quando por consequência conheci os meninos do Mirr (uma benção de Deus sem a qual não saberia como seria minha vida hoje). O que quero dizer é que antes de tudo isso, havia uma pessoa que enxergava em mim mais do que "o filho do dono da escola", o "nerd medroso" e esse alguém sempre foi você.

Você foi minha primeira amiga e a pessoa por quem me apaixonei pela primeira vez. A ´pessoa que aceitou me dar aulas particulares depois do horário, que criava e inventava mundos de fantasia, com que eu discutia a filosofia quântica dos nanotransmissores elementares :-0.

Sinto muitas vezes que em todos esses anos não fui capaz de retirbuir adequadamente todo esse amor e dedicação que você tem por mim e quero que saiba que se muitas vezes não o demonstro é porque não sei exatamente como faze-lo. Você foi uma grande benção de Deus em minha vida, talvez aquela que me deu a força necessária para sair do mundo infantil e perceber que não é só de fantasias que se faz esse terrivel e obscuro mundo das pessoas adultas.

Saiba sempre que te adoro e o quanto você é especial para mim. Estou certo que em um futuro distante, quando estivermos bem velhinhos, ainda vamos lembrar dessa fase com muito carinho

Beijos de quem te adora

Pico.

P.S: A nossa foto de caipirinhas é a ÚNICA foto de mulher autorizada pela Aninha a permanecer na minha escrivaninha :-)

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sábado, junho 23, 2007

irmanando

O corpo fragilizado mesmo... tanto cansaço, tanta vontade de ficar quietinha... e nesse quase-sono entorpecido... eu descubro mais...

Há coisas que a gente só se permite ver na fragilidade. Nesse entorpercer do corpo, cansando de si mesmo. De ver o mundo e sentir como se a gente pudesse, de alguma forma, controlar.

Ontem recebi a notícia... Clara terminou o namoro. Engraçado como algumas notícias tem impactos profundos na gente. Passei o dia com ela em sentimento. Não nos falamos. Fiquei com o coração apertado. Queria estar perto, ajudar, sentir, abraçar, escutar. Essas conversas que as irmãs têm quando se reconhecem mulheres adultas... Passei o dia assim. Descobrindo na minha fragilidade física a vontade de estar e ser ela. Tirar essa dor do peito e trazer pra mim. Mas ao mesmo tempo me lembrei de alguns anos atrás... a libertação é melhor sensação para a alma. Não posso roubar essa dor liberta dela. Não é justo...

e fico aqui, olhando as flores pela janela, esperando a Clara me ligar. Ou ligo antes? antecipo... ventos na cortina...

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sexta-feira, junho 22, 2007

antes de nós

Antes de mí tú no eras tú,
antes de tí yo no era yo.
Antes de ser nosotros dos
no había ninguno de los dos,
no había ninguno de los dos.

Antes de ser parte de mí,
antes de darte a conocer,
tú no eras tú y yo no era yo,
parece que fuera antes de ayer.

Antes que nada
yo quiero aclarar
que no es que estuviera tampoco pasándolo mal antes.

Pero algo de mí, yo no supe ver
hasta que no me lo mostró,
algo de tí, que quiero creer
que no vio nadie antes que yo,
que nadie vio antes que yo

Después de todo
lo que quiero es decir
que no entiendo como podía vivir antes,
no entiendo como podía vivir antes
no entiendo como podía vivir.

Antes de irme
yo debo decir:
yo también pensaba que era feliz
No entiendo como podía vivir antes.

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quinta-feira, junho 21, 2007

perguntando sobre as tulipas

Ontem um amigo me perguntou o que eram as tulipas além da obviedade - flores...
Percebi que o texto cozinhado na geladeira sobre elas deve ser terminado... Mas para que mesmo? não seriam essas tulipas as minhas testemunhas mais quietinhas? soli(t)dárias?

Talvez seja essa coisa do Mario Benedetti mesmo, sobre El Nuestro, que foi pessimamente traduzido! Dias atrás eu estava na Livraria Cultura e dei de cara com a tradução. "O Nosso Assunto"... que quase me deu uma crise de pânico. Me senti tão ultrajada com aquilo. Afinal, o Nosso é sempre nosso, meu quase. Como poderia ter sido traduzido desse jeito?

Acho que é o mesmo com as tulipas... não sei se vou me dar ao trabalho de explicar alguma coisa. Não mesmo...

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terça-feira, junho 19, 2007

caminhar por aí

 

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el nuestro

 

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o crepúsculo das tulipas

 

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