domingo, agosto 31, 2008

presentes

A gente ganha... de quem menos se espera... no anonimato mesmo.
Meu Mundo e Nada Mais
Guilherme Arantes

Composição: Guilherme Arantes

Quando eu fui ferido
Vi tudo mudar
Das verdades
Que eu sabia...

Só sobraram restos
Que eu não esqueci
Toda aquela paz
Que eu tinha...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...

Não estou bem certo
Que ainda vou sorrir
Sem um travo de amargura...

Como ser mais livre
Como ser capaz
De enxergar um novo dia...

Eu que tinha tudo
Hoje estou mudo
Estou mudado
À meia-noite, à meia luz
Pensando!
Daria tudo, por um modo
De esquecer...

Eu queria tanto
Estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz
Sonhando!
Daria tudo, por meu mundo
E nada mais...(3x)


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Há um desafio em se permanecer aberto... diferentemente dos livros, as pessoas não tem um fim. Os pontos finais nunca encerram nada.

Tenho oscilado. Me abro demais ou me fecho, me escondo completamente. Inclusive de mim. Há um pavor, maior que o medo. E o mais engraçado nisso tudo é a sensação de solidão. As pessoas dizem que compreendem. Mas não.

Tive uma discussão com a minha mãe. Ela sempre é desajeitada quando diz que compreende. Não compreende nada. Há um que de mãe mesmo. Uma tentativa de se colocar solidária... Fiquei espantada hoje com a sensação de solidão que se abateu em mim. Foi forte. Me apunhalou e me derrubou. Não tive vontade sequer de falar. Com ninguém. É sempre estranho quando as pessoas te acham desequilibrada e, por mais que você tente fazê-las ententer, tudo o que você consegue é um "eu sei como você deve estar, mas.." Essas coisas não tem "mas"...


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sábado, agosto 30, 2008

UTI

Talvez o mais desafiador naquilo que dói é reconhecer que se está - de fato - doente.

Não é de hoje. E poderia citar muitas causas pra essa dor dilacerante que gangrena em mim. Coisas de mim. De outros. De fora e de dentro que ficam aqui, latejando. Deveria ter imaginado que a contaminação das minhocas seria mais profunda do que abalar simplesmente a minha - aparente - tranquilidade emocional.

Faz semanas que choro. Muitas. Por coisas que são quase impossíveis de perdoar. De imaginar. De acreditar. Me lembro de um dia que um professor me explicou o que era confiar. Uma imagenzinha boba de um vaso de vidro. Depois de quebrado, mesmo colado, nunca mais seria a mesma coisa. Me perdi tentando colar partes de mim que foram estilhaçadas. O mais doloroso é que ao estilhaçar te colocam pra fora da vida. Te embutem num armário de "está a minha disposição". E fui obrigada a dividir o armário com mais um monte de fantasmas mofados.

Eu não sei se eu posso mesmo perdoar. Essa é a doença. Também acho qeu a dor que eu tenho aqui não será jamais compreendida por quem causou. Uma vez ouvi um conselho estúpido de "mostre como dói". O mais difícil foi reconhecer a minha incapacidade de devolver na mesma moeda. Não me rebaixaria tanto a esse nível quase degradado de carência e entendimento descartável das pessoas.

Estou na UTI. E me vejo sem conseguir pedir para desligarem os aparelhos. Uma exaustão que há tempos venho sinalizando. Será que eu sempre amei errado? Será que eu acreditei demais? Não vejo perspectivas em mim. A dor tomou conta e virou um cancer na alma.

Eu bem que poderia ficar me fazendo de vítima pra sempre. Seria até fácil. O difícil é ver a cura disso aqui dentro. Há uma sucessão de machucados transformados... uma tentativa minha pseudo-heróica de fazer alguém sentir e viver custa caro assim? Teria valido a pena de qualquer modo...

Tenho vontade de apagar a luz. Dormir. Esquecer de tudo. Fazer de conta que nunca foi. Voltar pra minha cômoda postura sonhadora. Me sinto doente. Fraca. Deprimida mesmo. E sem forças pra pedir ajuda. Sem coragem de me expor mais e pedir. Acho que já expus tanto... pedi tanto. E me sinto mendiga, andarilha da minha própria vida. Um desejo de sucumbir porque as forças acabaram. Tenho rezado para não desistir de acreditar. Há sinais de cura, os aparelhos apitam. Aqui dentro.

Onde eu ponho tudo isso inflamado? Será que cicatriza um dia? E será que eu tenho força pra esperar. Vejo. Sinto. Ouço as coisas se transformando aqui pertinho de mim... tenho pedido colo. Tem doído mais do que a dor pode expressar. E tenho me sentido só. Profundamente só. Sem nada a minha volta pra me agarrar.

Um perder-se de si. Do resto. Pra onde mesmo? Fiquei treinando hoje as defesas que aprendi no tae kwon do... como se pudesse me proteger do que já bateu. Sangra. Dói. E vou deixando de respirar. A dor penetra no peito e me tira isso que a gente chama de vontade de ficar. Nem de ir eu tenho vontade mais. Só. O trabalho, a sala de aula fica o meu esconderijo mais seguro. E os livros me jogam pra dentro desse universo das palavras, mais concreto e mais meu. Ando por aqui. E não vejo mais nada.

Escuto de longe os bips de aparelhos pedindo pra eu voltar, ficar. Preciso de ajuda. E não sei quem pode me (des)ligar...

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terça-feira, agosto 26, 2008

Me sinto andarilha em mim mesma. Perdida nos sonhos e nas fantasias que criei na infância. Crescer... é possível mesmo? Ontem assisti Intelgência artificial e me comovi com a cena do menino pedindo à Fada Azul que o transformasse num menino de verdade.

Parece que essa necessidade de amor que a gente tem vai além dos "limites da carne"... Depois de uma conversa longa com a minha mãe nesse fim de semana me dei conta que há muito de mim lá de longe, de antigamente... um antigo infantil, cheio de uma ingenuidade do mundo. Me senti tão boba. Como se eu quisesse provar ao mundo que os contos de fada existem...

Chorei muito. Me senti muito só. Tentando, acreditando, pedindo. Esperando. Me senti egoísta por querer que as pessoas realizem os meus sonhos... Nem Disney fez isso. Ninguém realiza nada por ninguém. Fiquei com vontade de sair correndo de mim e voltar pra escola. Brincar com os meninos de nave espacial - as minhas galázias eram bem mais interessantes que essa - e ficar ensaiando peças de teatro que nunca foram terminadas.

Senti saudades de andar de bicicleta na área de serviço - suspensa em um apoio - me dando a impressão que eu andava nas motinhos do Retorno de Jedi. Fiquei imaginando como seria a minha vida se eu tivesse ficado por ali mesmo. Frustrar-se é um desapego de si. Mas que se arranca partes da alma que são muito valorizadas.

Disse pra minha mãe que eu tinha vontade de sumir. Sumir mesmo. Acho que foi a primeira vez que disse isso a ela. FOi bom. Foi importante ela dizer que entendia. Quis voltar pra algum lugar... apagar uma série de coisas que me deixaram assim... de voltar atrás, bem atrás. De me rever e me acomodar. Me senti fraca, sem coragem. Vontade de me entregar nesse choro miúdo que não passa há dias... e dormir.

Queria patinar no gelo e cair - como quando eu era pequena. Me lembro que toda a vez que eu ficava muito triste com os meus pais ou alguém na escola eu me lembrava que a dor de cair no gelo e queimar as mãos era muito maior. Deixei o coração cair ali? Não tenho conseguido pegar dessa coisa escorregadia.

E chorei. Mais... não paro de chorar tentando recompor os pedaços de sonho. Um livro em fascículos. Rasgado. Fico parada diante de mim olhando e me perguntando se vale mesmo o preço ser tão sensível. E acreditar nessa sorte de bobagens de "ser feliz pra sempre" e um romantismo meloso de cinema. Me lembro que eu tinha um fã na praia - eu devia ter uns 13 ou 14 anos - ele cantava. Nossa turma passou o verão cantando nos luais e nos bares de Capão da Canoa. Ele era muito mais velho e tinha os olhos verdes mais lindos que eu conheci. Acho que desenvolvi uma paixão platônica por ele. Nunca aconteceu nada. Nem um beijinho. Mas eu babava... e me lembro que no dia de eu voltar pra São Paulo ele me chamou num canto e fez uma seleção de músicas pra mim. "Para você se lembrar que é especial, mas eu não posso ir além disso"... achei lindo. Uma delas era "se todos fossem iguais a você"... perfeita para uma leonina. Sublinhou em mim essa vontade de ser sensível.

Mas tenho tido poucas forças pra continuar nisso. Ao mesmo tempo é profundamente doloroso porque eu não consigo ser nada diferente de mim mesma. Egoísmo, egocentrismo... ou pura ignorância de viver. Não sei. Mas tenho caminhado em busca desses sinais da vida pedindo ou retirando... e não sei. Me canso. Me sinto só. Pedinte. Ausente de mim. Desapegando de coisas que são caras a mim. Querendo (des)acreditar nesse universo do belo e do mágico. Será que eu me tranquei no castelo da Cinderela? Perdi os dois sapatos... e o resto ... já tem passado da meia-noite? ou eu fico aqui ouvindo o som do relógio pra sempre?

Silencio de novo aqui dentro. E paro. E espero. Cicatrizo. E me largo.

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sábado, agosto 23, 2008

Tem dores que permanecem... e doem à medida que a distância aproxima ainda mais essa solidão de você. Em você.

Queria contar uma história cheia de celebrações marcantes. Dessas inesquecíveis. Queria poder viver esses momentos que o cinema separa - e escolhendo a dedo - mostra sempre com trilhas sonoras deslumbrantes. Eu sempre gostei de trilhas sonoras. Dos beijos de cinema e do jeito que os casais apaixonados se comportam.

Gostava das frases de efeito, das ações corajosas e de toda essa sorte de coisas que encantam o peito. Mas parece que deixei de ver A rosa púrpura do Cairo. Ou o vi muito pouco. Não existem histórias assim. Me deixei ficar adolescente e o que a gente chama de realidade é mais cru do que somos capaz de engolir.

Queria poder falar de feitos. De entregas e de um conjunto infinito de momentos preciosos como diz a minha mãe. Mas nada consigo contar agora. Nem mesmo quantas vezes choro e porque... não conto nada. Dos sucessos. Dos fracassos. Fico em silêncio tentando me achar no espelho. Olhei o que deixei pra trás... o que vi pela frente. Temi. Suspirando. Passei a tarde em revisões e brincadeiras de gatos. Até o Fred me arranha...

Paro. Emudeço. Quase desistindo de sonhar. E lembrando de Nelson Rodrigues... de Ulisses. De mim. De estar só...

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Ainda estou com as minhocas de Nelson Rodrigues. O que será que é amar errado? É pedir, esperar, dar, sonhar, querer, (não)dizer?
Há pouco tempo eu me senti a própria utopia. Isso não é um auto-elogio. Tãopouco esse pedestal... muito menos a insaciedade...

O interessante de se escrever aqui é que nem sempre as pessoas que te lêem entendem de fato o que você escreve. Isso é bom. Uma espécie de código do sentir transcrito nesse monte de palavrinhas articuladas. Isso é um bom andar-sonhando...

Ainda me pergunto se o meu idealizar vai me manter viva nos próximos x anos. Há tanto por entender e desaprender. Fiquei com a Clarice esse dias: entender é limitado. O texto falando de Ulisses e Lorelay... ele soube esperar ela ficar pronta. E disse isso a ela. Invejei. Acho que encerrei meus tempos de espera nessa encarnação. Esperar cansa. Mesmo que você esteja sentado. deitado... Hoje me dei conta que essa espera minha parece estar bastante mutilada. Cheia de pus e com um hematoma bem no meio... me dá uma fraqueza, lá de dentro, antiga, mofada.

Fiquei pensando se a vida fosse mesmo do jeito que a gente quer, se as pessoas fossem massinhas de modelar. Mas fiquei com o peito doendo porque às vezes o desafio que a gente se impõe é maior do que se pode ceder. Analisei as bases hoje cedo. Há muito o que ceder ainda? Parar de pedir é possível? É bom?

Por que?

Fiquei com a sensação da utopia... todos nós somos utópicos. Acreditamos tanto nas próprias referências que as tomamos como lei. E desejamos que outros legislem como nós. Fiquei triste. Doeu. Me senti tão e extremamente só que curvei. Dobrei os joelhos e abaixei a cabeça aqui dentro. Parecia que o dia terminara sem o por do sol. E o que se havia de belo a ritualizar... ficou... não sei onde. Se perdi? Não sei. Não encontro mais. E ainda aperto os machucados pra ver se sai mais...

Será que a gente ama certo algum dia? Existe isso? Ou se ama com o que se tem? Me lembro sempre do Vinícius que me repondia à frase "as pessoas dão o que podem de si" com "as pessoas dão o que querem"... até hoje não resolvi essa equação.

Olhei em volta em casa hoje cedo. Eram menos de 7 horas e eu já estava enebriada de trabalho e a cabeça funcionando. Senti o coração doer. Voltei pra cama. Voltei pro computador. Nada. Doía e eu sentia esse solitário dentro de mim crescer. Era como se eu tentasse convencer Salamanca que a Terra era redonda de fato. Mas só eu sabia. E ainda sabia, mais acreditava do que sabia. Nunca vi a Terra de cima pra provar isso, oras. Será que a gente precisa ver o amor de cima? Napoleão um dia disse que no amor, como na guerra, pra se vencer era preciso ver de perto. Não sei se eu consigo chegar assim tão perto...

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domingo, agosto 17, 2008

Reconstruir dá mais trabalho do que começar do zero. E deve ser por isso mesmo que viver um grande amor dá trabalho.

Ouvi essa semana o Vinicius de Morais cantando "para viver um grande amor" e senti que essa poesia só dá pra viver - na música - dentro de si. Doideiras à parte é preciso mergulhar dentro desse poço sem fundo de si e se permitir viver esse descascar sem fim.

Fui no Museu da Língua Portuguesa e fiquei estupefata com a quantidade de poemas dedicados a isso. No tempo. Como se ama e se deixa de amar. Se desiste, se persiste, se machuca, se inflama. Se rompe. Se some. Se apaga e se incendeia.

Dei de cara com o Nelson Rodrigues. Parecia uma conversa minha com o Juliano depois das habituais DRs... mas cheias de uma ternura piedosa dos nossos próprios limites. Serão 4 anos... que se parecem eternidades, um piscar. Fiquei com esse poema essa semana e achei curioso eu me lembrar tanto dele hoje, dia 17, 4 anos depois... Dancei com os poemas dentro da minha cabeça e me via - mais ainda - um tanto mais adolescente que aquele punhado de alunos de 8a série. E deixei. Calei.

"Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer sempre até o fim do mundo - porque sempre há de amar errado."

Nelson Rodrigues - Morrer com o ser amado - 1968


não sei o que o Nelson viveu... aliás, sei quase nada da vida dele. Mas sei, aqui, que essa solidariedade da ignorância do amar me dilata o peito. E, mais humilde, resignada, vejo que como disse o outro poeta: amar, se aprende amando... errado... certo... impreciso e único...

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sexta-feira, agosto 15, 2008

Ainda não consegui terminar o que comecei no meu aniversário...
Há uma solidão. Um calar... uma espera de sei lá o que, que às vezes parece que nunca vai vir... e espero. sinto, deixo.

Nadei mais de uma hora ontem. E nas braçadas me perguntava porque a gente se esforça tanto pra ir contra... Por que se treina isso?

Deixei a resposta no fundo do mar?

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sexta-feira, agosto 01, 2008

Passou... mais um ano. Não. Mais de 20. Quase mais de 30...

Há um mistério eu creio na comemoração de aniversários... Fiz o meu ontem. Dia 31. Estranhamente ele foi sereno. Uma felicidade suavizada. Pela idade?

Acordei cedinho. Fiz as coisas de sempre. Brinquei com os gatos, olhei os emails. Beijinhos e chamegos no Juliano. O trivial. O dia estava particularmente azul. Tomei café e esperei o telefonema da minha mãe. Nada. Ligou uma amiga minha. Foi gostoso. A gente falou de tudo e de nada. Mas foi bom sentir esse carinho pelos fios do telefone.

Fui resolver pendências de banco. Comprei docinhos pra levar pra escola. Espreguicei. Falei com mais um amigo. Olhei as vitrines da rua. Essas coisas... e percebia nesse dia que, apesar de eu ser a mesma há 29 anos, ainda era bem diferente de algum tempo atrás. Muda-se, mas permanece-se.

Dirigi até o trabalho ouvindo as músicas que eu queria. Escolhi várias do Queen porque sempre me lembram do Tio Fredy. E toda a bagunça que a gente fazia nos 31 de julho. Senti falta do meu pai. Do Gu que está na Itália. E, apesar de tantos amigos e pessoas queridas, a única coisa que eu queria era a minha família. Vontade de ficar quietinha. Aconchegada.

Fui pra escola e, chegando depois da agitação da primeira aula eu fui recebida com bastante afeto. Por gente que não me conhecia direito, mal me via. Fiquei ganhando surpresinhas aqui e ali. Beijinhos, abraços, um aperto daqui, dali. Fiquei feliz. Meio tímida-enebriada-desengonçada.

O carinho de alguns - inacreditável! - alunos e mais de um monte de gente que vê o teu nome no mural de aniversariantes. Comemorei. Do meu jeito. Meio quieta comigo e com as coisas que tinham acontecido.

Me lembrei de aniversários antigos, recentes. De 4 anos atrás... de promessas que eu fiz, que fizeram. Um passatempo meio de criança tentando localizar os sucessos e os fracassos. Nada pretencioso, mas fiquei com vontade de não fazer nenhuma lista. Só de me calar. Observer esse amadurecer-verde dentro de mim. Fiquei com vontade de me sentir igual aos navegadores espanhóis e portugueses que chegaram ao Novo Mundo. Ainda procuro isso aqui dentro. Mas parece que essa viagem vai além das 750 léguas depois das ilhas... será preciso ultrapassar mais cabos, mais tormentas. Uns sem esperança. Outros cheios de monstros e cantos... quis ser mais, ser menos. Quis parar, desistir e fazer tudo bem depressa. Voltar atrás. Apagar um monte de coisas. Deixar tudo como sempre foi. E... esperar mais 29 anos...?

Ficar no mar. E deixar. Ser. Sem esforço naquilo que eu acho que posso. Sem querer descobrir mais nada do que não posso. E ir...

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