sábado, novembro 29, 2008

Smile though your heart is aching
Smile even though its breaking
When there are clouds in the sky, you'll get by
If you smile through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You'll see the sun come shining through for you

Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile

Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That's the time you must keep on trying
Smile, what's the use of crying
You'll find that life is still worthwhile
If you just smile

That's the time you must keep on trying
Smile, whats the use of crying
Youll find that life is still worthwhile
If you just smile

(Chaplin)

Read More...

Ontem foi meu último dia no trabalho. E misturado a uma sensação de alívio e apego eu me vi ali, enfiada em mim mesma nesse monte de pensar e sentir e entender.

O mais mágico foi me lembrar - e sentir de novo - todas as coisas lindas sobre o último dia de aula. Como se fosse o fim de uma coisa muito importante da minha vida.Pixar camisetas, escrever bilhetes e dizer aquele monte de coisas (in)esquecíveis. Muitas daquelas assinaturas se apagaram e eu quase não me lembro de tudo... Mas a gente tem uma tendência a eternizar as coisas todas dentro da gente. Como se pudesse se agarrar o tempo com as mãos e colocar isso dentro do peito. Retocar as assinaturas, as pinturas dos retratos e corrigir os sons das conversas e despedidas, escutanto pra sempre.

Mas a memória é mais implacável... não se permanece como se quer. E que bom. Fiquei hoje cedo escutando Queen - who wants to live forever - e pensando no que seria a gente ficar assim, pra sempre, assistindo e vivendo a humanidade. O quanto a gente deixaria de ver o novo. De ser o novo. Essa palavra provavelmente desapareceria do nosso vocabulário. E eu queria entender porque ela sempre é tão necessária pra nós.

Ontem saí pelos corredores ritualizando em mim esse fim. Esse novo novo que se abre - e que ainda não sei onde está. Me lembrei do primeiro dia que entrei ali, naquela imensidão de prédios e ansiedade. Lembrei das entrevistas. Das frustrações da primeira fase. Do primeiro dia de aula. Lembrei do dia da saudação aos novos professores... dos que conheci. Dos aplausos que todos nós recebemos com a nossa chegada. Um auditório com quase 500 pessoas. E fiquei olhando naquela multidão quantos tinham saído para que entrássemos... quanta dor, desapego.

Olhei o sol se pondo no meio das árvores. As pessoas passando - sempre correndo - e sempre ocupadas. Olhei aquele encerrar de ano. Passei pelos corredores das salas de aula. Vi os que gosto, os que não. Olhei as salas vazias. Era um encerrar mais profundo pra mim do que o simples ano letivo. Vi as pessoas se aproximarem, falarem, inconformarem-se... Ouvi. Recebi abraços, bilhetes e até que chegasse naquele quiosque de festinhas e comilanças fui deixando o melhor de mim e levando uma coisa que jamais algum deles vai ter...

Recebi a gritaria dos alunos e aquele monte de pedidos de fotos, assinaturas de camisetas, ritos de passagem, de negação da ordem... Assinei me lembrando das assinaturas antigas. Daqui há alguns anos eles mal vão se lembrar dessas coisas, dessas pessoas, tãopouco das aulas. Tudo vira uma penumbra sem retoques no tempo. Olhei aqueles meninos e pensei o que eles vão ser daqui há 20 anos, onde estarão. Ah! se a gente soubesse. Eu não sabia há 20 anos atrás. Não via nada...

Ri bastante com os colegas e fotografei os bilhetes para mim. Olhei aquele clima de festa e notei que o ciclo estava de verdade encerrado. E isso me dava uma paz. Encerrei para eles, os alunos, não para a instituição. A máquina da instituição é insaciável. Nunca está bom. Mas para as pessoas, os alunos, há um saciar dado pela vida. Que não é saturação. Lembrei de muitos dos meus professores. Alguns mais, outros menos. Lembrei dos significados silenciosos de muitas das aulas. Das brigas e de tudo o que acontecia que parecia aos meus olhos a coisa mais importante do mundo. E de fato era. A diferença é que meu mundo foi se ampliando... ficou grande demais para aquilo.

Encerrei a minha participação. O mais difícil não é sair da vida das pessoas. Mas escolher o modo como se faz isso. A gente entra e sai da vida um do outro com a maior facilidade. Os relacionamentos são todos agora descartáveis. Um supermercado onde sempre o cliente tem razão. Deixei aquele lugar escolhendo quem levar comigo. Quem, de mim, deveria ficar comigo. Me despedi com alegria de todos eles. Levei as fotos, os bilhetes e todos os presentinhos.

Parti de um porto que não teria mais sentido. Que me enjaulava nessa vontade de sair e descobrir. Zarpei dali levando, nas bagagens especiais, um monte de lembranças e uma conquista minha, muito silenciosa. Não há paraísos mesmo. Mas constru-os aqui dentro, onde eu os possa levar.

E foi assim em cada classe.

E busco outros portos, menos barulhentos, onde eu possa ver mais o por do sol, escutando esse ir e vir das ondas, das gentes, de tudo o que a vida leva, traz, afunda no mar... e dissolve na água do tempo.

Read More...

sexta-feira, novembro 28, 2008

encerrando...

canto... nos cantos de mim...

It's coming on Christmas
They're cutting down trees
They're putting up reindeer
And singing songs of joy and peace
I wish I had a river
I could skate away on
But it don't snow here
It stays pretty green
I'm going to make a lot of money
Then I'm going to quit this crazy scene
I wish I had a river
I could skate away on
I wish I had a river so long
I would teach my feet to fly

I wish I had a river
I could skate away on
I made my baby cry
He tried hard to help me
You know, he put me at ease
And he loved me so naughty
Made me weak in the knees
I wish I had a river
I could skate away on
I'm so hard to handle
I'm selfish and I'm sad
Now I've gone and lost the best baby
That I ever had
Oh I wish I had a river
I could skate away on
I wish I had a river so long
I would teach my feet to fly

Oh I wish I had a river
I could skate away on
I made my baby say goodbye

It's coming on Christmas
They're cutting down trees
They're putting up reindeer
And singing songs of joy and peace
I wish I had a river
I could skate away on


Read More...

segunda-feira, novembro 10, 2008

Acordei pouco mais de 4 da manhã com a habitual insônia. Levantei, tomei um suquinho de uva. Andei pela casa acompanhando os progressos da reforma. Li emails. Brinquei com os gatos.

E ainda me pego descoberta pelas sombras do passado. Essas que não querem ir. Ficam. Rodeiam o meu espírito por dentro. E escrevem. E insistem. Achei graça disso. Tenho uma pilha de caderninhos e fitas para queimar. Olho-os todos os dias consagrande esse luto. Me despeço. E vou. Sigo, sem eles e as suas delícias que machucam tanto.

E voltam. No meio do dia. Cedo no café. Me visitam. As minhocas sempre ficam aqui e ali passeando. Lagartixas verdes que saem do piso. Meu ultimato funcionou, e o desespero delas nessa agonia de quase-morrer ainda me tiram essa energia. Elas se vão, queimadas em suas estacas de madeira na semana que vem. E jogo ali todas elas, suas lembranças, batons, perfumes e risadas. Deixo-as no lugar que jamais deveriam ter saído. Diluídas no universo.

E volto para o meu cantinho, submersa nessa vida... e esse meu renascer volta feliz. Aliviado, cheio de transformações que me devolvem ao Juliano. E ele a mim. Do jeito que a gente é. O Nosso. Sem mais nós.

E espero, contando os dias do sonhar, para desancorar esses barcos fétidos do meu (a)mar.

Read More...

domingo, novembro 09, 2008

Há duas semanas eu vivo um renascer. O fato de eu não controlar - nada - a minha vida tem as suas vantagens. Vivi uma reviravolta profissional que tem misturado alívio, mágoa, decepção (fuuuunda) e uma (re)descoberta de possibilidades. Intuições à parte, estou feliz, apesar dos medos.

A solidariedade dos colegas nesses momentos de ruptura é sempre um conforto. Mas, mais que isso, tem sido pra mim uma resposta do destino que, de fato, há outros portos para ancorar. Outros, zarpar depressa. Tânia me disse para não queimar navios. Quase tive vontade de incendiar a biblioteca de Alexandria. Mas me contive, pensando e sentindo que essas transformações só servem se virarmos do avesso.

Na verdade o que tenho sentido é que estou sendo revirada do avesso. Voltando para o meu eixo de sempre. Trabalhei tanto nos últimos dois anos que abri mão de conviver, sentir, (re)ver pessoas. E acho que a avalanche que me devolve isso é um sinal de gratidão. Apesar da dor. Apesar...

Achei que - em teoria - minha auto-estima ia ficar abalada. Ao contrário disso, me senti tão mais forte e convicta do que eu realmente (não) quero fazer na minha vida... nada me segura agora.

Mas os mistérios do ir e vir, do sentir, da dor e da decepção ainda vão precisar de uns dias. Em mim. Decantando para que eu transmute isso - esse visco - em estradas de tijolos amarelos. O resto. Só caminhar.

Read More...