domingo, outubro 04, 2009

um sono

Tenho sentido muito sono. Um daqueles profundos que te dragam a alma pro fundo de qualquer coisa. Não tenho conseguido resistir. Também não tenho me esforçado.

Parece que um lado meu silencia. Sonolento. Com um cansaço que dói. E me tira as vontades. Não tenho visto ninguém. Passo os momentos que posso dentro de casa. Com os gatos e os travesseiros. Tenho perdido a vontade de ler emails. De ler qualquer coisa, caindo num desatino do mundo.

Uma vontade de me espreguiçar pra sempre e deixar acordar - lentamente - os cantos adormecidos de mim. Parece que eu durmo há 100 anos. Numa floresta escura de árvores grandes e velhas. Com sombras e frio. Tenho me sentido cada minuto mais escondida debaixo das cobertas, sem querer levantar.

Na semana passada vi um dos filmes sobre Napoleão e fiquei pensando sobre essa dificuldade de enfrentar o adiamento das coisas. Da vitória, por exemplo. Adiar a vitória é perder... Ou do pavor crescente de ter que, em algum momento, falhar... afinal, não há como fugir desse roteiro aqui no planeta. Se humanizar tem parecido para mim ultimamente essa constante de aceitação.... do limite, da falta, do fim, do não, do esperar e do perder.

E tudo o que eu tenho conseguido fazer é dormir, cada vez com mais sono. Sem vontade de ir mais. Sem a fúria napoleônica... nem mesmo a que se revolta diante do combate vencido. Nada. E me vejo aqui, rodeada de mim mesma, monótona, entendiante. Sem nada. Desajeitada nessa tentativa de ser viva. Partida em pedaços que eu não entendo e nem sei como juntar. E tudo isso me dá um cansaço... que desisto no sono, de abandono, de não-desejo, de silêncios dentro de mim. De querer parar. E dormir para os próximos 100 anos. Sem acordar mais... nunca mais.

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