quinta-feira, abril 01, 2010

Formatura da Gisele na semana passada. A segunda. Estive la novamente e com uma sensação curiosa. As coisas mudam mesmo em poucos anos. E de um jeito que surpreende.

Talvez a minha amizade com a Gisele nunca tivesse começado. TInha tudo e nada para acontecer. E sei lá porque, a vida se encarregou de deixa-la mais perto.

Ano passado ela ficou na França. Eu em Chicago. Ficamos em conversas virtuais tão mais próximas do que as que tivemos aqui. Meu último episódio antes dela viajar foi uma visita frustrada que não aconteceu. Fui comprar um livro de presente de Natal. Ela viria aqui as 18hs. Chegou e eu não. Mas ela estava com uma torta. Levou a torta e um cano pra casa. Cheguei em casa achando que ela ia me jurar de morte com a torta (sim, elas podem ser armas perigosas).

Nos encontramos depois para a sua despedida, desta vez sem tortas ou objetos perigosos. Só um milkshake de nutela...

Acho que todos os episódios com a Gisele são, além de intensos, divertidos. Sempre há coisas para rir de tudo o que passamos. E ir à sua formatura me fez rever todas essas coisas como num filme: as reuniões do GECA (grupo de estudos de coisa antiga - para felicitar a nossa ânsia em estudar a antiguidade sem um método pra isso), as aulas na faculdade e os planos para um dia futuro (que já chegou, sem avisar) de decisões profissionais e tal. Hoje, mais maduras, a gente começou a perceber que as afinidades, muitas vezes não estão latentes, mas ficam ali no plano sensível. Charmosas e camufladas.

Fiquei admirando. Olhando a versão 2010 da Gisele. Alta, mais dona de si (sim, isso é possível), autocritica, cheia de planos concretizados e mais um monte por fazer, cheia de insatisfações e com uma coisa que eu me impressiono mais, e que é o mais bonito dela: de ritualizar a si própria. eu acho que é aí que a gente se aproxima - no silêncio - já que somos bem pouco silenciosas. Eu determino - e faço. Depois celebro as minhas pequenas e grandes decisões, o que foi e que será. Ela também. É isso que deixa a vida mais bonita ainda? Que dá vontade de continuar andando aqui e ali sem ter a sensação que a gente só andou em círculos?

Nessa segunda formatura estava diferente da primeira... a vida, a companhia,mais curtida... um tanto menos e demais deslumbrada com algumas coisas, menos arrogante e bem menos dona de mim do que eu havia projetado. Esse encontro - menos doloroso e mais divertido - comigo mesma deixou um eco. Das risadas da Gisele sobre gênero, sobre os nossos dilemas entre a mulher moderna e aquilo que reservamos para muito íntimos: uma fragilidade do sentir.

Obrigada, Gi pelas formaturas da nossa vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sinto falta dos textos aqui...Sempre raros mas necessários, pelo menos para mim que sempre leio.

saudades, de um anônimo distante mas nem tanto...