domingo, julho 08, 2007

Passeios a pé pela cidade hoje me fizeram lembrar de coisas gostosas do passado. Café depois de sair das aulas de ballet no municipal... visitas à livraria francesa...
conversas intermináveis sobre "como será o amanhã"...

É bacana quando o amanhã surpreende. Com gosto de trufa derretendo na boca... esquentando esse gelado da nossa existência.

Acabei de receber os meus pais aqui em casa e numa conversa com a minha mãe, recém chegada de Porto Alegre, com bá e tudo o mais, me dei conta que os amanhãs surpreendem sempre. Mesmo - talvez mais - na vida dos outros. Tantos anos fora do Rio Grande e a gente continua vinculado.

A família é a raiz mais forte que existe, quando bem construída. Me senti num romance da Scarlet Ohara... e foi assim mesmo que eu gostei de me sentir. Enraizada nesse vínculo misterioso da vida - a família. É o velho porto, seguro. Sempre com as luzes acesas, mesmo quando você muda e pára de olhar naquela direção. Misteriosamente - e sem você saber - ele te espera. Porque sabe que você, no fundo mesmo, nunca sai de lá.

Fiquei com essa doçura no corpo todo. Vi a Renata grávida, me lembrei do casamento dela. Em Lavras. Da festa, das risadas, do porre. Da volta pra casa. Do fim da faculdade. Tantas misturas boas aqui dentro... lembranças recheadas com esperança. De expectativa de viver esse futuro mistério que se renasce no ontem...

Fiquei pensando, olhando a Renata, que uma nova família viria ali. Esperada e cultivada. Deu saudade dos meus irmãos. Estão longe, vivendo suas (re)descobertas. Quis ligar pra eles dois... um aperto gostoso aqui dentro. Nem sei bem como eu comecei a escrever isso. Nem sei como vou terminar. Só a sensação de que é como um sentimento de família... nunca termina, nem sei se principia de algum buraco dentro da gente... e eu aqui... sem jeito, sem texto, cheia de sentir, se saudando nas lembranças de cada um ali na fala da minha mãe, nas risadas dos meus irmãos, e na barriga linda da Rê...

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