terça-feira, novembro 06, 2007

Pessoas, Pessoa!



Vivem em nós inúmeros;
Se penso ou sinto, ignoro
Quem é que pensa ou sente.
Sou somente o lugar
Onde se sente ou pensa.

Tenho mais almas que uma.
Há mais eus do que eu mesmo.
Existo todavia
Indiferente a todos.
Faço-os calar: eu falo.

Os impulsos cruzados
Do que sinto ou não sinto
Disputam em quem sou.
Ignoro-os. Nada ditam
A quem me sei: eu 'screvo.


Ainda não cheguei perto de me ignorar... Mas há um mistério desse sentir e pensar todo que está no amar. Se deixa de ignorar. De disputar você em você mesmo.

Ontem fiquei surpreendida depois de tantos e tantos pensares, sentires, quereres, desistires, retomares e deixares... olhei ali, naquela linha do tempo cheia de imagens minhas, emprestadas, dele, de outros, de tantos. E deixei corajosamente os meus olhos se fecharem nesse repouso do voltar pra casa e saber de onde vem essa disputa do teu peito com a tua cabeça. Onde você ficou mesmo agora? Onde foi mesmo que te encontrei? E onde e como me tiraste dali? Me sinto aquela Emília cantando Queen e assistindo TV com meu pai... Pousei a Enterprise num planeta em que meus equipamentos não funcionam. Meu leme não responde. E tudo o que antevejo é seu? Nosso?

ninguém responde nos outros mundos? Ou será que eu esqueci de ligar os comunicadores? E você? Em que mundo me deixei? ignoro ainda... e caminho sentindo...

Um comentário:

Lucia Freitas disse...

pra te dar um beijinho
e dizer que de longe te leio :D
bj