domingo, setembro 14, 2008

Afoguei-me no trabalho. Tenho vivido no último mês o período mais anti-social da minha vida. E bom...

nunca achei mesmo que fugir seria uma atitude boa pra mim. Mas fugi com honras de mim mesma nesses tempos. Tem sido cicatrizador, apesar da dor. Evito de pensar, sentir. A cabeça pode de fato tomar conta desse mundo interior e anestesiar você por inteiro. Esse torpor me levou ao abismo de estudar, corrigir coisas que nunca foram as minhas afinidades. E que delícia tem sido...

Fico em casa socada nos submundos da minha inquieta apatia, brinco com os gatos e finjo que estou bem. Funciona. As pessoas sempre perguntam a mesma coisa e você sempre dá a mesma resposta...

A novidade é a luta. Isso mesmo. Há um mês tenho feito aulas de tae kwon do. Um bom jeito de lidar com a frustrante trajetória pseudo-jedi... tenho enfrentado o meu lado negro que nem gente grande. Skywalker sentaria com um saco de pipocas pra assistir. Saí machucadinha umas duas vezes, muito bom porque se anestesima outras dorezinhas incômodas daqui de dentro.

Ontem uma amiga escreveu dizendo que eu era muito complicada. Achei graça - nem respondi - pensando se tem alguém aqui embaixo do céu simplificado pelas divindades. Eles tem senso de humor. No entanto essa pausa pra escrever aqui - antes de enfrentar uma tradução de grego... - é pra pontuar (pra mim mesma) uma necessidade de desangustiar o peito. Tenho me sentido miúda e meu plano de fuga nos livros e nas coisas tem fracassado. Tenho prazos. E quando eles acabarem não sei como vai ser esse dia seguinte. Olho para os gatos com inveja - comer, dormir, brincar, buscar carinho. Não sei até que ponto eu me diferencio tanto assim nas minhas buscas deles dois...mas queria mais tempo pra experimentar esse brincar.

A única coisa que consigo descrever - e pegar - em mim é o cansaço. O restante lateja. Mesmo as lutas nas aulas terminam com um desejo de sair daqui de dentro. Me enjaulo e me angustio. Nem sei onde deixei de sentir e por que exatamente... nem sei mais tantas coisas... só essa vontade incontrolável de dormir, sem mim.

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