quinta-feira, janeiro 29, 2009

Tango

Danço. E caio, e me envolvo. E deixo. E me revolto. E controlo. Para em seguida me descontrolar. De uma vez. E cair. No ardente choro de um desespero sem fim.

E danço. E quero. E vou. E me arrasto, com as mãos crispadas de um ódio pisoteado pelos sapatos. E sigo. E busco. E largo.

E dançando... me revolto. Me deixa. Me afasta. Me quer e me busca novamente. Naquele abraço suado e odiado. De dor. E choro. E quero. E peço. E viro. Rápido. Num colapso de não entender o ritmo da música. Que não acompanho. E choro. E desejo. E grito. E aperto contra o peito. E esfrego aquelas mãos sobre mim. E pergunto. E imploro. E me deixa.

E danço. E giro. E corro. E pulo sobre esses pés que me confundem o ser. E não sei mais. E espero. E explico. E suplico.

E danço. E volto. E não quero. E vou. E saio. E afasto. E me desespero. E perco. E deixo. E esqueço. E olho nos olhos. E afastamento. E duvido. E canso. E espreito. E sigo. E volta. E me pede. E fala. E grita. E afasta. E chama. E me perco. E me largo nesse girar e perder-se de mim mesma. E caio nessa escuridão. E quase pra sempre desisto. E quase até o fim apago de mim. E afago. E te peço.

Dança.

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