De novo a questão do tempo... tenho me sentido tão apressada, com mil atividades ao mesmo tempo, agora, pra ontem. Respiro sufocada. E ainda rio de mim querendo controlar essas coisas.
Passei a maior parte do feriado trabalhando. Em casa. E ficar em casa tem algumas compensações únicas. Meu cantinho, seguro, amoroso. Com o nosso cheiro, gosto. O Nosso aqui. E fiquei olhando as coisas de novo pensando em como a correria me atira mais ainda pra dentro de mim. De casa. Da gente.
Senti saudade de ficar lagarteando. E não tenho feito mais isso. Descobri esses dias a magia de ficar - em casa - jogando video game. Isso mesmo. Me arrumaram um jogo do Star Wars pelo computador e deixei meu lado de agente secreto/membro da rebelião frustrado se expandir. "Não tenho coragem de jogar com o Império", eu dizia ao Thomas. E me diverti com a possibilidade de curtir esses universos paralelos - ainda dentro do meu...
Foi engraçado não ter vontade de sair. Fiquei pensando se é o cansaço, o excesso, o barulho todo do lado de fora do mundo (não que eu tenha silêncio por dentro...), mas ainda que eu chegue a alguma conclusão, não importa.
Tenho aproveitado umas coisas sublimes, quietinhas. Curtindo objetos, publicado fotos, pensado no pouco que eu quero agora... e no muito que eu quero lá na frente. Quase um momento de incubar. Não idéias, mas forças. Outro dia me perguntaram se eu estava depressiva. Moderninha essa conversa: angústias, terapia, sugestão do analista, crises profissionais, conjugais. Sempre me perguntam se eu passo por isso... acho graça. Acho que a minha vida é uma constante crise. No sentido etimológico da palavra. Há muitas separações, aprendizados. Divisores de água que partem a vida aqui dentro de mim. E é bom. Não me sinto mal. Deprê, como a gente diz nas conversas de bares.
Sorte minha o Juliano... a gente se cresce tanto. Isso mesmo, "se cresce". Eu fico pensando na intensidade e na profundidade do Nosso. Mesmo nas "crises" conjugais. É tão mais forte do que eu entendo. Um laço que me puxa pra fora de mim, mergulhado em mim. Uma sutileza de companheirismo, cumplicidade que eu perderia tempo explicando, entendendo. E acho graça das nossas briguinhas por bobagem. Eu sempre arrumo um jeito de dar um "pityzinho básico". E vejo a história de vida dele... o que ele foi antes... e é agora comigo... queria mesmo que a vida tivesses provocado essa crise, essa mudança profunda pelo amor, pelo dar-se a outra pessoa. Invejo ele. Por ter tão claro quem ele foi e quem ele é. Eu ainda não consigo. Sou sendo... cheia de gerúndios aqui dentro. As coisas acontecem lentamente. Demais. tão devagar que eu mal sinto... e só percebo as coisas correndo por fora, a rotina, os sonhos, a voracidade de viver.
Acho que esse jogar no computador tem um pouco disso. Administrar... criar estratégias... um treino adolescente para dar conta do que está ali na frente, na próxima esquina. Tão pertinho... e perceber a priori, quem está por vir...
terça-feira, abril 21, 2009
Postado por Srta T às 12:31 PM
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Um comentário:
Jogar a gente sabe, né? Temos que aprender apenas a desligar.
Bacana o post e te entendo, viu, me perguntam tbm se tô deprê... rs
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