domingo, novembro 09, 2008

Há duas semanas eu vivo um renascer. O fato de eu não controlar - nada - a minha vida tem as suas vantagens. Vivi uma reviravolta profissional que tem misturado alívio, mágoa, decepção (fuuuunda) e uma (re)descoberta de possibilidades. Intuições à parte, estou feliz, apesar dos medos.

A solidariedade dos colegas nesses momentos de ruptura é sempre um conforto. Mas, mais que isso, tem sido pra mim uma resposta do destino que, de fato, há outros portos para ancorar. Outros, zarpar depressa. Tânia me disse para não queimar navios. Quase tive vontade de incendiar a biblioteca de Alexandria. Mas me contive, pensando e sentindo que essas transformações só servem se virarmos do avesso.

Na verdade o que tenho sentido é que estou sendo revirada do avesso. Voltando para o meu eixo de sempre. Trabalhei tanto nos últimos dois anos que abri mão de conviver, sentir, (re)ver pessoas. E acho que a avalanche que me devolve isso é um sinal de gratidão. Apesar da dor. Apesar...

Achei que - em teoria - minha auto-estima ia ficar abalada. Ao contrário disso, me senti tão mais forte e convicta do que eu realmente (não) quero fazer na minha vida... nada me segura agora.

Mas os mistérios do ir e vir, do sentir, da dor e da decepção ainda vão precisar de uns dias. Em mim. Decantando para que eu transmute isso - esse visco - em estradas de tijolos amarelos. O resto. Só caminhar.

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