terça-feira, abril 03, 2007

Elsa, Fred e eu

Ontem assisti esse filme. Impressionante como a simplicidade transforma mais que a complexidade. Depois de uma sessão de terapia profunda, mas simples.
As palavras... são efêmeras demais. Se perdem no tempo. Os rancorosos se apegam a ela porque é mais difícil se libertar de ações. Elas não deixam registros concretos.

Focar nas ações e não nas palavras. Tarefa bem complicada para quem lida com a palavra - e todas suas formas de poder associados - diariamente. A formação em humanidades detona um processo que, apesar da tradição literária e escrita dar lugar a trabalhos materiais, etc e tal... falta. Experienciação. O mundo empírico me afeta, mas o das palavras mais. Só me dei conta disso ontem. Estaria aí a razão da dor permanecer?

E para que? Eu olho para o Juliano e me calo diante das atitudes dele. Mais grandiosas, mais plenas, intensas, inteiras do que as minhas. Calculadinhas de tudo. Espontaneidade >< Planejamento. A gente se alterna. Eu planejo, até tento, o que sentir. Mas como dizia, o mundo da experienciação é fora de controle. Palavras são passíveis de ordem, de previsão. De planejamentos e arquiteturas intensos. Ações não. Imprevisíveis de tudo, nos humanizam. E as palavras nos dão somente a aparência de estar sob o domínio de algo. Damos forma. Estruturamos (linguistas... mais ou menos, viu?) e reformulamos. Ações não cabem nisso. Fogem da nossa arrogância. Desumana.

Assistindo o filme ontem caí em mim... o medo da vida é maior do que o da morte mesmo? E de que vida e de que morte eu falo pra mim mesma? nada... ora essa. Tantos sonhos. Na simplicdade das ações. Eu vi que ser adolescente até os 80 pode ser mais saudável do que mergulhar no amargo amadurecimento pregado por alguns. Claro, amadurecer pode ser escolher o melhor de cada idade para permanecer vivendo.

Chorei. Vi a projeção de sonhos meus, do Nosso, dos outros. De como a Srta T adora viver a vida colocada em tela de cinema: aventuras e cenas românticas, bastante comédia e, claro, um dramazinho para temperar. Leonina. Centrada nos holofotes. Queria ir pra Roma, entrar na fonte. Ganhar aquele beijo de amor, surpreendente. De olhos fechados ver o mundo todo acontecendo em volta de mim. Em silêncio, só com a minha trilha sonora. E o que falta pra isso? Sem receitas, ok? despojamento interior, não querer ser velha... por dentro. Depreender o significado das palavras. Agir. E deixar ir... pela fonte. E não esperar a idade me dizer o que eu tinha que ter feito...

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