segunda-feira, abril 02, 2007

primeiro de abril

Praça Pôr-do-sol, domingo à noite. Sem calor, sem sol, sem pôr-do-sol. Aquela brisa desejada que o outono não manda durante o dia. Ingrato. Fui pra lá. Sem cerveja. Só um pouco mais de água de côco.

Engraçado como o retorno ao local pode ser assustador. Anos antes. Ali. Quase no mesmo local. E ontem... bem, deve ser por causa do primeiro de abril mesmo. Trote. Ou a simples percepção de que a vida é algo mesmo arriscoso. E paciência.

Nunca me dei conta que a palavra "também" tivesse um apelo tão grande. Coisas como "eu sei também", "eu te amo também", "eu não sei também", "eu sofro também" ganham contornos mais assustadores quando se está em processo de escancaramento profundo na vida.

Passear é uma delícia, escutar também. Também. Mas processar. Também. É difícil. E não há nada o que se possa fazer. Não se tem controle de nada, de ninguém. E que bom. É mais complicado viver a dor da ilusão de se ter isso. Mendigos de amor. De atenção. De nós mesmos. E eu só tenho pensado em sumir. Também. Para longe daqui, de mim. Do nosso.

E me vi querendo adiantar um processo que vai me deixar tão mais leve. Não está nas minhas mãos. Nunca esteve. É de escolha do outro. Também. E se tudo isso foi mesmo verdade? Resolve pensar que foi primeiro de abril? Ou que internalizei esse dia no peito com medo de viver iludida? Também.

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