quarta-feira, outubro 22, 2008

Só é irônico quando a gente - ainda - cria expectativas de coisas que jamais vão se modificar. E a nossa estupidez - ainda - insiste em crer. Fiquei rindo de mim hoje depois dos choros. Um riso sarcástico da minha própria dor - e ingenuidade...

e ainda sentia aqui dentro que poderia ser surpreendida. Pelas ações, gestos, palavras. Pela significância de coisas - que a muitos são - tão insignificantes. E me senti tal qual. Engraçado como a gente se engana. E se sente, e se dói. E se espera.

Voltei para a tela, livros do grego e a minha cervejinha vermelha. Para voltar ao que a gente chama - ironicamente - de realidade. Fiquei me lembrando da aula do Charles na semana passada sobre o Romantismo. Ri. De mim. Do meu olhar romântico para o mundo. Exatamente. Igualzinho ao que ele fez no exemplo aos alunos. Olhos fechados.

E ainda teimo em querer olhar. Esqueci. Cultivei essa esperança - como gostam de dizer - infantil. Aliás... eu tenho sido mesmo criança. Sonhando demais... há semanas atrás comprei danoninho. E depois aquelas papinhas de crianças. Pedro e eu compartilhamos esse universo - infantil - nostálgico da infância.

Hoje quis (me) sair daqui. E definitivamente acordar. Deixar de esperar e querer e crer e desejar. Só parar. E seguir depois. Só. Sem mim. Sem nada.

Ligo o computador e fico acompanhando as notícias - aparentemente - tão mais interessantes - e provocadoras - do que os meus anseios, sim. Infantis. Birrentos. E mais uma vez me senti só. Nesse querer, esperar. Abandonar. Compartilhar. deixar... Compreender... tanta solidariedade...! me cansa. me larga, me esquece...

Filó e eu. Nessa carência felina. Indo, voltando, saindo, deixando(-me)... em lençóis... umedecidos e apertados, sós.

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