terça-feira, abril 08, 2008

Vontade de ir de mar, pra longe daqui.

Engraçado. Comecei a assistir de novo os episódios do Galática. Uma série que me encantou a adolescência na Sessão Espacial da Rede Manchete. Esse desejo deles de se encontrarem com os irmãos distantes depois de perder tudo o que tinham e toda a sorte de tragédias, aventuras, que acontecem durante essa viagem... isso sim, te dá vontade de ir.

Fico sempre admirando os heróis dos filmes. Para mim eles tem algo em especial que é acreditar nas pessoas e que as coisas vão se resolver no final. Isso sem falar das miraculosas soluções encontradas para sair das piores enrascadas.

Me deu saudades de um tempo em que eu acreditava mais. De ser ingênua, ter esperança. Senti falta da USP e dos tempos em que eu tinha alguns amigos bem mais perto. Fiquei uns 40 minutos andando na USP à noite e sentindo aquele cheiro de mato molhado nas árvores. Nem a árvore favorita eu vejo mais. Senti falta das épocas em que eu jogava RPG e tinha preocupações mais nobres com o futuro da humanidade. Me lembrei no caminho de volta pra casa com os vidros abertos na marginal do Persépolis e de como a gente vai se endurecendo por dentro.

O Rogério conversou muito comigo no sábado sobre esse movimento... a gente falou dos amores, das dores. Legal escutar ele falando dele. O Fábio tem essa outra mãozinha... me dá a sensação de ficar velha por dentro. De ter um outro brilho desgastado no meu coração - de sentir e continuar sentindo mais - mas sentir diferente.

O Rogério me perguntava se eu tinha amargurado. Não. Mas tenho cansado das pessoas que reclamam demais, inclusive de mim quando me via nesse papel. Eu perguntei pra ele se eu tinha mudado muito já que a gente se conhece desde os 13 anos. Ele riu. Tomamos algumas cervejas em silêncio dizendo aquele básico "ai ai" que silencia e traz todos os outros - velhos e novos - assuntos de volta.

Eu sempre fico feliz de ter os meus amigos por perto. Pra alguém com essas "crises existenciais" cheias de nostalgia e saudade de aqui, dali, de lá, é um jeito especial de não deixar de acreditar. Sem amargar... já que a vida é doce demais.

Um comentário:

Rogério Furquim Mauad disse...

Felizmente nós somos capazes de mudar em um espaço relativamente curto de tempo!

Afinal de contas, o que são 15 anos frente a eternidade que passou, que passa e que passará?

Nada!

E se ficamos mais amargos (exigente, chatos) no processo (da vida), "culpa" dos valores, princípios e idéias que agregamos ao nosso ser, e não culpa do processo em si...

Beijãozão!

R.