quarta-feira, junho 18, 2008

Depois de um dia de luto... Vamos em frente. Acordei meio zonza ainda e virada do estômago. Mal saí da cama... Acordei e quase me pego chamando a Lina de volta pra cama. Respirei. Chorei miudinha mais um bocado deitada. Veio a Filó. Pequeninha e pretinha. Enroscada em mim nos cabelos. Me comovi com isso e vim pra sala depois. Abri a janela da sala e procurei a Lina na rua... me senti tolinha. Trabalhei o de sempre. Ajeitei as coisas e depois tomei coragem.

Queria muito ver a Fran hoje. E a Lina. Toquei o interfone da vila e meio tremendo por dentro para não chorar de novo... Ela abriu a porta com um super sorriso. Nos abraçamos. Disse a ela meio engasgada que eu queria agradecer pelas coisas todas que ela tinha feito. E pedir desculpas pelo meu descontrole emocional do dia anterior. Senti que ela gostou daquilo. Perguntei como estavam as meninas e a sogra. Todos bem. A gatinha. Bem. "Reacostumando com a casa e a rotina"... Vi a carinha dela pela porta de vidro. Enchi os olhos d'água e ela me perguntou se eu queria ver a Fiona. Aceitei. Abriu a porta e a Lina veio correndo. Subiu em mim e deu aquela esfregadinha gostosa no rosto.

Segurei ela só um pouquinho. Ela miou. Queria chão. Voltei pra casa depois mais aliviada e com um pesar menor no peito... Vi que ela era ali mais uma. Comia de tudo, brigava com os outros e queria desesperadamente sair... Doeu pequeninho aqui dentro. Fui embora com essa lembrança, meio tentando dizer a ela "telepaticamente" que ela sabia onde eu morava... e que podia voltar a hora que fosse. Engraçado como a gente se alimenta dessas coisas. Fiz um combinado de "a gente brinca de novo" ou qualquer coisa besta do tipo.

Dei as aulas, me recuperando devagar de tudo... Saí da sala e vi um por-do-sol cor de rosa. Lindo. Ficando lilás... Uma lua cheia aparecendo no fundo... Parei ali um bocadinho lembrando das pessoas que eu já perdi. Dessa transitoriedade toda de tudo. Doeu. Respirei. Rezei em silêncio pra mim mesma... pedi força, paciência. Coragem pra enfrentar os desapegos do porvir. Fiquei pensando no meu medo de perder as pessoas que eu amo. Agradeci pelo Juliano. Por tudo... Voltei pra casa sentindo ainda vontade de passar ali e dar um alo pra Lina... Pensei nos outros gatinhos e no que a Fran tinha me dito: "os animais vem para nos ensinar... e muitas vezes nos colocam em situações muito cruéis."Tentei trazer a Lina pro peito e ficar com a sensação que ela não foi mesmo devolvida, mas está morando aqui do lado. Minha vizinha. Só sei que aprender leva tempo, e que nem sempre quem ganha, ganha tudo...

2 comentários:

Silas Mendes disse...

Oi moça :)

Sem modismos, mas tenho q dizer q sua história com a Lina daria um bom livro :))

O último paragrafo com o pôr-do-sol ficou muito bonito.

:)

# 7 disse...

Dá para ver e sentir o quanto gosta de animais. Também adoro animais e abomino a crueldade que existe contra eles. Antes da minha filha nascer, tinha duas gatinha, a Piriska e a Pipoka. Infelizmente a Piriska desapareceu, mas a Pipoka, ainda que se tenha mudado de casa para o jardim, adaptou-se muito bem à nova vida e continua a fazer parte da nossa.