sexta-feira, agosto 01, 2008

Passou... mais um ano. Não. Mais de 20. Quase mais de 30...

Há um mistério eu creio na comemoração de aniversários... Fiz o meu ontem. Dia 31. Estranhamente ele foi sereno. Uma felicidade suavizada. Pela idade?

Acordei cedinho. Fiz as coisas de sempre. Brinquei com os gatos, olhei os emails. Beijinhos e chamegos no Juliano. O trivial. O dia estava particularmente azul. Tomei café e esperei o telefonema da minha mãe. Nada. Ligou uma amiga minha. Foi gostoso. A gente falou de tudo e de nada. Mas foi bom sentir esse carinho pelos fios do telefone.

Fui resolver pendências de banco. Comprei docinhos pra levar pra escola. Espreguicei. Falei com mais um amigo. Olhei as vitrines da rua. Essas coisas... e percebia nesse dia que, apesar de eu ser a mesma há 29 anos, ainda era bem diferente de algum tempo atrás. Muda-se, mas permanece-se.

Dirigi até o trabalho ouvindo as músicas que eu queria. Escolhi várias do Queen porque sempre me lembram do Tio Fredy. E toda a bagunça que a gente fazia nos 31 de julho. Senti falta do meu pai. Do Gu que está na Itália. E, apesar de tantos amigos e pessoas queridas, a única coisa que eu queria era a minha família. Vontade de ficar quietinha. Aconchegada.

Fui pra escola e, chegando depois da agitação da primeira aula eu fui recebida com bastante afeto. Por gente que não me conhecia direito, mal me via. Fiquei ganhando surpresinhas aqui e ali. Beijinhos, abraços, um aperto daqui, dali. Fiquei feliz. Meio tímida-enebriada-desengonçada.

O carinho de alguns - inacreditável! - alunos e mais de um monte de gente que vê o teu nome no mural de aniversariantes. Comemorei. Do meu jeito. Meio quieta comigo e com as coisas que tinham acontecido.

Me lembrei de aniversários antigos, recentes. De 4 anos atrás... de promessas que eu fiz, que fizeram. Um passatempo meio de criança tentando localizar os sucessos e os fracassos. Nada pretencioso, mas fiquei com vontade de não fazer nenhuma lista. Só de me calar. Observer esse amadurecer-verde dentro de mim. Fiquei com vontade de me sentir igual aos navegadores espanhóis e portugueses que chegaram ao Novo Mundo. Ainda procuro isso aqui dentro. Mas parece que essa viagem vai além das 750 léguas depois das ilhas... será preciso ultrapassar mais cabos, mais tormentas. Uns sem esperança. Outros cheios de monstros e cantos... quis ser mais, ser menos. Quis parar, desistir e fazer tudo bem depressa. Voltar atrás. Apagar um monte de coisas. Deixar tudo como sempre foi. E... esperar mais 29 anos...?

Ficar no mar. E deixar. Ser. Sem esforço naquilo que eu acho que posso. Sem querer descobrir mais nada do que não posso. E ir...

Um comentário:

Silas Mendes disse...

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Parabéns! (atrasado)