sexta-feira, julho 21, 2006

inaugurando

Fiquei pensando aqui sobre como inaugurar esse espaço de quase-minhocações, ou de pensamentos, ou de qualquer coisa (des)pretenciosa para compartilhar as minhas idéias. Não apareceu nada de especial, exceto a compulsão em escrever, diariamente.
Hoje acordei me lembrando do Diário da Manhã do Salomão, na Rádio Cultura. Diariamente necessário. Não só pra ele, mas pra mim.

Esse espaço é assim. Talvez menos inteligente, menos bem-humorado, mas necessário.
De algum modo é uma forma bem minha de diminuir a lotação de emails mandados aos amigos, ao Juliano também. E também um modo menos tímido de aplacar a mania de enviar emails pra mim. Explico: eu nunca os releio, ninguém os lê. No mínimo egoísta. Ou pior, covarde. Daí me lembrei do livro do Desassossego do Fernando Pessoa, meu livro de cabeceira (dado com muito amor ao Vinícius também, a quem, de algum modo, eu homenageio com o Srta T que ele carinhosamente me apelidou... coisas da intimidade, cumplicidade dos desassessegos). Há um trecho especial ali em que ele fala do seu medo das perdas. De todas, de qualquer perda. E lá pelas tantas ele se dá conta que o medo é vão, pois sempre se perde algo. As perdas sempre existem e estão além do nosso pseudo-controle. Ele temia perder a chance de "ser inédito". Adianto: esse não é o meu caso, mas ter o Pessoa como referência é sempre desassossegante.
Portanto aqui fica instaurado nas tecnologias novas, modernosas da internet a minha perda.

Curioso: eu nunca fui muito fã dessas tecnologias, achava complicado demais pensar nos computadores - a minha infância de sci-fi me ensinou que eram os computadores que deveriam pensar na gente, e sobre a gente, nunca o contrário. Me enganei. Passei ontem quase duas horas para (começar) a entender como isso pensa (ou apenas funciona). Mais engraçado ainda foi usar o outro recurso internáutico (o msn... tão pouco dialogante, acho) para solicitar (desesperados) pedidos de ajuda.
Mas saiu. Está saindo. Do escuro, da timidez, da compulsão e de um desejo de parar de mandar emails pra mim, de ter mais (ao menos mais de 3) interlocutores para quem eu escrevo (mais ou menos) sistematicamente.
Aos que tiverem paciência de comentar (ou mesmo de ler), já fico menos desassossegada.

T

4 comentários:

Anônimo disse...

Sossega, Thais, é assim mesmo.

E não é verdade? A gente virou babá de computador burro! Quando vão inventar um C3PO decente, educado, que fale 3.000.000 de línguas e chame a gente de "mestre"?

Anônimo disse...

Ops, revelei seu nome, foi mal!

Anônimo disse...

Thais, eu li, mas o sono me impede de fazer altas explanações... Quer dizer, posso começar dizendo parabéns pela iniciativa e zzzzzzz......

Beijozzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz!!!!

Trovador disse...

Tá...sem comentários..adorei...rsrs..é muito bom escrever não???

espero que a inciativa perdure assim como o instinto de expressar que é inerente ao seu ser...te amor e boa sorte nesta jornada!