segunda-feira, maio 07, 2007

passeios de fim de lua

Esse fim de semana... que coisa. Tempestades de sábado terminaram na virada cultural que viraram cervejas no Emapanadas, que viraram chá de erva-cidreira no Frans... 2 da manhã aterrisando em casa, na pontinha dos pés... luzes apagadas. E mais nada. Só a sensação de que não se pode fugir de si mesma. Das coisas que a gente mesma traz para a própria vida. Ainda sinto no coração a Fabi falando... doeu ver a minha amiga assim de novo.

Domingos de feira, gente mal-educada e bagunçada... coisas que não se espera, mas se vê. Leituras de samurais... sol na sala. Entupida de almofadas e pantufas preguiçosas. Tempestades iam e vinham... eu olhei. Nada de lua ainda. Ela tinha ficado na balada de sábado, me olhando pelo meio dos prédios confirmando a reflexão anterior... eu não vou ter respostas nessa hora mesmo!

Ontem resolvi dar o fora de casa. Liguei para Márcia. A gente ia jogar conversa fora... ficar à toa e se espreguiçar no sol. Fomos para a minha praça favorita. Eu queria muito mostrar essa praça para ela. Ficamos ali, deitadas na grama, falando dos casamentos, das crises, dos sonhos e das angústias. Ficamos ali... Umas cervejas pra animar o papo. Era engraçado estar ali com ela. A Márcia é testemunha - sem sempre silenciosa - das minhas peripécias mais contraditórias e intempestivas. É um tipo de cumplicidade maior que pode existir. Complicado de explicar. Fácil de sentir quando estou junto dela.

Tomamos duas "eskóis" cada uma, rimos e falamos todo o tipo de besteira que duas mulheres, recém casadas, maluquetes e exigentes, podem falar. Nada ficou de fora. E pra minha surpresa, a gente não parava de rir um minuto. Fiquei me lembrando há quanto tempo eu não tinha uma tarde dessas com risadas. E foram muitas. Fazia tempo que a gente não se matava assim. Esses risos infantis que deixam os adultos constrangidos nos espaços públicos. Ora... Nisso, posso garantir, a escola que trabalhamos foi muito generosa. Estivemos por muito tempo sobrecarregadas com as humilhações, pressões e etc e tal que nossa alternativa de subversão era - e ainda é, creio - o riso. Interessante como alguns hábitos são cultivados. A Márcia tem essa capacidade de trazer uma poesia diferente na minha vida. Uma espécie de coisa de criança que faz a minha (pseudo)adultisse se derreter e me centrar. Escuto as broncas dela, as queixas, as desilusões... e me vejo ali. Espelhada.

Fim de lua ou não. Deixei a Marciota no metrô... o sol tinha ido. A Lua aparecia, já pelas metades dela. Em meio às nuvens. Linda. OLhei pra ela e para o Juliano no carro. Havia tanto para silenciar ali naquele olhar. Fiquei e insisti. Esperei. A ternura aparece dos jeitos tímidos do outro. Sem jeito. Sem condições de dar mais. E eu ali, na minha exigente lua que ia e voltaria daqui há algum tempo... sem avisar.

Voltei pra casa e não dormi. Pensei, pensei... onde eu caibo nisso tudo? Há vagas? Ou a vida já é lotada demais de coisas. De gente, de dor, de saudade e de angústia. Ainda ne vejo, aqui, em casa, esperando o visto permanente na vida. Só ganhei ainda o de turismo. Tomo café. Escrevo. Lembro dos passeios de fim de lua no fim de semana e vejo as nuvens se afastando da tempestade que se deixa em paz... e eu fico aqui. Sem conseguir mais esperar...

Um comentário:

Anônimo disse...

Minha doce xuxuzinha,que bom saber que desperto poesia... Adorei nossa tarde de besteiras regadas a álcool. Sentia muita falta de nossas conversas vazias de verdades impostas, porém cheias de essência da vida. Estarei aqui sempre e sempre... Senhorita M