Esse fim de semana... que coisa. Tempestades de sábado terminaram na virada cultural que viraram cervejas no Emapanadas, que viraram chá de erva-cidreira no Frans... 2 da manhã aterrisando em casa, na pontinha dos pés... luzes apagadas. E mais nada. Só a sensação de que não se pode fugir de si mesma. Das coisas que a gente mesma traz para a própria vida. Ainda sinto no coração a Fabi falando... doeu ver a minha amiga assim de novo.
Domingos de feira, gente mal-educada e bagunçada... coisas que não se espera, mas se vê. Leituras de samurais... sol na sala. Entupida de almofadas e pantufas preguiçosas. Tempestades iam e vinham... eu olhei. Nada de lua ainda. Ela tinha ficado na balada de sábado, me olhando pelo meio dos prédios confirmando a reflexão anterior... eu não vou ter respostas nessa hora mesmo!
Ontem resolvi dar o fora de casa. Liguei para Márcia. A gente ia jogar conversa fora... ficar à toa e se espreguiçar no sol. Fomos para a minha praça favorita. Eu queria muito mostrar essa praça para ela. Ficamos ali, deitadas na grama, falando dos casamentos, das crises, dos sonhos e das angústias. Ficamos ali... Umas cervejas pra animar o papo. Era engraçado estar ali com ela. A Márcia é testemunha - sem sempre silenciosa - das minhas peripécias mais contraditórias e intempestivas. É um tipo de cumplicidade maior que pode existir. Complicado de explicar. Fácil de sentir quando estou junto dela.
Tomamos duas "eskóis" cada uma, rimos e falamos todo o tipo de besteira que duas mulheres, recém casadas, maluquetes e exigentes, podem falar. Nada ficou de fora. E pra minha surpresa, a gente não parava de rir um minuto. Fiquei me lembrando há quanto tempo eu não tinha uma tarde dessas com risadas. E foram muitas. Fazia tempo que a gente não se matava assim. Esses risos infantis que deixam os adultos constrangidos nos espaços públicos. Ora... Nisso, posso garantir, a escola que trabalhamos foi muito generosa. Estivemos por muito tempo sobrecarregadas com as humilhações, pressões e etc e tal que nossa alternativa de subversão era - e ainda é, creio - o riso. Interessante como alguns hábitos são cultivados. A Márcia tem essa capacidade de trazer uma poesia diferente na minha vida. Uma espécie de coisa de criança que faz a minha (pseudo)adultisse se derreter e me centrar. Escuto as broncas dela, as queixas, as desilusões... e me vejo ali. Espelhada.
Fim de lua ou não. Deixei a Marciota no metrô... o sol tinha ido. A Lua aparecia, já pelas metades dela. Em meio às nuvens. Linda. OLhei pra ela e para o Juliano no carro. Havia tanto para silenciar ali naquele olhar. Fiquei e insisti. Esperei. A ternura aparece dos jeitos tímidos do outro. Sem jeito. Sem condições de dar mais. E eu ali, na minha exigente lua que ia e voltaria daqui há algum tempo... sem avisar.
Voltei pra casa e não dormi. Pensei, pensei... onde eu caibo nisso tudo? Há vagas? Ou a vida já é lotada demais de coisas. De gente, de dor, de saudade e de angústia. Ainda ne vejo, aqui, em casa, esperando o visto permanente na vida. Só ganhei ainda o de turismo. Tomo café. Escrevo. Lembro dos passeios de fim de lua no fim de semana e vejo as nuvens se afastando da tempestade que se deixa em paz... e eu fico aqui. Sem conseguir mais esperar...
segunda-feira, maio 07, 2007
passeios de fim de lua
Postado por Srta T às 8:48 AM
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Um comentário:
Minha doce xuxuzinha,que bom saber que desperto poesia... Adorei nossa tarde de besteiras regadas a álcool. Sentia muita falta de nossas conversas vazias de verdades impostas, porém cheias de essência da vida. Estarei aqui sempre e sempre... Senhorita M
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