segunda-feira, agosto 27, 2007

coisinhas do lado de lá

Eu não sei exatamente o que acontece quando a gente reencontra pessoas sem data marcada na vida. Fora a surpresa, vem um monte de coisas aomesmotempoagora que deixam a gente com vontade de falar de tudo. Isso aconteceu com poucos amigos. E se repete a cada (re)encontro com eles.

O André foi assim. Era uma 6feira bem atípica em SP (ou não?) cheia de carros enlouquecidos conduzindo gente mais doida ainda. Greve de metrô. Esse detalhe eu não sabia... E recebo as seguintes instruções do Juliano: "compra um vinho bacana e eu te ligo pra vc pegar a gente no metrô". Ok, positivo e operante. Estava correndo porque eu tinha dado milhões de aulas e vindo num auê para comprar o vinho a tempo. Recebi o telefonema. Saí de casa e acreditando que rapidamente pegaria os dois moços, viria pra casa e me hibernaria numas almofadas enquanto eles pensariam e resolveriam o mundo virtual (de repente é mais fácil do que o real...)

Ora, querida, sinto muito. O tal do André naquela ocasião demorou HORRORES para chegar - lógico! a cidade estava um HORROR! - e mais ainda... eu precisei ficar dando voltinhas no quarteirão para aguardar. Nas 3 primeiras, ok. Paciência é uma virtude. Descobri que não tenho. Na 5 volta um ônibus me fchou e claro que eu fui dar uma de mulher maravilha e desci do carro barraqueira-chiliquenta para dar uma lição no motorista. O máximo que eu consegui foi uma risadinha sádica e um pedido (quasemudo) de desculpas. Ok. Larguei o carro quase no meio da rua na Vl Madalena e saí a pé bufando... Quando cheguei os dois estavam animadinhos com a conversa. Tentei - mesmo- me recuperar de um estress. Não deu certo. O Juliano bem sem graça disse meio tímido "ela está brava". Esta PUTA DA VIDA. Mal dei um "oi" e segui caminhando na frente. À lá "vamos logo". Mas o moço era um amor. O tal do André foi deixando de ser "o tal" e com aquela doçura toda estava a caminho de desmanchar o meu bico. Dito e feito.

No carro ainda disse que ia me acalmar e ia voltar a ser simpática. Pode? Descobri que ele se interessava por antropologia. Achei legal. Nunca imaginei que alguém relacionada ao mundo da internet de fato quisesse teorizar um pouco mais sobre aquilo. Enfim. Seguimos e abandonei os dois com o vinho no escritório para uma conversa sobre a internet, o mundo de lá, de cá, etc e tal. Aproveitei e hibernei um pouquinho. Consegui relaxar e lá pelas tantas peguei um papo "Irlanda" no meio da conversa.

Irlanda. Não é uma palavra que me sai da cabeça tão facilmente. Tirando o fato de eu AMAR Guiness e tudo o mais, eu particularmente gosto das dancinhas, da música e de todo o resto. Não vou desenvolver muito o papo aqui. Mas queria pontuar que, de alguma forma, quando eu saí do transe do piti, uma coisa muito gostosa brotou. Falei para o Juliano depois. No dia seguinte eles se encontraram eu acho. Domingo fomos para a praça Pôr-do-Sol, com a Bianca, uma fofa de tudo. E ali as conversas foram mais amigas, mais soltas.

Reencontrei o André depois de um tempo em Londres e na Irlanda. Foi muito bacana. Conversamos no sábado sobre a vida e essa sensação de que as buscas se entrançam o tempo todo através da gente. Buscar tudoaomesmotempoagora não dá. Esgota. Falamos sobre o mundo de lá, de cá. Sobre as angústias. As vontades de mudar, de se mudar, dos medos. Dos momentos bons e de uma tentativa de humanizar as pessoas em suas coisas. Ou seria de humanizar as coisas das pessoas? Pretensões à parte, foi uma delícia. Acho que pela primeira vez eu conseguia conversar sobre essas coisas num universo tecnológico de bar. Bloguiros, gente que manja de sites, que publica, que acontece, que vende, que pensa. Poucos ali sentiam... E a Ceila foi outro presente trazido.

André, obrigada pelas músicas. Mais que isso, obrigada por reforçar a doçura nessas coisas que são quase de sci-fi. Tive a impressão de em alguns momentos abraçar gente feita de metal prateado e que fazem toc toc no chão quando andam, manja? Legal achar através de você (falar do Juliano aqui seria redundante... por razões óbvias)pessoas queridas, reencontrar em mim outras coisas que quase se perdem. E a gente, muitas vezes por presunção, deixa passar mesmo.

Nos vemos no próximo bar...

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