Conversar. É engraçado como alguns assuntos voltam. Outros nunca saem. Pelo menos por um tempo. Essa sensação de permanência de um assunto em mim é assustadora. Ele hiberna, acorda faminto, devora, se cansa e volta a cochilar.
Domingo à noite... Quase na hora de tomar banho e a dor voltou arrebentando por dentro. Me fantasmagorizando o sentir. O perceber. A volta do avião parecia antecipar isso aqui dentro. Olhava aquela luzinhas de cima e ficava pensando quantos sentires estavam ali embaixo anônimos. Sinto às vezes que queria contar uma história da Srta T bem fictícia. Dessas de livros e filmes com final feliz. Me dou conta que os escritores ao fazerem isso - e filmarem isso também - nos deixam raspinhas de esperança. A nossa história nunca é do jeito que a gente quer. É do jeito que pode ser. E nesse ir e vir de dentro e de fora eu olho as luzes de casa e me angustio. Quero sair. Deixar. Sumir. E vejo que o que tenho aqui, nas mãos, ao alcance, é o que pode, é o querer ser e ter. Fiquei me lembrando enquanto escutava histórias tristíssimas de personagens vazios, frustrados, solitários e carentes, do Vinícius. Ele me dizia sempre - em resposta a uma frase minha "as pessoas só dão o que podem dar" - que a gente dá o que quer dar de si. E se esse querer dar for maior de fato que você, você se desdobra. E é.
Passei o dia ontem com essa dor no peito. E eu choro sempre quando ela vem. Fico pensando porque a gente conhece determinadas pessoas em momentos quase "ao acaso". E que se fosse assim tão "despropositadamente" por certo estaria longe daqui. Se eu tivesse visto mais de perto as histórias que ouço - teria ido. Nunca ficado. Se tivesse sentido essa dor antes, teria abandonado. Fragilidade talvez. Mas penso que é covardia.
É louco como manipular o sentir do outro pode ser a única coisa que te resta a fazer. Solidão. E foi terrível perceber que personagens podem ser mortos, deixados, recriados, manipulados. E o que somos de fato dá tanto trabalho pra mexer, que prefeirmos deixar isso a cargo dos personagens. Mais cômodo. Dói menos.
E o mágico do viver, do amar, do doar-se pra fora de si, pular o trampolim da nossa (estúpida)auto-estima metida a besta (na verdade a gente atira a bacaninha na piscina com ferros, se afoga) está no desvelar-se. Eu sempre contemplo demais os que falam comigo. É mais do que olhar. Há um universo em movimento naqueles gestos, nas pausas de respirar, nos olhos e no tom de voz. Senti medo. Pena. Nojo. E quis me esquecer dessas histórias que se contam para os outros. Que se vivem com e para os outros. Que se montam e fantasiam para os outros. Será? Os personagens somem mesmo? Ou só voltam pra habitar as fantasias dos outros que (quase) se depararam com eles... Apaguei a luz do palco. E acendi o camarim. Só pra eu entrar. Só pra mim.
terça-feira, setembro 25, 2007
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segunda-feira, setembro 24, 2007
o Rio de Janeiro continua lindo...
Fui ao RJ nesse fim de semana depois de uma semana ensandecida... Mar é terapia. Necessária.
Fui ficar com o Juliano depois de uma semana enlouquecida pra nós dois. Fiquei pensando num aspecto do casamento que é "estar junto". A expressão exige mais do que simplesmente estar... não é passivo assim... Ficamos pra cima e pra baixo na bienal sábado e somente ontem dei uma chegadinha nas areias do mar... adoro sentir as ondinhas batendo nos dedos dos pés e fazer pegadas deformadas com as mãos, pés e outras coisinhas de criança que a gente faz.
Mas o que eu queria registrar aqui não é a bienal. Aquilo é uma disneylânida pra babadores de livros! dá desespero quando você se dá conta que por mais que queira, se esforce, não vai ler tudo o que quer no tempo que tem...
Cheguei no RJ por volta das 6 da manhã de sábado. Chovia um pouquinho... uma brisa gosotosa e aquela cidade esquisitamente linda e destruída. A primeira coisa que fiz foi me acomodar no "FRESSSCÃO" e ligar o palm pra ouvir um pouquinho de música. Sempre me lembro - e já devo ter dito - de uma frase de Michel Kamen, compositor de trilha sonoras de filmes... ele diz que a trilha serve para "sublinhar uma emoção". Nunca achei tão acertado esse comentário. É verdade. Fiquei observando a cidade e as emoções sublinhadas pela música, pelo cenário.
O Rio sempre me comove. O excesso de contradições, da paisagem, da pobreza, do ontem e do hoje, do lixo e do luxo pra lembrar do Joãozinho... Enfim. Mas sempre me traz pra dentro de mim. Esses dias o Juliano ria de mim por eu ser tão "idiossincrática". Ora, naturalmente...
Cheguei cedo demais e o Lucas me esperava pra tomar café da manhã. Eu sempre gostei de café da manhã. Mais que qualquer outra refeição dia. Ela ritualiza o meu começar - acordo normalmente meia hora mais cedo do que precisaria pra comer em paz... E faço minhas preces de mim mesma, como vai ser o dia, como quero que seja, o que preciso fazer, o que preciso desencanar. E deixar rolar. É um rito de passagem necessário - como imergir no mundo.
Ele me esperava no apartamento dele. É um ap pequeno, simples, mas com uma energia bem especial - de primo querido mesmo - e ficamos ali falando da vida, do ontem, do hoje, do Caio que nasceu. Enquanto eu comia - e comia muito - prestava atenção nessa maturidade que a paternidade trouze dele. É um homem bonito, amoroso, inteiro em si mesmo. E falava do filho de um jeito que comoveria qualquer um. É mais que orgulho. É um deixar-se viver pelo outro. Não é se projetar no outro. É doar-se.
Ele nem se dá conta de como eu o observo, sinto. Pressinto. Falei do meu normal, do meu dia-a-dia. Das coisas que se transformam, que morrem e nascem dentro de mim. Do trabalho, do casamento. Eu sempre fico meio contemplativa quando olho as pessoas da minha família. Elas moram todas longe de mim. No Rio, Porto Alegre... dá saudades.
Depois me deu um sono profundo em que eu não vi nem o Lucas sair nem o Juliano chegar. É gostoso ser despertada por um bombardeio de beijos e fungadas. Gostoso ter a sensação de que apesar de toda a minha idiossincrática experiência carioca, me sinto parte de alguma coisa ali... talvez do fundo do (a)mar.
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sexta-feira, setembro 21, 2007
casa vazia
São 4 da manhã... acordei com o bips do palm tocando discretinho pra não morrer com a queda do meu tapa. Hoje a casa fica vazia.
O Juliano saiu para o RJ. A Claudia sai daqui há pouco também. A sensação da casa vazia é estranha quando sempre está preenchida pelo Nosso. Será rápido. Amanhã a gente vai se ver. Mas quanta eternidade entre o hoje e o amanhã... Olho as coisas aqui, a bgunça habitual das nossas coisinhas. A rotina de deixar sempre as mesmas coisas fora do lugar. De arrumar parcialmente outras... e os cheiros da gente misturados na casa. Está escuro ainda. São quase 7 da manhã e o dia parece eu, teima em ficar aqui escondidinho na casa.
Fiquei pensando quando voltava do terminal Barra Funda como a vida da gente se entranha no outro. E nesse en(S)tranhamento sai o gosto de plástico das coisas que existem fora de mim. Nas minhas declarações de mulher apaixonada sempre digo que não saberia viver mais sem ele. A gente até aprende, dá um jeito. Mas nem quero iniciar esse curso. ME matriculei no coração dele e não pretendo sair... há tanta eternidade no sentir.
Um amigo meu muito querido, a quem eu gosto sempre de escutar, o Gavin, me disse uma vez falando do seu casamento que "pra sempre" é um jeito de dizer uma coisa que a gente não dá conta de medir. "eu te amo pra sempre" é um jeito humano de dizer que é muito, muito, muito e muito. E nem o primeiro muito a gente mede o quanto é. Isso sempre me passa pela cabeça. Fico pensando nos outros namorados que tive... nos meus amores platônicos do colégio... era tudo tão pra sempre.
E o que difere o Nosso? Não meço. Sinto. E sinto em tudo aqui que me cerca nessa casa que apesar de vazia está preenchida com histórias secretas, tímidas, apaixonadas, desesperadas, enciumadas, furiosas, tristes, enamoradas, românticas, redentoras, transformadoras e todo o outro léxico que a gente se esforça pra dar a isso que ousamos nomear e definir - o sentir.
Ontem, voltando pra casa da USP com os vidros abertos deixei as dores se aliviarem na noite. Era tarde quando cheguei e o coração apertado dentro de mim sabia que hoje cedo eu estaria sozinha. Fiquei antecipando uma série de despedidas de hoje cedo, de outros amanhãs com ele. Sempre penso quando a separação precisará ser mais longa. Não pra sempre. Mas há tanta eternidade nesse "meio-tempo". Ele é mais inteiro na saudade...
Fiquei pensando se é apenas o "acostumar" da gente com o outro. Acostumar é quando não há amor. Não me acostumei ao Juliano. De fato. Eu o estranho dentro de mim até hoje, pelo rebuliço que ele me causa. Tira o meu respirar da inércia. Não me acostumei com a casa. Ainda há cantos aqui dentro que eu desconheço. E o que me segura aqui dentro é essa vontade de descobrir o outro em mim. Encher a casa de dentro de vida. Pentear os pensamentos como diz o Caio Fernando... e desembaraçar o meu medo de sair...
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quinta-feira, setembro 20, 2007
Passei daqui... e continuo andando sem participar do espaçamento dos passos. Acordo e durmo com F. Pessoa. E releio. E escrevo. Ontem assisti a gravação de uma entrevista do Juliano e tomando café daqui e dali olhava para o desfoco todo interior de dentro de mim...
Havia tanto ali pra dizer. E o mais engraçado, pensei eu, é quando a gente assiste a si mesmo. Que vazio que dá olhando de fora. E dentro, tanto por compartilhar. Pensei que a dor que habita o humano de mim não pode mesmo se comunicar. Ela está deslocada no tempo e no espaço. Assistiu cenas de um passado em outro mundo, em que eu não existia. E parou ali. Não conseguiu tomar o caminho de volta. Havia muitas estradas para escolher e ela vai e volta para não sei onde.
Lembrei do Bojador, da necessidade de navegar. Da imprecisão de Netunos e Posêidons aqui dentro... disputando uma descoberta de uma certa Atlântida mitológica de sentir. Longe, distante, imprecisa e ausente do real...
Olhei pras coisas que estavam ali naquele cenário de gravação. Eu sempre olho pra ele com admiração. É bom admirar quem ama. E amo mesmo, e ao mesmo tempo isso sempre parece ser incompleto. Não o amor, nem o amar. Mas como a gente entende? E isso tem controle de algum lugar? Pra dilatar pra onde? E a gente dá conta desse sair de si? É curioso como amar te tira de você. E se você é apegado assim a si mesmo, lamento. Vai doer.
O cara da câmera passava de um lado para outro. Devagar. E me senti daquele jetio olhando o mundo dentro de mim. Recortada. Com lentes imprecisas que tentam focar o que é nebuloso. Nem mesmo a luz permite ver. Será que o filme dentro de mim ainda é preto e branco? Ou as cores são vivas e gritantes demais? Machucam os olhos com esse excesso de poluição visual. Lembrei do Livro do Desassossego: que cor é sentir? da música da Adriana Calcanhoto... cores de Frida Calo... essas tem sido berrantes aqui dentro.
E me calo. Deixo a luz acender. E a câmera desligar. Quero voltar. Assistir outros filmes. E fora de mim.
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quarta-feira, setembro 19, 2007
o que é mesmo fernando?
Ontem fiquei com o sono longe de mim, passeando pelas estradas atemporais do coração e da mente.
Estou com o Pessoa entranhado no corpo... e estranhamente, acabei de encerrar as Grandes Navegações com os meus alunos...
A gente tem que passar além da dor? Ou é além do Bojador? Primeiro, se passa pela dor... e mergulha-se no seu Cabo de Tormentas, com ondas fortes, gigantes, trazendo as tempestades de dentro de você. E espera-se... Meu Bojador é tão longe ainda de mim, fica lá, andando pra onde eu possa não alcançá-lo... escorrega da minha embarcação fora daqui, cheia de nuvens pesadas que acabam por arruinar a minha sensação - pequena - de nitidez de alguma coisa.... Por que é preciso doer? Navegar tem sido tão (im)preciso dentro de mim... sem rumo, com ventos de todos os lados. E os mais fortes são os de dentro. Revolvem as profundezas desse oceano escuro e frio. Sem jeito, esperança, forma.
E onde está a tripulação? Se recusa a viver de dor... e eu esperando passar a chuva, sozinha. Olhando pra dentro desse tempestar de sentir e pensar... Só. e antevejo que essa viagem é solitária pra dentro, e pra fora, arriscoso demais... Onde está você Fernando Pessoa? Passou a dor? Me conte o que há além desse Bojador embaçado dentro da gente...
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quinta-feira, setembro 13, 2007
amor meu grande amor...
Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada
Assim como as canções, como as paixões e as palavras
Me veja nos seus olhos na minha cara lavada
Me sinta sem saber se sou fogo ou se sou água
Amor, meu grande amor, me chegue assim bem de repente
Sem nome ou sobrenome, sem sentir o que não sente
Que tudo o que ofereço é meu calor, meu endereço
A vida do teu filho desde o fim até o começo
Amor, meu grande amor, só dure o tempo que mereça
E quando me quiser que seja de qualquer maneira
Enquanto me tiver que eu seja a última e a primeira
E quando eu te encontrar, meu grande amor, me reconheça
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segunda-feira, setembro 10, 2007
Caminhar assim...
Voltei pra casa ontem à noite depois de um encontro com amigos... e me peguei pensando nesses caminhos misteriosos do viver... Tinha visto essa fotografia e fiquei tocada pela imaginação à lá Alice na suas maravilhas de que de fato a gente poderia caminhar assim... leve. Não me lembro onde amarrei os cadarços e deixei o resto de mim...
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domingo, setembro 09, 2007
menino-sol
Nasceu o Caio...
Hoje cedo presenciei, virtualmente nas telas de casa, o nascimento do Caio. Meu novo primo, recém-chegado a esse planetinha azul. Ele é filho do meu primo Lucas... grande, todo transformação, coração.
Nós somos primos de alma... e a cada vez que eu o vejo há um dilatar da gente em direção ao outro. Os milagres e mistérios da vida confirmam isso a cada experiência nossa juntos.
Eu teria muito pra escrever sobre o Lucas. A maior parte das minhas lembranças adolescentes são recheadas por ele... dos jogos de vôlei em Capão da Canoa, das baladas à noite, dos luais, das conversas intermináveis, das paqueras no calçadão... A primeira vez que fui ao Rio de Janeiro, e me apaixonei à primeira vista por esse cantinho de mundo, ele me apresentou a cidade. Eu tinha 13 anos. Nós saíamos muito juntos nessa época e me lembro de ficarmos uma noite escutando Rush e o Bolero de Ravel, olhando a praia da janela. Falamos de sexo, drogas e rock and roll. Falamos da vida, do que desejávamos para o futuro. Das saudades do Tio Fredy, do vô, dos planos de amor, dos caminhos da vida, dos desvios do presente, do amanhã que talvez nunca chegasse mesmo.
A gente ia caminhar pela beira da praia... olhar o pôr do sol, olhar os cara e as garotas bonitas. Tomar sorvete e cerveja. Falar mal dos chatos. Num dia de caminhada pela beira mar (eram sempre longuíssimas!) resolvemos voltar pelo calçadão e fiz algumas bolhas no pé... ele testemunhou a minha primeira grande insolação, os micos todos no Rio pela cara de "gringa", me viu tomar foras, ser paquerada, quase me afogar, tomar o primeiro porre... mentir pra minha mãe (e ele me ajudava nisso!). Há tanto de companheirismo... tanto de ariadne nas mãos dele que me troxeram até aqui. Foi quem me falou pela primeira vez que fazer terapia era legal... Ele sempre me protegeu - apesar das crises adolescentís dos 16, 17... - de mim, dos outros, de dentro e de fora.
O Lucas sempre foi lindo, por dentro, por fora. Me lembro do orgulho de sair abraçada nele e deixar todos pensando que ele meu namorado. Era um sujeito grandão, nadador... cheio de charme, menino-sol, bronzeado nas areis da cidade maravilhosa e banhado pela Aurora, de dedos rosados e carinhosos... uma figura cheia de beleza...
Mas o motivo desse texto é para agradecer uma coisa que talvez ele não se lembre... já fazem 15 anos... Ele me levou para ver o primeiro nascer do sol no mar... A gente ia voltar para São Paulo naquele dia cedo e eu adorava os verões no sul, sobretudo quando ele estava por aparecer. Era companheiro, cúmplice e fazia tudo o que os bons moços e os maus moços (a parte boa que as meninas românticas gostam!) faziam numa pessoa só. Tenho saudades. Mas me lembro mais ainda das conversas naquela manhã. Dos medos de crescer, da minha pretensão em ser resolvida, inteira, viva. Dos meus sonhos... e quando as estrelas começaram a se despedir de mim, a gente ficou em silêncio por muito tempo... vi o céu ficar lilás como as hortências da estrada para casa... e a gente encostou um no outro. Silêncio. Havia um mundo nascendo ali na frente da gente. E tão poucos sabiam daquela imensidão. De dentro e de fora. Desses mistérios que a gente acha que entende (e escreve e desentende e deita, dorme... deixa)...
Ficamos ali vendo as cores se desdobrarem em nós, dançando de um lado para o outro apontando sei lá pra onde que a gente nunca consegui ver, desenhando um horizonte torto, colorido, manchado, cheio de alis, aquis... e a gente se emocionou ao perceber que a nossa vida seria quase tão diferente daquilo que a gente rabiscava nas conversas de beira-mar... e, ainda assim, estaríamos juntos. Nessa distância. Nesse vir, deixar, porvir. Querer e amar.
Consagração de um amanhecer que dura até hoje dentro de mim quando a gente se reencontra. E fala-fala-fala e riririririri o tempo todo. Quando a gente filosofa, esquece de si, toma cerveja, sai pra caminhar por dentro da gente, sem destino, sem ir, nem voltar. E num desses tropeços pra dentro de nós... olha como a vida é traquina... linda, inteira... presenteia... milagrecer...
Essa manhã e esse menino-do-sol, Lucas, você trouxe de volta, agora fora de ti... mais tangível pra nós. Ser. Presentificado no Caio. Trazido pelos ventos do outro lado, pelas ondas do mar, e pela dança de cores dentro da gente... e que esses horizontes sempre caminhem pra longe, puxando gente pra fora da gente... deixando lá, aqui, em mim, em você, na Terra... através dos ares todos...
Menino-sol... bem-vindo de volta... e que o amanhecer para ti aconteça todo instante. Teu pai sabe guiar a gente nesse caminhar de beira-(a)mar...
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quinta-feira, setembro 06, 2007
Só para não passar em branco....
Depois falo mais dessa sensação gostosa de ver coisas realizadas. Estou orgulhosa, cansada, feliz. Nessas horas, muita coisa volta a (re)fazer sentido na vida da gente. Fiquei me perguntando sobre o papo "felicidade". Tão rápido... faz a gente desejar permanências na vida e que só acontecem com esse despojamento de apegos, vontades e (per)seguir..
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quarta-feira, setembro 05, 2007
Hoje é o lanaçamento do livro do Juliano... Ontem à noite fui encontrar o meu amigo-irmão de alma e demos uma passeada pela livraria. Lá estava o livro no meio de tantos outros...
Fiquei me lembrando de um email que ele mandou semana passada sobre a sensação de ver seu livro publicado ali no meio de tantos outros. Achei graça do caminho da cabeça dele. Mas ontem, mais que isso fiquei pensando ali na livraria, olhando aquele monte de autores, sobre os caminhos de cada um deles. Nesse sentido é mágico poder acompanhar a gestação de um filho nos bastidores. Tanto aprendizado nisso. Crescimento. Dilatação de dentro.
E perdoem as pieguices, mas fiquei com a imagem do filme do "Procurando Nemo". É um pouco essa a sensação - pressuponho - você lançar naquele oceano, informações, conhecimento, opinião. É tanto por ver. Fiquei orgulhosa dele. Por alguns segundos eu me lembrava de uma fala constante no Nosso "eu sou tímido". Timidez é sinal de orgulho. E achei bonito, corajoso, ele se despir desse jeito pro mundo. Humanizar as relações. E vejo esse livro acontecendo dentro da gente. Das descobertas, das experiências. Da humanização de coisas que não são escritas. De um cuidado no observar, perceber.
Fiquei pensando se os outros autores ali tinham vivido isso no coração de algum modo. Que histórias eles tinham para contar? Como tinham sido os bastidores dessa despir-se? Pena as editoras não contarem essas coisas. Parece sempre que o livro vem pronto. Que a vida prontifica tudo pra gente. E ontem, depois, conversando com o Vinícius, falando sobre o amor, os relacionamentos, os desafios, os casamentos, fiquei com o coração emocionado sabendo que tudo isso é pura construção. E que as fundações dela são trabalhosas de levantar. Custam. Suor, desapego, paixão pelo transformar-se... deixar-se ir pela mão do outro. É mais que confiança. É entrega. E como a gnete teima nisso! Cumplicidade...
ELe não dormiu essa noite. Claro. No lugar dele provavelmente eu teria tido um treco antes... mesmo. Mas acho especial poder testemunhar esse nascimento, acompanhado de tantos outros que os leitores mal imaginam. Nada virtual.
Hoje cedo, há pouco, ele saiu de casa serelepe. Tinha uma porção de coisas para fazer. Está preparado para o evento de hoje à noite. Uma agitação que lembra festa de formatura, primeiro encontro, casamento, esses ritos que marcam os caminhos transformando-se... Comecei a arrumar as coisas aqui e deixei a roupa dele em ordem. Bontinha, pendurada. Achei graça disso. Cuidar dele. A ternura surge nesses pequenos momentos da vida. Que tem permanências tão sutis... e aí me senti como aquelas mulheres no mundo antigo... que as historiadoras de gênero não me leiam! - arrumando o guerreiro. E me emocionei. Você ajeita e prepara o outro para algo que está fora das fronteiras do seu... do Nosso, e ao mesmo tempo percebe que essa fronteira é tão dilatada. Elástica.
Percebi o cheiro dele, a nossa história, as nossas coisas. E tudo ali tão etéreo, mas forte. Tentei me colocar no lugar dele. Repensar a trajetória profissional, os caminhos perdidos, encontrados, os desvios. As celebrações, os choros. As idas. As voltas. Surpresas. Há tanto nesse homem e, mesmo eu, assim tão perto, não sou capaz de apreender essas sutilezas invisíveis. A sensação de querer apoiar e não saber como nos deixa vulneráveis nesse amor. Expostas as debilidades desajeitantes da gente. E acho graça de mim querendo bancar a "esposa". Revi os meus escritos de pesquisa. Tudo passou tão rápido... ri da minha dificuldade de comunicar essas sutilezas todas...
Achei bonito esse feminino desengajado em mim. Fiquei ali, olhando a camisa, a calça, um bom tempo. O sol entrando pelo quarto, anunciando esse dia dele. E que delícia poder ser a primeira convidada. Para um debate dentro dele. Sem platéia. E que não tem prazo para acabar.
Juliano autografou o meu coração... pra sempre. E eu permaneço conectada...
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terça-feira, setembro 04, 2007
Algumas descobertas da vida são mais dolorosas pelo descompasso do que pelo descobrir... Às vezes sinto como se vivesse num filme francês cheio de histórias que se enrolam em si, desdobram-se nos sentires, olhares, calares... E falar? Para que?
Tem sido difícil conviver com o silêncio. Em muitos sentidos. Muitas vezes tenho a tentação de sempre me fazer sincera. Direta. De algum modo - ingênuo? - penso que isso pode ser uma demonstração de força de caráter. E o mais estúpido é quando a gente se percebe completamente humanizada e despida dessas etiquetas sem fim... E olhar os talvez. Os "se"... quem sabe? Dói. E mais pela ausência de qualquer solução do que pela verborrágica procura - (ir)racional - de ações. Pragmatismo. Nada...
Ontem saí da terapia com esse vazio. Me lembrava da fala do Juliano, citando uma vez, que os sentimentos não precisam ser comunicados. Só sentidos. Alguém aí sabe como se faz isso? Digamos que para uma pessoa absolutamente pluralizada na experiência do sentir - e por que não completar dizendo que há uma dose de exagero nisso tudo que não sei como resolver (há meios?) - a sensação deve ser comunicada. Faz parte do ritual do viver.
E ontem me dei conta que há de fato coisas que a gente carrega sempre, para sempre talvez, para dentro da gente. E ficam ali. Vivas. Mas monologam com o teu coração. E você nem sempre pode - ou deve - responder. Era tarde e me deu uma crise de choro no carro. Andei devagarzinho pela direita para não correr riscos. Expor desse jeito o sentir me parece arriscoso... Mas que seja. Consegui falar ao telefone bem quase engasgada por mim mesma. Dirigindo o carro e desgovernada aqui dentro.
E o que fazer com o sentir? Deixar? Sair? Sentir? Não tenho idéia de como isso sai - ou fica - na gente. Em paz. Tenho vontade de falar e não consigo. De rir e não posso. De chorar... e não sei mais. Dá saudade.
Acordei à noite milhões de vezes e vi o Juliano ali do lado. Dormindo na sua semi-gripe de pré-lançamento. Gostoso saber dele ali perto. Mas a insegurnaça do peito apertava e me impedia de continuar o sono que nunca chegava. Saí cedo. E espero que o dia me deixe respirar um pouco para fora de mim. Aqui dentro muitas vezes o mundo sufoca. E lá fora... tanto por sentir. Novidade. Diferente...
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segunda-feira, setembro 03, 2007
Para aqueles que são aliados da força!
Sensacional...
http://www.collectspace.com/news/news-082807a.html
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Ontem fui visitar a Teresa. E é muito misterioso como os laços se dão, os nós desatam... Nós nos conhecemos no ponto de ônibus...
Acho que eu estava no terceiro ano da faculdade e costumava sair cedo para chegar cedo e ver os amigos. Sempre gostei de puxar papo no ônibus e nas filas. Acho que é um bom lugar para a gente descobrir pessoas, vida. E saimos do habitual mimimi de reclamações. Aliás, assunto em qualquer lugar de espera é sempre o mesmo: clima, se vai chover, é ruim, se está calor, também, se demora, é péssimo, se vai rápido (ok, isso nunca acontece!) não é mais que obrigação.
Aquele dia foi especial. Um desses reencontros de alma que a vida não avisa, mas programa. Ficamos amigas ali e a vida nos presenteou depois com uma série de amizades comuns, outros reencontros. O primeiro, e acho, mais importante de todos fio o Vinícius. Eu nem saberia falar dele num texto. Não sei me expressar nessa convulsão de sentimentos por ele. E o mais bonito de tudo é que ele nos aproximou muito. Nos deixou mais irmãs e cúmplices, num certo sentido, de muitos porvir...
Apresentei o Thomas pra ela. Thomas é um par de águas-marinha na minha vida. Tem os olhos mais especiais já vistos, não pela imensidão do azul, mas por tudo o que esse azul traz consigo. Hoje o Thomas é marido dela. E a história, pra ser contada, vai levar ainda alguns anos... Trata-se daquelas histórias de amor que a gente presencia de perto, bem de perto, e quase duvida que seja real. O cinema está perdendo grandes histórias por aqui.
Meses depois a Teresa me apresenta o Juliano. E desse eu não vou me estender muito por razões mais que óbvias. Ele já uma extensão minha. Como ele mesmo disse nesse fim de semana "carne do meu coração". E não há nada mais intenso que isso. O amor ainda misterioriza seus mistérios no corpo da gente.
Há algum tempo atrás nós 4 nos estranhamos um pouco. Nada que fosse suficientemente forte para abalar um reencontro. Mas a vida também prega peças. Estremecimentos à parte é mais bonito ver a reconstrução das casas e das coisas importantes do que se fixar naquilo que elas destroem. Foi mais ou menos assim... amadurecer diante da vida. Diante dos amigos. Do coração.
E a cada encontro com Teresa e Thomas isso parece ficar mais claro. É tão bonita a experiência de formar a família. Essa sim a gente escolhe. Não é o sangue. É a vida que brota dessas descobertas em esquinas de ponto de ônibus. Somos padrinhos deles. E eles da gente. Foi a mãe da Teresa que cantou a bola sobre o Nosso. Tantas coisas nessa sacolinha de viver.
Ontem, como eu dizia, fomos visitá-la. Ela está meio dodói e num momento quase inesperado começamos uma "conversa de meninas". Eu adoro conversa de meninas. Embora, tenho que confessar, que tenho pouquíssimas amigas mulheres. Portanto, quando essas conversas acontecem, tem repercussões no peito por meses. A de ontem não foi diferente.
Não vou falar do assunto, de outro modo não seria "conversa de meninas". Essas conversas tem como pressuposto um véu de segredos que devem certamente deixar os meninos muitíssimo curiosos. Perfeito. Começamos falando do casamento... e isso se desdobrou em lembranças muito lindas da época de faculdade. De repente, me vi olhando para a Srta T há algum tempo atrás, mais ingênua e boboca com a vida do que qualquer outra, deslumbrada com um monte de sonhos que deram lugar a tatuagens bonitas na alma e, mais que isso, me trouxeram presentes tão exclusivos... Lmbrei de muitos cafés nos intervalos. De conversas sobre o mundo, a vida, e qualquer coisa quase-ou-nada-interessante. Horas nas mesas do Dpto de História tentando entender o que algumas pessoas levaram anos para apresentar e me dando conta de um mistério que nenhuma ciência é ainda capaz de explicar. A Teresa, ontem, me devolveu tudo isso. Nem sei se ela percebeu. Me deu de volta um "se" que a gente, historiador, nunca pensa. E que não é um crime trazer essa particulazinha pra dentro da vida. Mas não cultivei nenhum arrependimento... não mesmo.
Ao contrário, me olhei ali, naquele sofá da casa dela. O Nietszche (é o gato deles) com as suas traquinagens... e eu chorando. Descobrindo... e como a Penélope na Odisséia, tecendo e desfiando coisas de ontem de hoje, de amanhã. Ouvi tanto de mim ali. Na boca dela. Me vi pelos olhos dela. E, pela primeira vez, talvez, tenha sido tão desnudada por alguém. Ainda emociono com a generosidade daquela conversa. Chorei bastante essa noite. Não de tristeza. Mas não sei porque também. Será que o choro tem um motivo pra acontecer? Ou é o mistério em si quando ele acontece na gente? Dormi muito pouco. Tive que disfarçar a insônia e não deixar o Juliano preocupado. Fiquei olhando de novo as cortinas do quarto. Ouvindo o barulhinho do coração, do vento. Lembrando do prédio da História, das idas à biblioteca, das discussões pretenciosas e sem propósito. Dos caminhos pelo gramado. Do pôr-do-sol. Da espera do ônibus e da chegada de tantos ônibus, que levaram a gente por ruas diferentes, com destinos separados. Que se distanciam no tempo, no percorrer. E a espera de um reencontro na esquina seguinte, pra tomar um café... e ver outros ônibus passarem...
Quis ficar na estação esperando. E ao mesmo tempo, a pressa de seguir meu caminho me deixam sempre com os olhos na janela. Olhando quem passou ali perto, e que eu levo pra dentro de mim. Em viagens desse silêncio. E da despedida.
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sábado, setembro 01, 2007
ouvindo o rádio
Há algum tempo o rádio tem sido mais companheiro que muitos amigos. Não pela falta de amizade do pessoal. Mas pela presença mais constante. Ao menos mais tagarela. Há algumas semanas eu tenho redescoberto algumas outras epifanias nas ondas invisíveis...
Sair de casa para o trabalho tem um ritual diário de compenetração interior. É a hora antes do espetáculo que a fantasia é colocada e a maquiagem refeita. Enfrentar a sala de aula é, de um certo modo, confrontar os meus personagens comigo mesma. E isso requer meditação e recolhimento. Antes. Depois.
No caminho há um trecho particularmente especial onde eu sempre paro um pouquinho para olhar. São 7 árvores que denunciam as estações do ano como ninguém. No interior da Vila Madalena... e eu passo ali sempre e me remeto ao meu coração, ao meu pensar, ao meu sentir, viver, falar e calar. Dá uma vontade enorme de silenciar tudo o resto em volta de mim. Parar para respirar e de alguma forma, observar a nuanças de cores de violeta, rosa, verdes, amarelos e dourados. Neste outono eu acompanhei o sono de cada uma delas. Passava de carro e já de longe via que as folhas e as flores - generosamente - enfeitavam o meu caminho para o trabalho. Era quase como um tapete vermelho pelo qual eu passava e, ritualmente, caminhava para o meu palco interior. Com prêmios inapreensíveis e inexplicáveis.
Mas essas últimas semanas... me dei conta que sempre ali dava a sorte (????) de ouvir uma música no rádio. Dessas que a gente gosta DEMAIS e pede para ouvir... foi mágico me dar conta que as árvores, as 7, funcionam como uma espécie de portal... silencioso para abrir as percepções musicais de outras rádios dentro da gente.
Mais mágico ainda foi perceber que a maioria das músicas por elas escolhidas eram endereçadas ao Juliano. Ou melhor, ao Nosso. E mais engraçado que tudo isso foi perceber que eu sempre ligava nessas horas do celular para ele para ele escutar as músicas junto comigo. E os risos dos dois ao telefone finalizavam essas canções.
Dias atrás indo por esse mesmo caminho, muito cedo, liguei na rádio USP... era a voz do Juliano falando no Leia Livro. Mistério? Disposição? Certamente epifanias que não merecem explicações, do contrário, deixam de ser epifanias...
Isso tem sido frequente... e me dando conta disso passei a cumprimentar as árvores. Todas elas. Agradecendo por esse cuidado especial no meu coração. Acho que até deu certo essa prece diária de agradeceres... essa semana elas inauguraram os primeiros traços da primavera... tá aí. No meu coração também. Hoje, sem tulipas no jardim de casa, mas com o peito florido, só para quem aqueles que tem olhos de ver.
Postado por Srta T às 5:34 PM 1 comentários
Há uma coisa interessante nesse processo de viver loucamente. Essa semana, na 5 feira saindo da usp eu simplesmente não sabia o caminho de volta pra casa.
No entanto, fiquei olhando a lua ontem à noite... no caminho de volta pra casa (já relembrado!) Amarela. Imponente e cuidadosamente espiando os desatentos com a sua magnitude. Ontem cheguei à conclusão que a lua é leonina.
A gente cria mecanismos de desculpas (para si mesmo?!) ou é um ato de negligência intencional? Digo isso porque me dei conta que meu tempo - escasso demais - sempre tem rituais que não abro mão. Olhar o céu, por exemplo. Tive uma semana enlouquecida e consegui escrever razoavelmente. Pacíficos no coração. Oceanos de todos os lados e lugares e profundezas mergulhando em mim. Senti o corpo levitar de dentro pra fora. Apesar de ter digitado mais de 1000 notas, preservei - talvez pela primeira vez - o meu espaço sagrado aqui dentro.
E não sei como pude ou mesmo consegui realizar isso. Talvez pelas aulas de natação. Talvez pela atenção dada ao Juliano em vésperas de lançamento? Talvez porque eu tenha desejado sair do meu estado de meninice reclamona.
Ah, por que a lua é leonina? Porque ela nem sempre FAZ tudo e de tudo para chamar atenção - pelo menos nem sempre. Mas quando resolve apelar... sai da frente. Me senti constrangida ontem à noite olhando para o céu. Como a gente tem presentes dos deuses - ou do que lá você quiser chamar... - o tempo todo.
Voltei pra casa tarde. Abri a janela. Olhei as cortinas dando espaço pra lua entrar aqui... Que gosotosa a sensação de ser testemunha silenciosa desses pequenos milagres. Tempo? ora, isso me parece mais esse discurso modernete que a gente monta pra se sentir aceito. Não é percepção... é disponibilidade genuína. Eu quero mais!
Postado por Srta T às 5:25 PM 0 comentários