sábado, setembro 01, 2007

Há uma coisa interessante nesse processo de viver loucamente. Essa semana, na 5 feira saindo da usp eu simplesmente não sabia o caminho de volta pra casa.

No entanto, fiquei olhando a lua ontem à noite... no caminho de volta pra casa (já relembrado!) Amarela. Imponente e cuidadosamente espiando os desatentos com a sua magnitude. Ontem cheguei à conclusão que a lua é leonina.

A gente cria mecanismos de desculpas (para si mesmo?!) ou é um ato de negligência intencional? Digo isso porque me dei conta que meu tempo - escasso demais - sempre tem rituais que não abro mão. Olhar o céu, por exemplo. Tive uma semana enlouquecida e consegui escrever razoavelmente. Pacíficos no coração. Oceanos de todos os lados e lugares e profundezas mergulhando em mim. Senti o corpo levitar de dentro pra fora. Apesar de ter digitado mais de 1000 notas, preservei - talvez pela primeira vez - o meu espaço sagrado aqui dentro.

E não sei como pude ou mesmo consegui realizar isso. Talvez pelas aulas de natação. Talvez pela atenção dada ao Juliano em vésperas de lançamento? Talvez porque eu tenha desejado sair do meu estado de meninice reclamona.

Ah, por que a lua é leonina? Porque ela nem sempre FAZ tudo e de tudo para chamar atenção - pelo menos nem sempre. Mas quando resolve apelar... sai da frente. Me senti constrangida ontem à noite olhando para o céu. Como a gente tem presentes dos deuses - ou do que lá você quiser chamar... - o tempo todo.

Voltei pra casa tarde. Abri a janela. Olhei as cortinas dando espaço pra lua entrar aqui... Que gosotosa a sensação de ser testemunha silenciosa desses pequenos milagres. Tempo? ora, isso me parece mais esse discurso modernete que a gente monta pra se sentir aceito. Não é percepção... é disponibilidade genuína. Eu quero mais!

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