segunda-feira, setembro 24, 2007

o Rio de Janeiro continua lindo...

Fui ao RJ nesse fim de semana depois de uma semana ensandecida... Mar é terapia. Necessária.

Fui ficar com o Juliano depois de uma semana enlouquecida pra nós dois. Fiquei pensando num aspecto do casamento que é "estar junto". A expressão exige mais do que simplesmente estar... não é passivo assim... Ficamos pra cima e pra baixo na bienal sábado e somente ontem dei uma chegadinha nas areias do mar... adoro sentir as ondinhas batendo nos dedos dos pés e fazer pegadas deformadas com as mãos, pés e outras coisinhas de criança que a gente faz.

Mas o que eu queria registrar aqui não é a bienal. Aquilo é uma disneylânida pra babadores de livros! dá desespero quando você se dá conta que por mais que queira, se esforce, não vai ler tudo o que quer no tempo que tem...

Cheguei no RJ por volta das 6 da manhã de sábado. Chovia um pouquinho... uma brisa gosotosa e aquela cidade esquisitamente linda e destruída. A primeira coisa que fiz foi me acomodar no "FRESSSCÃO" e ligar o palm pra ouvir um pouquinho de música. Sempre me lembro - e já devo ter dito - de uma frase de Michel Kamen, compositor de trilha sonoras de filmes... ele diz que a trilha serve para "sublinhar uma emoção". Nunca achei tão acertado esse comentário. É verdade. Fiquei observando a cidade e as emoções sublinhadas pela música, pelo cenário.

O Rio sempre me comove. O excesso de contradições, da paisagem, da pobreza, do ontem e do hoje, do lixo e do luxo pra lembrar do Joãozinho... Enfim. Mas sempre me traz pra dentro de mim. Esses dias o Juliano ria de mim por eu ser tão "idiossincrática". Ora, naturalmente...

Cheguei cedo demais e o Lucas me esperava pra tomar café da manhã. Eu sempre gostei de café da manhã. Mais que qualquer outra refeição dia. Ela ritualiza o meu começar - acordo normalmente meia hora mais cedo do que precisaria pra comer em paz... E faço minhas preces de mim mesma, como vai ser o dia, como quero que seja, o que preciso fazer, o que preciso desencanar. E deixar rolar. É um rito de passagem necessário - como imergir no mundo.

Ele me esperava no apartamento dele. É um ap pequeno, simples, mas com uma energia bem especial - de primo querido mesmo - e ficamos ali falando da vida, do ontem, do hoje, do Caio que nasceu. Enquanto eu comia - e comia muito - prestava atenção nessa maturidade que a paternidade trouze dele. É um homem bonito, amoroso, inteiro em si mesmo. E falava do filho de um jeito que comoveria qualquer um. É mais que orgulho. É um deixar-se viver pelo outro. Não é se projetar no outro. É doar-se.

Ele nem se dá conta de como eu o observo, sinto. Pressinto. Falei do meu normal, do meu dia-a-dia. Das coisas que se transformam, que morrem e nascem dentro de mim. Do trabalho, do casamento. Eu sempre fico meio contemplativa quando olho as pessoas da minha família. Elas moram todas longe de mim. No Rio, Porto Alegre... dá saudades.

Depois me deu um sono profundo em que eu não vi nem o Lucas sair nem o Juliano chegar. É gostoso ser despertada por um bombardeio de beijos e fungadas. Gostoso ter a sensação de que apesar de toda a minha idiossincrática experiência carioca, me sinto parte de alguma coisa ali... talvez do fundo do (a)mar.

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