quinta-feira, junho 07, 2007

Ontem tive uma conversa com um amigo no Filial. Levei a Lúcia. Era uma noite muito especial porque iria encontrar pessoas queridas que não via há tempos. E de fato saiu tudo uma delícia. Ri bastante. Depois de algumas cervejas e muitas risadas e beijinhos e discussões semi-complexas sobre a vida... esse papo de bar de véspera de feriado.

Ouvi sobre esse meu espaço de escrever. Não imaginava que as pessoas se interessassem por ler isso aqui. Afinal, é o email que mando pra mim. Foi gostoso me sentir identificada nas crises pessoais. Saber que mais gente tem minhocas... aliás as minhas há bastante tempo tem ficado de férias e de vez em quando mandam telegramas, emails, telefonam para dizerem que não me esquecem... ok. E que as minhocas de todo mundo são amigas, companheiras, se visitam, se escrevem, saem na balada. Que gostoso ter essa percepção de que - certamente - até as minhocas tem as suas crises também.

Mas o fato é que a conversa de quase ir embora de ontem me fez pensar sobre o que eu tenho chamado de "crise". Lembro agora da história da palavra. Grega, significa dividir, analisar. Acho que é um jeito - bem humano - de desmontar a ordem - nada natural - do interior/exterior da gente. E com isso, rearrumar. Ora, o problema é justamente saber, ou intuir, onde colocar o que.

Tenho conversado muito com a Lúcia sobre isso. É gostoso saber que as pessoas conscientes fazem isso o tempo todo, sem necessariamente sofrer por isso. Aliás, sofrer é bom nesse sentido. Lembra a gente que estamos vivos. E não tem nada de sado-maso aqui não... é pura experimentação do sentir. A gente acha que conhece esse verbo. Nada.

Acabei de me dar conta que os passeios de fim de tarde na praça pra ver o por do sol não são apenas meus, nem os emails. Me senti quase uma egoísta por ter pensado assim. Ouvir as pessoas e as suas buscas, as suas (re)organizações de interior de casa me deixam mais suave, porosa. Admirada com a capacidade que cada um tem de se regenerar. Gerar-se a si mesmo. De olhos fechados, abertos, surdos, mudos... mancos.

Olho para o Dexter em cima do meu computador. Ele olha com esses óculos enormes jurando que sabe de alguma coisa. Dou risada dele. E de mim, por achar que meu laboratório é também, só meu.

Um comentário:

Jeff Paiva disse...

:-)

E falar mais o quê, depois disso tudo? Só que é muito bom levar as minhocas pra tomar gin, vinho ou um veneno anti-monotnia e ficar apreciando as brincadeiras, as conversas, as trocas.

Dividamos os problemas, analisemos as oportunidades... e brindemos às soluções. Ou à falta delas.

Beijos